"Eu te amo".

Certamente a nível de expressão a mais dita e ouvida por todos os séculos e séculos, tanto na lingua original quanto em outras línguas as quais podemos mostrar nossas habilidades linguistícas e extra territoriais quando usamos essas expressões para descrever, relatar, elucidar o nosso sentimento por alguem. Porém, essa expressão se tornou algo vazia, sem nexo, sem o mais importante: a realidade, a verdade.

Eu te amo é uma expressão fácilmente escrita, de pronúncia fácil, não nos exige muito para ser dita. É em muitas vezes substituída por um simbolo, um esboço, pela união das mãos em forma de coração e a declaração é feita. É simples demais, não nos requer o mais importante: a verdade, o concreto, o sentido é vazio. Por mais é claro que existam suas excessões, os momentos corretos, o instante, o agora, as mudanças proporcionadas, eu não sou fã, ou um interlocutor que comumente utiliza de tal método.

Pensei naquele que me era e é referencia de amor, em alguem que sua história emanace amor, descrevesse amor e não consegui encontrar em frases diretas, ou mesmo que elas existam não eram comuns nos livros que Dele eram contados, Jesus. Um possível louco que viveu a alguns milhares de anos atrás que se dizia Deus ( para alguns) ou na ideia que teimo em acreditar: o próprio Deus. Mas independente daquilo que Ele foi para quem quer que seja que esta lendo a história de Jesus é o próprio amor, a doação, a mudança, o dom de ressuscitar não só os mortos mas os vivos. Jesus não utilizava da expressão Eu te amo, para descrever o que sentia pelo outro, ele ía lá e mudava, e dava vida, ele fazia as pessoas pensarem, ele buscava nas pessoas o melhor que elas podiam ser e permitia que elas fossem.

Nos que nos é descrito, num capítulo onde ele encontrava com alguem, um doente, um pecador, ela não precisava de muito, não precisava de tempo, ele simplesmente as encontrava e o seu amor as transformava pelo simples fato de ser verdade, sem interesse, sem nenhum objetivo que não fosse a liberdade, o conhecimento próprio, o permitir que as pessoas sigam, livre dos erros que não permitiam "andar".

O ponto máximo da história de Jesus, a maior declaração de amor que já ouvi falar, não tinha carro com música, nem balões, tampouco um bolo, uma festa. Era só Ele, suas feridas e seus sangue, o olhares daqueles que conheceram o seu amor, sem expressão alguma, com atos, fatos e mudanças e só. Alí conheci o amor que fedia sangue mas exalava amor. Que se figurava grotescamente numa cruz, mas era a imagem do amor. Que não tinha som, não tinha discurso mas tinha o perdão pela nossa ignorância. Sem expressão, Jesus ía lá e fazia, e transformava e permitia que as pessoas "andassem".