OLHANDO A VIDA
Eu olho a vida como se olha o relógio, vendo o tempo passar como os ponteiros de horas e minutos numa trajetória interminável.
A música é suave, não tem voz, apenas instrumentos não barulhentos para não perturbarem meus ouvidos sensíveis.
Rego essa vida com umas boas chuveiradas diariamente para afastarem as mazelas que dela sempre tentam tirar proveito.
Eu olho a vida de uma maneira pessoal, como todo mundo faz, querendo que as coisas mudem, que o verdadeiro sentido dela aflore e que contamine os demais seres humanos.
Na rua o barulho dos veículos me incomoda, o vai e vem das pessoas me deixa confuso, afinal não sei o que elas querem. Parecem autômatos sendo manipulados por controle remoto.
Eu olho a vida como as batidas do meu coração, muitas vezes aceleradas, fugindo do ritmo normal, por conta do estresse, esse mal tão natural e que ninguém percebe que está sendo vítima dele.
Ouço a minha música, preferencialmente não muito alta, pois quem mais precisa dela é minha alma. Ela é quem sente a emoção e o prazer, transmitindo para o meu cérebro, que curte pacientemente.