A GRANDE ENGANAÇÃO

Em minha opinião, estão ficando evidentes os grandes erros cometidos pelos protestos no Brasil. O primeiro erro foi ser um movimento apartidário. O segundo, com exceção dos preços das passagens, ninguém sabia com certeza porque estava saindo às ruas. Foi uma espécie de Maria vai com as outras.

Tipo assim vai que apareço na TV Globo. Ou, o meu cartaz vai parar no Facebook. Todos esperam que esses protestos desorganizados, surtam algum efeito na classe política. Até esse momento, os discursos continuam vazios e evasivos. Todos são unânimes ao afirmarem que ouviram as vozes das ruas.

Na realidade não é o que parece. Como os protestos não apontaram de forma clara uma direção, o governo, os senadores e os deputados se apressaram em apontar uma. Que no fim será, talvez, a grande enganação política desse século. E com a participação do povo. Que depois não poderá dizer nada. Nenhum pio.

Nunca se falou tanto em reforma política. A grande pergunta a ser feita é: Qual é a reforma política que o povo quer? Será essa do plebiscito? E que na realidade não vai mudar nada no corporativismo da classe política. No fim, ainda perderemos o lazer do feriado domingo, que sorte hein, sete de setembro para ir às urnas.

Eu contaria nos dedos das mãos, quem estava nas ruas preocupado com o financiamento de campanha. Com o voto distrital. Com o fim das coligações ou do voto secreto. A continuidade da suplência. Uau! O que a política brasileira mudará com isso? Será o fim dos corruptores e dos corruptos? Estão dando balas para quem sempre chupou o dedo.

A minha reforma política seria diferente disso tudo. Proporia o fim da obrigatoriedade do voto. O fim da reeleição em todos os níveis. Inclusive para senadores e deputados. Que só poderiam voltar a concorrer a um cargo público, após ficaram duas legislaturas afastados. E sem pendência nenhuma com a justiça. A diminuição de três para dois senadores por estado. A diminuição em um terço de todas as bancadas estaduais na Câmara de Deputados.

Proibir senadores e deputados de legislarem sobre seus próprios salários. Esses salários obedeceriam às regras do salário-mínimo. O teto seria uma quantidade x do salário mínimo. Eu proponho vinte e cinco salários-mínimos. E ninguém poderá me acusar de não uma pessoa benevolente.

No âmbito estadual as regras seguiriam as mesmas. Logicamente com salários menores. Nos municípios, os vereadores não teriam remuneração nenhuma. Uma última regra. E talvez, a mais importante. Diante de uma denúncia, afastamento imediato do cargo, até que a verdade seja esclarecida. Ufa! Tenho certeza que não acordei de um sonho, porque digitei o ponto final.