CONVERSA FIADA
CONVERSA FIADA
Por Aderson Machado.
Não há coisa mais desagradável, caro leitor, do que um escriba pegar uma caneta e um papel e, nesse momento, lhe faltar inspiração, quer dizer, não ter nenhum assunto em pauta para escrever. É terrível! Nesse caso, a saída seria desistir do projeto, rasgar o papel, colocar a caneta de volta no bolso, e partir pra outra freguesia. Essa seria, digamos assim, a solução óbvia. Afinal, se você está sem assunto, a mente não está legal, então é melhor parar, fazer uma reflexão, e esperar um momento mais propício para você concretizar, com sucesso, o seu objetivo.
Até aqui estou me reportando a um escritor que não é um adepto do computador. Pois bem, se o escriba em questão for um internauta, ele ficaria, nessa situação, contemplando a tela do seu monitor, vazia, à espera de que algo fosse digitado, até que o texto fosse consumado. Sem assunto nem lenha pra queimar, o nosso escritor-internauta não teria outra coisa a fazer, senão desligar o seu computador ou, por outra, navegar na internet à busca de notícia, entretenimento, ou coisa que o valha.
A propósito, já aconteceu algo semelhante com você, amigo leitor? Leitor, bem entendido, que também gosta de escrever, porquanto há aqueles que apenas se limitam a ler, são bons leitores, mas não se atrevem a escrever uma linha sequer. Na verdade, há muitas pessoas que sequer escrevem uma simples carta!
Como um assunto puxa outro, gostaria de frisar que há diversas categorias de pessoas no que se refere à arte da comunicação.
Pois bem, conheço vivalmas que gostam de escrever – e o fazem muito bem -, mas detestam falar em público. Já outras adoram falar em público – principalmente os locutores -, mas não escrevem nada. Há uma outra categoria que tanto tem habilidade para escrever quanto para falar em quaisquer circunstâncias. E, por fim, há aqueles que não escrevem nem falam em público.
E aí, amigo leitor, em qual dessas categorias você se encaixa?
A arte da comunicação é uma coisa assaz interessante. Com efeito, gostaria aqui de levantar o seguinte questionamento: Se numa conferência, com centenas de presentes, está uma pessoa, sentada na última fila, sem dizer nada ao longo de toda a conferência, então podemos inferir que essa pessoa nada comunica? Se você pensou que a resposta é NÃO, errou!
Na verdade, a pessoa em questão comunica, sim, comunica que NADA comunica! Deu para entender? Tire aí as suas próprias conclusões.
Em sendo assim, de uma forma ou de outra, todos somos comunicadores!
Ora, eu acho que estou me desviando um pouco do assunto inicial, que se refere à falta de inspiração na hora em que queremos produzir um determinado texto, o que parece estar acontecendo comigo hoje. De qualquer maneira, acredito que já fui longe demais com essas minhas divagações. Só espero que o amigo leitor não pense que estou só na base da enrolação, para completar o meu texto. Afinal de contas, não sou um escritor profissional. Digamos que eu sou apenas um amador. Além do mais, não tenho vínculo empregatício com quaisquer órgãos de comunicação. Escrevo, a bem da verdade, pelo prazer de fazê-lo. Ao longo dos meus 60 anos, escrevi apenas um livro de textos, e mesmo assim direcionado a familiares e amigos. Mas continuo escrevendo os meus textos, o que poderá gerar um outro livro, quem sabe?
Por hoje era o que tinha (ou não tinha?) para repassar para você, leitor, que é a razão de ser de qualquer escritor.
Até a próxima!