SANDUíCHE DO BEM VIVER
Hoje quero compartilhar algo muito simples com você, mas que julgo de um valor inestimável para todo e qualquer relacionamento! Eu diria até imprescindível no trabalho, com os amigos, família e ainda no relacionamento consigo mesmo.
Quero falar de Feedback. Mais uma daquelas palavrinhas da língua inglesa já bem incorporadas ao nosso universo. Numa tradução direta para a língua portuguesa obteríamos o termo comentário de retorno. Segundo o dicionário Houaiss, feedback é a "informação que o emissor obtém da reação do receptor à sua mensagem, e que serve para avaliar os resultados da transmissão". Vamos lá, pra deixar tudo muito às claras por aqui, estamos falando de críticas mesmo. Positivas ou negativas. Mais claro ainda? Elogiar ou “passar sabão” em alguém ou na gente mesmo. Simples assim! Então vamos ao que interessa!
Vale lembrar também, que o objetivo do Feedback, conforme vários autores da área, deve ser o de ajudar os outros ou a nós próprios a manter ou fazer alguma coisa de forma diferente no futuro, a fim de melhorar habilidades e comportamentos. Então vão aí duas dicas de ouro:
1. Quando a intenção é apontar algo a ser melhorado, um bom hábito a ser adquirido é o Sanduíche de Feedback. Isso mesmo, sanduíche. Comece com o pãozinho quente (elogio), depois vem a bomba gordurosa do hambúrguer (o que tem que ser melhorado) e, por último mais pãozinho quente (elogio). Tudo isso regado a muita sinceridade, lembre disso!
2. Parta do seguinte princípio: “É fundamental sabermos diferenciar pessoas (suas identidades) de comportamentos (manifestações)”. Ou ainda, é interessante considerar que "as pessoas têm comportamentos e atitudes. Elas não são seus comportamentos e atitudes. As pessoas estão vivendo momentos de sua história pessoal. As pessoas acertam, erram, se transformam sempre, indefinidamente, sempre querendo acertar e se tornar uma versão melhor.”
Posto isso, naturalmente questiona-se sobre o modus operandi, ou seja: Como é que se faz isso? Isto também é muito simples! Acompanhe o exemplo de duas situações extremas:
Alfredo está diante de sua secretária Poliana e ela lhe apresenta aquele relatório encomendado há duas semanas:
Situação 1 - Ao analisar o relatório cuidadosamente, Alfredo percebe que o trabalho está impecável! Quantidade, qualidade e precisão de dados, organização e criatividade na montagem adequada dos gráficos, etc.
> Feedback inadequado (baseado em identidade): “Muito bem Poliana, você é muito organizada, prestativa, esforçada, e ainda é muito criativa, blá, blá, blá... e mais “rasgação de seda”.”
> Feedback adequado (baseado no comportamento): “Muito bem Poliana, estou muito satisfeito com este seu trabalho! O relatório está muito bem organizado, com quantidade, qualidade e precisão de dados e você ainda utilizou de muita criatividade na montagem adequada dos gráficos!” Ponto final.
Situação 2 - Ao analisar o relatório cuidadosamente Alfredo percebe que o trabalho está um desastre! Faltam dados, estão mal dispostos e imprecisos, falta lógica na organização e houve uma montagem inadequada dos gráficos.
> Feedback inadequado: “Poliana, seu relatório está péssimo! O relatório está reprovado! Você exclui dados, é desorganizada e imprecisa, não tem raciocínio lógico e não é criativa.
> Feedback adequado (Note aqui o Sanduíche citado anteriormente):
- “pãozinho quente”> “Poliana, percebi sua dedicação nestes últimos dias, procurando fazer o melhor que pôde sobre este relatório.”
- “Bomba gordurosa do hambúrguer”> “Vejo aqui uma necessidade de reavaliarmos alguns procedimentos e práticas no desenvolvimento de seu trabalho, pois, definitivamente, não aprovei seu relatório! Estão faltando dados, os quais também estão mal dispostos e imprecisos. Falta lógica na organização e não houve criatividade e adequação na demonstração dos dados ao utilizar os gráficos.”
- “Mais pãozinho quente”> “Estou certo de que você pode fazer isto de forma perfeita numa próxima oportunidade. Baseado no interesse que tem demonstrado em evoluir sempre, com certeza irá procurar meios de desenvolver as habilidades que se fazem necessárias para a sua função aqui na empresa. E, como bem sabe, estaremos sempre dispostos em lhe apoiar nisso!”
É isso, amigo leitor! É importante lembrar, como falei inicialmente, que isso se aplica não apenas ao trabalho, mas a todas as situações da convivência humana e ainda aos nossos diálogos internos. Destaco também que não é apenas o sujeito “criticado” que tem a ganhar com isso. De forma alguma! Todas as partes envolvidas só têm a ganhar!
E vamos seguindo... distribuindo e saboreando Sanduíches do Bem Viver!