MUITO MAIS HISTERIA DO QUE FÉ
Comoção, histeria ou fé? É esta a pergunta a ser respondida depois da visita do papa Francisco ao Brasil. Francisco veio para dar uma espreguiçada nos católicos. Que estavam adormecidos. Espero que o cantor João de Almeida Neto perdoe a minha petulância. Vou alterar um verso da sua canção. Que importa correr atrás do papa, se a fé não amanhece. Ele canta: “Que me importa céu na cara, se a alma não amanhece”.
Foi pouca fé, alguma comoção e muita histeria. Não é possível acreditar que a fé nasça ou renasça, pelo fato de sair correndo atrás de um homem. Se fosse assim tão fácil, e usando citações bíblicas, o purgatório e o inferno estariam vazios. Existe um abismo enorme entre a correria histérica que é concreta, e a fé que é abstrata.
Ou querem me fazer acreditar que o papa Francisco não é apenas um homem? Ou que ele é o representante de Deus na Terra? Um Deus com essa capacidade de criação, certamente não precisa de um representante. Muito menos, de um representante da espécie Homo Sapiens. A História da Humanidade até aqui me dará razão.
Se a visita de Francisco não era política, por que o primeiro compromisso foi na casa do governador do Rio? Não deveria ser a uma igreja? E estavam presentes, além de Sérgio Cabral, todos os outros diabinhos criados pelos protestos das ruas. Entre eles, Joaquim Barbosa. Que alguns míopes estão enxergando como o salvador da Pátria.
Uau! O meu filho foi beijado e abraçado pelo papa. Que benção! Quantas vezes você beija e abraça o seu filho pensando em benção? Sabe as notas dele na escola? Frequenta as reuniões da escola? Depois de adultos, continua a beijá-lo e abraçá-lo como uma benção? Conhece os seus colegas? Conhece os ambientes que ele frequenta?
Melhor do que sair correndo atrás do papa, você faria um bem danado a tua fé, entrando em hospitais para visitar doentes. Idosos deixados em asilos e, esquecidos pelas famílias. Não me espantaria nem um pouco, se soubesse que muitas dessas famílias estavam nas ruas correndo atrás de um olhar. Ou de uma benção do papa.
Em nome da “fé turística” paróquias promoveram bingos e bailes, arrecadando fundos e poder viajar. Fariam o mesmo por um morador de rua? E os doadores de prendas. Qual seria a atitude, se batessem na sua porta, e pedissem um edredom para se aquecer do frio?
Vou responder a pergunta que está pronta na ponta da sua língua. Não! Eu não visito doentes em hospitais. Nem idosos em asilos. Também, não fui atrás do papa em busca de fé e histérico. Ter fé ou não, depende de mim, e não de Francisco. Ou de Bento.
Os que encontraram a fé, não saberão explicá-la. Os que procuram a fé sabem que o caminho é árduo. Os que não têm fé, não vão encontrá-la correndo atrás do papa.