UM MUNDO MELHOR

UM MUNDO MELHOR

Pela estrada interminável dos séculos, a passos contados, prossegue o tempo em sua marcha, sem parar jamais. Vem do longe das priscas eras. É vai, ao presente, por nós passando, em direção do futuro.

É sempre, sempre o mesmo em o afã de nivelar os homens: A uns – descendo-os, lá do alto de suas grandezas; e a outros – elevando-os, cá do baixo de suas misérias. Mas a todos situando, afinal, num plano único, a sete palmos da terra.

Geração após geração tumultua em torno dele o gênero humano. Crescer e morrer é tudo questão de um momento, assim para os grandes e poderosos como para os pequenos e humildes do mundo.

Ainda que andasse o tempo. E, tão longe se afaste, só ficam nuvens de pó e cinza e os ecos das reminiscências.

Associados por necessidade vêm e vão os homens, vivendo os poucos instantes da vida consoante às circunstancias da época em que aparecem e a têmpera com que forjam o caráter. Assim que ora se põe de par, o ombro a ombro, penetrados da mesma fé, soldados do mesmo ideal. E ora se entregam à porfia, uns contra outros, esquecidos da brevidade das glórias, da pouquidade das esperanças.

Em preponderando as forças do bem, é a concórdia, é a amizade, é a paz. Quando campeiam as do mal, é a desinteligência, é o ódio, é a guerra. E a guerra tanto mais brutal quanto maior o grau de civilização dos partidos oponentes.

ARMAUREL LOBO

REPRODUÇÃO PARCIAL DO “ALMANAQUE DE CIÊNCIA POPULAR 1952”

Pedro Prudêncio de Morais
Enviado por Pedro Prudêncio de Morais em 19/03/2012
Código do texto: T3563023
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