Roubaram a noiva antes do altar!
Mês de Maio - época conhecida no Ocidente Capitalista como:
Mês da família, do lar, da noiva -, creio ser um período excelente para renovação dos conceitos sobre estas áreas na vida da mulher.
Tratadas em algumas culturas como se fossem mero brinquedo para satisfação masculina, valorização propagandistica, manter a casa em ordem e portar-se como chocadeira para gerar filhos e filhos e, quando não gerar mais filhos, ser substituída por outra com útero fértil.
Li no mês de Abril dois livros escritos por Khaled Hossein: "Cidade do sol" e “O caçador de pipas”.
Neste segundo, Khaled descreve em suas viagens literárias pela cultura afegã e religião islâmica, vários quadros familiares.
Algo estalou na minha visão interior, o qual exige releituras das pinturas descritas sobre as famílias em Cabul (p.26), página onde Hossein explica o conceito de “roubo” no seio da família na cultura afegã.
Pareceu-me extremamente interessante entendê-lo, e refletir na possibilidade de aplicação do mesmo na cultura brasileira. Que resultado daria?
Escreve Hossein:
“Quando você mata um homem, está roubando-lhe a vida.
Está roubando da esposa o direito a ter um marido, ou roubando dos filhos o direito a terem um pai.
Quando você mente, está roubando a alguém o direito, a saber, a verdade.
Quando você trapaceia, está roubando a alguém o direito a justiça. Entende?”
Procurarei em “poucas linhas” tecer analogia e aplicação sobre o vocábulo “roubo” nos vários aspectos das relações familiares, religiosas no meio capitalista em relação à proposta Bíblica sobre o roubo.
No segundo livro da Torá, ou Pentateuco encontramos escrito:
“Não matarás. Não adulterarás. Não furtarás”. Êxodo 20:13-15.
Cada qual destes verbos comporta dentro de si, diversas formas de concretização e conceituação. Pode-se matar: eliminando-se o fôlego da vida; eliminando-se esperanças, projeto de vida; e/ou sonhos e oportunidades. Muito embora no referido texto, a palavra “matarás” quer dizer eliminar o fôlego de vida.
Paulo, - o apóstolo - em sua carta Aos Efésios, no Novo Testamento, afirma: “Aquele que furtava, não furte mais; antes trabalhe, fazendo com as mãos o que é bom, para que tenha o que repartir com o que tem necessidade”. Referencia a furtar ou roubar: Conceito aqui identificado como subtrair um objeto ou posses do próximo. A esse “algo” cabe-lhe uma variedade de possibilidades tais como: subtrair a vida – o bem mais valioso que alguém pode ter-, subtrair dinheiro, dignidade, esperanças, o direito à saber da verdade, a viver em família; auferir ganho compatível com seu preparo; ou obter justiça na prática.
O vocábulo e verbo “adulterarás” exprime ação, de ampla aplicação. Percorre labirintos os quais se estendem desde: adulterar a forma de culto ao cultuar-se outros deuses no lugar de prestar culto ao Deus verdadeiro; adulterar o conteúdo de um documento; adulterar-se a qualidade das águas de um reservatório; adulterar-se o conteúdo de uma notícia a ser divulgada; e, o próprio ato da conjunção carnal entre um homem casado ou uma mulher com alguém que não seja seu cônjuge. Tem a ver com traição. Relacionamento oculto de outro cônjuge. Sendo a esta a forma referida em Êxodo 20.14.
Amarando e aplicando os diversos conceitos como proposto no inicio, retomo as palavras do escritor do “Caçador de Pipas”, ao explicar o conceito Islâmico sobre “roubo”, relacionando-o à vida familiar e adultério. Extraindo desta aplicação alguns pontos contraditórios. Com os quais vos brindarei para reflexão e reformulação do conceito neste mês da mulher e do lar!
Matar a um homem é roubar-lhe a vida.
Quando ocorre a punição com morte por lapidação ou apedrejamento - morte muito lenta e cruel, de alguém condenado à morte por praticar o adultério – geralmente a mulher -. Tal pessoa não estaria sendo roubada de seu bem mais precioso e irrecuperável?
Porque roubar à mulher é permitido e não o é ao homem?
O texto Bíblico não libera o tirar a vida de alguém por tal pecado.
Por que tantos países ainda admitem o roubo do bem mais precioso: a vida? Não estariam cometendo um segundo pecado para punir ao primeiro, ao roubarem a vida da adúltera - nunca DO ADULTERO-, vida esta que é um bem irrecuperável uma vez perdido?
Sabe-se que o adultério é listado como um dos pecados capitais em qualquer religião de peso. Deus não se referiu ao pecado como algo ocorrente apenas no corpo feminino. Deus condena o ato e não o gênero.
Quando lapidam a mulher, roubando-lhe o bem maior, não seria de se esperar que punissem também ao homem, uma vez que ela não adultera com uma figura de papel ou gesso, nem só com o pensamento?
É necessário alguém de carne e ossos para com ela efetuar conjunção carnal?
Porque o homem sai ileso, sem castigo para seu ato?
Onde estão direitos e deveres iguais, seja perante a lei dos homens ou a Lei divina?
Quando um homem pertencente a qualquer cultura compartilha sua intimidade com outra mulher que não seja sua esposa, não está roubando da esposa o direito de desfrutar sua fidelidade e companheirismo?
Não está roubando dela o direito a viver e desfrutar de sua sexualidade com saúde, livre de traição e dos riscos de DST?
Quem trapaceia: seja nos negócios, seja no casamento, seja na liderança da uma Igreja - católica, islâmica ou evangélica-, está roubando o direito de outro à transparência e à verdade; está matando a confiança do outro; adulterando a qualidade do relacionamento. Comporta-se com um mentiroso!
A Bíblia ensina que o diabo é o pai da mentira e que:
“Vós tendes por pai ao diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai. Ele foi homicida desde o princípio, e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso, e pai da mentira”. João 8:44.
A Bíblia afirma: nenhum mentiroso entrará no reino dos céus!
Quem sonega o imposto de renda é um mentiroso!
Igualmente o é aquele que trai seu cônjuge.
Quem pratica qualquer falcatrua é mentiroso!
Quem omite ou transtorna as verdades bíblicas para não perder o amigo terreno, acaba por perder a amizade e companhia de Deus – O eterno-.
Qualquer pessoa pode ignorar tal realidade, fingir que não a conhece. Tal fingimento não a tornará menos real e dura.
“Ficarão de fora os cães e os feiticeiros, os que se prostituem os homicidas, os idólatras, e qualquer que ama e comete a mentira”. Apocalipse 22:15.
De fora de onde? Do céu da comunhão com Deus; de viver eternamente com Deus.
O apóstolo Paulo é contundente quando declara:
“Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: adultério, prostituição, impureza, lascívia, Idolatria, feitiçaria, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias, Invejas, homicídios, bebedices, glutonarias, e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o reino de Deus. Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança. Contra estas coisas não há lei”. Gálatas 5. 19 a 23.
Se não quiserdes aceitar nem reconhecer tal ensino, terás que arrancares tais versículos ou páginas das Escrituras.
Mesmo arrancadas de sua Bíblia pessoal, elas continuarão vivas. Deus não as anulará.
Ainda Paulo o afirma: “Não sabeis que os injustos não hão de herdar o reino de Deus? Não erreis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os maldizentes, nem os roubadores herdarão o reino de Deus”. 1 Coríntios 6:9-10.
Por mais que façam leis proibindo-se de falar ou pregar contra o homossexualismo e lesbianismo, Deus nunca será conivente com tais práticas erradas e insentivadas pelo pai da mentira - o diabo-.
O texto não afirma que apenas a mulher devassa não herdará o reino de Deus. E sim: que todo e qualquer pessoa devassa ficará de fora!
A Bíblia não ensina a religião do medo ou da intimidação. Também não ensina a religião da OMISSAO! A verdade explícita, sem mentiras, deve ser ensinada, por todos aqueles que desejam ver ter a vida eterna.
Não basta ocultar um buraco numa estrada escura para se evitar o acidente. Deve se corrigir o problema. Ignorá-lo não evita o acidente.
O mesmo ocorre com as verdades eternas. Não pensar nelas, não evita o confronto e consequências por ignorá-las.
Não pensar na situação de discriminação que que vive a figura feminina não lhes diminue o crime.
A figura feminina, que se ornamenta de branco para se casar, após vivenciar larga atividade sexual, está enganando a si própria, mentindo para Deus – como se isto fosse possível-, tentando enganar o Padre, ou Pastor que fará a cerimônia de casamento, ou até mesmo o noivo. Sabe que o branco simboliza uma pureza a qual ela já não possui.
Igualmente enganosa é a prática cirurgica sugerida por algumas clínicas médicas na atualidade propondo cirurgias de intimidades. As chamadas “himenoplastia” – cirurgia para reconstrução do hímem rompido no início das centenas de relações mantidas antes do casamento.
Noivas há que se submetem a tal cirurgia para “presentear” ao noivo com uma virgindade de mentirinha, do "jeitinho brasileiro" ou oriental, quem sabe?
“As cirurgias de reconstituição de hímen são mais procuradas por mulheres que precisam atender a exigências étnicas e religiosas, isso quer dizer, a reinvenção da virgindade pelo cartão de crédito é essencialmente uma questão cultural”- segundo Dr. Márcio Dantas de Menezes, presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Sexual. Portanto, ainda não são muito procuradas no Brasil.
Valoriza-se a festa onde os convivas irão encher as panças.
O corpo da noiva: se é desta ou daquela forma; se virgem ou não. Não se dá o devido valor aos ensinamentos divinos sobre a conjunção carnal. Engana-se ao noivo, como se ele fosse um idiota para crer em tal virgindade construida ao toque do bisturi.
Reconstrói-se a pele, não se reconstrói os danos emocionais de relacionamentos inadquados. Não se reconstrói as emoções nem os danos espirituais de tais práticas pecaminosas.
O sexo vivenciado com resposabilidade dentro do casamento é uma bênção! Fora dele é uma fonte de contrariedades e filhos sem teto e sem amor verdadeiro, - muito embora produza "alegria" temporária, portanto mentirosa.
O que é feito da figura da Mulher como pessoa, ser vivo com sentimentos, anseios, e necessidades bem específicas?
Rouba-se diariamente a figura feminina em vários aspectos e situações. Estas perdem a dignidade - do ser pessoa pensante - nos milhares de motéis espalhados pelas estradas ou bairros sinistros.
A mulher ao longo dos anos tem sido avaliada pelo bumbum, vagina ou seios grandes e firmes que possua.
Caráter e sentimentos não entram na balança fraudulenta, onde pesos e medidas definem o valor arbitrário e discriminatório dado à mulher.
Cruel é que as mulheres aceitam tais padrões discriminatórios. Não levantam bandeira contra tais discriminações. Levantaram bandeira para trabalhar fora do lar acrescentando mais trabalho e cançaso à sua lide diária, e não se manifestam contra a desvalorização sexual.
As redes comerciais instituem o crime organizado contra a figura feminina colocando-as no cabresto das filas dos motéis, nas filas para realizarem cirurgias de estética ou de reconstrução da intimidade roubada.
No pelourinho dos cosméticos que prometem milagres – nunca realizados -, pois, um cosmético não transforma aquilo que a natureza definiu.
A mulher segue seu rumo onde nunca se vê aceita pelo que é ou como é. Segue carregando dentro de si o peso das exigências de uma sociedade cruel e perversa – que faz dela qual uma boneca de cera. Retorcendo-a, esticando-a, costurnando-a, inclusive na intimidade para "torná-la ceitável e adequada ao modelo exigido pela clientela masculina. Vê-se assim forçada a tornar-se "outra pessoa" para ser mais aceita.
Concluindo: convido-lhes a refletir sobre:
O papel da mulher nesta sociedade de “fetiches” e mentirinhas que rendem dinheiro para alguns e desastres para outros – como se observa no final das cirurgias desastrosas- cujos resultados saem ao contrário do esperado pelas mulheres "costuradas" ao contrário do esperado.
Rouba-se a dignidade da menina, da mulher e da idosa.
Quando meninas são estupradas e rejeitadas nas culturas patriarcais. Atiradas a uma vida de adultas ou adulteras, sem capacidade crítica para optar por viver uma vida diferente.
Quando entram no processo de desgaste natural vê-se na condição de uma peça de vestuário sendo costuradas, transformadas para estarem na "moda" e continuarem aceitas. Ou um móvel lixado, ralado e envernizado ao gosto do freguês, para ser vendida e mal paga. Pior é quando chegam à velhice e são descartadas como papel huigiênco, o qual é jogado no lixo após utilização.
De que lhes serve a dedicação simbólica de um "Dia das Mães" ou Mês de Maio no calendário? Um mês para maquiar o descalabro por elas vivenciado durante o ano todo e todos os dias do ano?
Muitas choram ao se postarem num altar com o branco simbolo da dignidade outrora perdida. Algumas podem chorar de pura emoção. Outras tantas choram de tristeza por saberem que para terem algum valor na sociedade tiveram que cobrir-se de pano branco para valer ao menos pela cor do tecido. Para não arcarem com o desprezo de uma sociedade perversa que as usam e descartam como algo sem valor.
Choram por saber que para serem valorizadas tiverem que costurar sua intimidade invadida quando ainda eram “costuradas” ainda pela mãe natureza. E continuarão chorando na velhice aos serem desprezadas por filhos ingratos, por esposos ingratos que as trocam por outras mais novas como se fosse um carro ou bicicleta usada.
E pensar que tem mulheres, as quais se acham sábias e dignas, as quais constroem belos discursos contra a virgindade e pureza. Tornando o estupro um ato irrelevante. Quase natural. Quando na verdade é um ato bárbaro de violação ao direito a uma intimidade resguardada. Violação ao direito de decidir quando e com quem ter seu primeiro contato íntimo. Como também é violado o direito a ter educação de verdade a qual lhes ensine em tempo ábil a decidir sobre a importância de sua intimidade e vida.
Maio, não deve ser apenas o mês da mulher, da noiva ou do lar.
Deve ser tempo de reflexão sobre a condição da noiva pura outrora roubada do altar. Da Igreja pura imaculada como noiva de Cristo, cuja pureza tem sido violada diariamente.
Nos altares da atualidade, veem-se noivas de vestidos brancos e almas enegrecidas pela dor da violação de tudo que deveria ser o seu direito de escolha antes de mais nada.
Roubaram a noiva do branco altar da pureza. Deixando-na no altar sobre o tapete vermelho de veludo! Vermelho cor do sangue derramado nos lençóis da vida com seus relacionamentos prematuros.
Vermelho da cor dos olhos inchados de chorar por uma dignidade perdida ao longo da vida.
Não há comemoração de Maio que valia o roubo efetuado, que devolva a dignidade perdida!