Declaração de amor

Uma das práticas que muito podem contribuir para a boa convivência de nosso semelhante é o “nos colocarmos no lugar do próximo”.

Vivemos num mundo de diversidade cultural muito grande. Assim como diversidade de graus de evolução, de maneiras de se enxergar a vida.

E para um bem viver entre todos, se faz necessário deixar de lado o querer ter razão e procurar entender o que o outro pensa e porque age de tal forma. O que não quer dizer ser conivente com algo que vá contra seus princípios.

Certa vez alguém me disse: “Estou fazendo yoga para ter o autocontrole para saber dar aquelas respostas que arrasam, de pessoas sábias”. E se vê muito isto, palavras ditas para impressionar, para dominar e torturar. Palavras que poderiam ser menos usadas até, para se dar mais tempo para refletir sobre o que vai dizer e se precisa mesmo dizer algo.

Já temos tantas guerras, será que precisamos mesmo de guerras de palavras também? Ou será que uma ofensa intelectual me torna uma pessoa melhor do aquele que diz uma ofensa vulgar.

O que torna um espírito melhor é sua capacidade de amar, mas não somente amar a si mesmo na frente do espelho. Amar os seus feitos, dando glória a si mesmo num altar.

Amar é ser útil, é ser leve, sem arrogância. Ser útil sem fazer alardes da utilidade que tem. É compreender quem está em dificuldade, não aplaudir que faz o certo. Fazer o certo é uma obrigação, enquanto parte de uma sociedade, ainda que o certo seja conceito relativo. Compreender quem ainda não consegue fazê-lo ou quem age diferente do que julgamos certo é se colocar no lugar do próximo sem ter que passar pela mesma situação. É entender que não somos os donos da verdade.

Palavras são instrumentos para se emanar energias. Para nos colocar em contato com alguém, ou seja, para nos aproximar de alguém. Mas somente poderão fazê-lo se elas forem agradáveis.

Mas será que somente aprendemos a respeitar aos nossos semelhantes passando por tudo que eles passaram e que nós condenamos? Ou podemos aprender pelo caminho da prudência, observando e buscando compreendê-los?

A reencarnação é uma desculpa antecipada de Deus para todos os erros que possamos vir a cometer, com a condição de repará-los. É a declaração do seu amor absoluto por nós. A mais bela declaração de amor que nos poderia dar. E o pecado, invenção do homem, o maior instrumento de manipulação de massa.

Temos todo tempo do universo para aprendermos o que precisarmos. Mas esta faculdade que nos diferencia dos outros animais, a inteligência, não nos foi dada para nos vangloriarmos de forma infantil de sermos intelectuais ou a raça pensante do planeta. Nem para nos conferir títulos entre os homens, que não melhoram em nada nossa vida. A inteligência nos foi concedida por Deus e aprimorada através dos tempos para aprender a trilhar um caminho cada vez mais suave em direção à felicidade.