O fortalecimento do racismo


Em uma entrevista recente, Morgan Freeman, o conceituado ator e cineasta americano, fala para Mike Wallace sobre o racismo.
Questionado sobre o que achava sobre o “mês da consciência negra”, Mr. Freeman, que é negro, foi categórico: “ridículo”.
Em seguida, Wallace questiona: “ e como vamos acabar com o racismo”? Ao que Morgan Freeman responde: “parando de falar sobre isto”.
Em menos de um minuto, a precisão das respostas de um dos mais renomados atores do mundo fez pensar sobre as teorias e regras sobre a eterna discussão racista.
Quanto mais se explora um assunto, mais ele se torna evidente e se fortalece.
A luta pela igualdade entre classes, sexo, raças ou qualquer outro grupo que se classifique minoria é justa. Mesmo porque, a conquista de direitos só se fez possível na história da humanidade através da luta e da perseverança dos líderes que empunharam tais bandeiras.
Porém, há uma linha muito tênue que separa a busca pela igualdade social e o fortalecimento da desigualdade.
Criar manifestações, leis, regras, dias, meses e tantos outros eventos para buscar a inclusão social, ao mesmo tempo que demonstram ser uma ação afirmativa, gera uma nova condição: a evidência das diferenças. A distinção oficial de etnias, credos, opção sexual etc., parece que agrava o racismo ou o preconceito já existente.
O desconforto aparece quando há constrangimento em admitir uma condição que se tornou “politicamente incorreta” ou “socialmente não aceita”, como por exemplo chamar a si mesmo de “branco” ou “heterossexual”.
Imposição nunca foi a melhor forma para compreensão de um tema.
As inúmeras e insistentes tentativas de fazer com que a população aprenda na base do ferro e fogo o que é racismo, só cria outras formas de proferir as mesmas palavras e de exaltar velhos sentimentos.
Talvez o melhor caminho fosse esquecer o passado e investir no presente onde a igualdade e o respeito não fossem calculados com base na cor da pele, na religião ou na opção sexual, mas sim na capacidade, no esforço, na educação, na compreensão e na tolerância.
Morgan Freeman foi extremamente assertivo quando disse que não queria que existisse o Mês da Consciência Negra e que para acabar com o racismo é preciso que se pare de falar sobre “brancos” e “negros”.
Encerrando a entrevista, ele diz para Mike Wallace: chame-me de Morgan Freeman e eu lhe chamo de Mike Wallace. Estes somos nós.”
Uma bela lição de um homem que compreendeu que as diferenças existem mas dar maior ou menor peso para elas é opção de cada um.

Imagem: google.


 
Edeni Mendes da Rocha
Enviado por Edeni Mendes da Rocha em 30/01/2013
Reeditado em 30/01/2013
Código do texto: T4114222
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