PIZZA BRASILIS
Que tal reunir os amigos para uma pizza?
Aqui, uma receita especial, simples e que combate o
estresse e a tensão do dia-a-dia.
Com uma farinha de trigo barata faça uma massa pesada, se possível encharcada de lágrimas de raiva ou decepção, e sove como sovasse o próprio Judas. Separe.
Enquanto a massa descansa, medite e reze para São Honorato de Amiens e São Clemente, padroeiros dos padeiros e possivelmente dos pizzaiolos também.
Se você é ateu, então não precisa rezar, apenas ter esperanças. Mas se nem esperanças você tem, vá pra janela ver como o mundo é lindo.
Viu?
Então agora pegue algumas latas de sardinha e tente abrir assim: jogando no chão e pisando nelas, imaginando ser o seu próprio salário. Se as tentativas forem frustradas, pegue um abridor e abra as latas como abrisse o cérebro de algumas pessoas (você deve saber quem).
Agora voltemos à massa. Na mesa já polvilhada pela farinha, abra o bolão com um rolo de madeira, pra lá e pra cá. Inspire-se naqueles patéticos tratores de esmagar pistolas da PF.
Na fôrma própria para pizza, untada com azeite, estique a massa e vá colocando o molho, que é feito da seguinte maneira:
as sardinhas em pedaços, molho de tomate temperado e bem vermelho, que lembre bandeiras petistas, caroços de azeitonas (só os caroços) e um pouco de vaselina líquida comestível.
Leve ao forno médio por meia hora.
Pegue um mapa do Brasil do tamanho da fôrma. Tire a pizza e coloque em cima.
Sirva.
Mas atenção: esta pizza não deve ser cortada, cada convidado que tire seu pedaço com as mãos, cada um com seu naco de sardinha e salve-se quem puder.
A receita será um sucesso. E mesmo quem não gostar vai engolir tudo. A vaselina ajuda a descer.