1- Hoje não vou trazer as habituais piadas dos domingos.
 
Não estou motivado para pesquisar piadas e editá-las.
 
O grande motivo do meu desânimo tem a ver com um fato que ocorreu quando eu pretendia dar aula na última quarta-feira.
Fui desrespeitado por um aluno de uma forma lastimável.

Infelizmente o meu humor foi ferido.
 
Sem dar maiores detalhes, creio que estou me recuperando bem.
 
2- Apesar disso, ofereço agora um texto que, além de polêmico, talvez seja bastante engraçado e divertido.
 
Antes de discutir se eu exagerei quando afirmei ontem que os gordos comem muito, analisando o assunto com carinho e atenção, desejo comentar porque eu silenciei durante a recente visita do Papa Francisco.
 
Considerando que os meus últimos textos citando os Papas suscitaram críticas excessivas, evitei dessa vez falar sobre a visita de Francisco.
 
3- Não tive receio de voltar a ser criticado, mas preferi ficar quieto.
 
Eu poderia questionar os gastos relacionados à visita.
Afinal de contas, eu terminei pagando uma conta referente a uma festa a qual não me interessa.
 
Eu poderia indagar a utilidade de existir uma maioria católica no país.
Os católicos estão melhorando a nossa hostil sociedade?
Ser católico ajuda em quê?
 
Eu poderia reclamar porque a Globo preferiu transmitir uma missa a mostrar a Fórmula 1.
Não pude acompanhar o meu piloto favorito, Lewis Hamilton, vencer.
Trocar a vitória do inglês voador por missa foi dose pra leão!
 
Eu poderia, mas nenhum texto lancei mencionando Francisco.
 
4- Os questionamentos seriam oportunos e justos, porém não os fiz nem pretendo destacá-los nesse instante.
 
Não indaguei coisa alguma sobre o Papa, pois não senti vontade.
 
Eu não sou católico, não alimento qualquer sentimento de antipatia direcionado ao atual Papa e devo respeitar a euforia daqueles que ficaram empolgados com a visita já finalizada.
 
Enfim, eu estava sem assunto, portanto fiquei silencioso.
 
5- Vale ressaltar, todavia, que caso eu citasse algo indagando isso ou aquilo, provavelmente “cairiam matando” em cima de mim.
 
Percebo que alguns recantistas só gostam de ler o que aprovam.
Ninguém pode escrever algo contrariando a opinião estabelecida.
 
Penso, meus caros, que seria menos complicado e muito mais maduro escrever “Não concordo!” ou “Discordo!”.
 
Há leitores que não admitem uma polêmica ou opinião diferente.
 
6- Se um conteúdo incomoda, basta argumentar e defender sua idéia.
 
Não é necessário fazer cara feia somente porque o texto não agradou.
 
As polêmicas e opiniões diversas são enriquecedoras.
Além disso, a sabedoria sugere saber conviver com os opostos.
 
Reflitam sobre isso!
 
7- Quanto ao que Ilmar escreve, devo deixar claro que jamais busco ser “politicamente correto”..
 
Eu detesto que concordem comigo.
 
Ficar olhando o tempo todo para um espelho é chato pra caramba.
 
Eu curto os desafios, os textos ousados, os pensamentos quentes.
 
8- Ontem escrevi um texto no qual insisti que os gordos adoram comer.
 
Será que eu fui preconceituoso?
A minha afirmação revelou crueldade?
 
Eu ando muito no meu bairro.
Observando as lanchonetes e restaurantes, adivinhem quem sempre está lotando esses locais?
 
Não tem jeito, não é preconceito!
 
É normal encontrar vários gordos saboreando pastéis, empadas, quibes, pizzas, hambúrgueres, tortas de chocolate, sonhos, bananas reais, churros, sandubas variados, batatas fritas, maçãs do amor e espetos contendo as venenosas carnes demais tentadoras.
 
Os gordos bebem refrigerantes, copos gigantescos de sucos e nunca dispensam os sorvetes na hora da sobremesa.
(para poupar palavras, omiti os doces devorados pelos gordos)
 
É só conferir.
 
9- Há uma outra característica peculiar aos comilões (gordos).
Eles geralmente estão dando risada.
 
Li comentários de queridas pessoas não aprovando o que eu afirmei, mas os gordos nem sequer ligaram.
 
Gordo não reclama, não briga, não lê, não fala, não conversa etc.

Não dá tempo!
Eles preferem comer, comer e sorrir.
 
10- Isso parece óbvio, no entanto eu preciso argumentar.
 
Costumo escutar o seguinte:
“Não são todos os gordos que comem demais, Ilmar!”
 
Concordo!
Uma pesquisa atualizada diz que só 97,89% dos gordos são gulosos.
 
Realmente não são todos.
 
No texto citado, o fiscal gordo é um comilão.
No meio da confusão, ele saiu para lanchar e voltou merendando.
 
Certamente ele é um gordo que não controla a gula, portanto podemos incluí-lo nos 97,89%.
 
Se há gordos não gulosos, eles nunca estiveram nos meus textos.
Aliás, eu confesso que jamais conheci um gordo que não ama os pratos cheios e recheados.
 
11- Sobre o meu texto, esqueceram o problema ocorrido, desprezaram a trama e ficaram chateados comigo porque eu destaquei o fiscal gordo.
 
Eu também citei um japa que seria paraguaio, quer dizer, eu insinuei que o japonês era falsificado.
 
Por que ninguém me condenou por falar tal coisa de um paraguaio?
 
Já o fiscal guloso, o bola fofa, o baleia mansa, o boca de sapo, o come que come e não pára mais, mereceu uma solidariedade especial.
 
Não entendi!
 
12- Sobre a questão da gordura, ser gordo é um problema.
Ser gordo prejudica bastante a saúde.
Não é engraçado nem é saudável.
 
Recentemente eu estava ultrapassando 107 quilos.
O que fiz?
Comecei a conter exatamente o que eu como.
 
Estou conseguindo conservar o peso entre 103 e 104 quilos, almejando emagrecer muito mais.
 
13- Ilmar, como você logrou perder cerca de quatro quilos?
 
Foi fácil! Adotei a dieta do gafanhoto.
Claro que eu não comi gafanhotos imitando João Batista.
 
Apenas passei a priorizar as folhas.
Quando estou formando o prato, o que eu vejo verde jogo dentro.
Na hora de pesar, o dono do restaurante me olha com a cara feia, pois a conta fica bem barata.
Folhas não pesam.
 
Da antiga macarronada, só aproveito o nada.
A comida não tem sabor algum.
 
É uma delícia!
Vocês precisam experimentar.
A gente lembra dos sonhos deliciosos que comia antes, pois passa a viver um verdadeiro pesadelo.
 
Depois de comer, nunca repetimos o prato, logo, em pouco tempo, estamos magrinhos, magrinhos.
 
14- Voltando à crônica, jamais pretendi ridicularizar os gordos.
 
É difícil, entretanto, não associar ser gordo com ser guloso.
 
“Há as exceções, Ilmar!”
“Não exagere!”
 
Que bom!
O que seria da vida se não existissem as exceções?
 
15- “A crônica ficou uma porcaria.”
“Você mandou mal!”
“Aprenda a escrever, cara!”
“Seu bigodudo, eu fiquei com vontade de te dar uma porrada”
 
Eu recebi mensagens trazendo esses elogios.
Os remetentes não são gordos, pois, conforme falei acima, os gordos vivem ocupados comendo, comendo e sorrindo.
 
Eu aceito as acusações.
É possível que a crônica esteja horrível, que eu tenha vacilado e estou convencido de que ainda não alcancei o nível dos escritores razoáveis.
 
Já falei outrora que me considero um aventureiro das letras.
Não tenho a presunção de ser um bom escritor.
Nunca tive!
 
16- Psiu!
Ei, você!
 
Psiu! Psiu! Psiu!
Que ninguém nos leia, mas preciso dizer uma coisa!
 
Posso ter exagerado, mas continuo achando que os gordos são gulosos.
 
Eu conheço três jovens.
Elísio, Pedrinho e Roberval moram no meu bairro.
Eles sempre estão bebendo pepsi e comendo frituras.
 
Os três coincidentemente são gordos. 
 
* Eu posso ter sido preconceituoso e cruel, mas os gordos comem.
 
Ah! Como eles comem!
 
Um abraço!
 
Clique para conferir a crônica na qual aparece o fiscal gordo.

http://www.recantodasletras.com.br/cronicas/4417252
 
 
 
Ilmar
Enviado por Ilmar em 04/08/2013
Reeditado em 04/08/2013
Código do texto: T4418586
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