EU NÃO ENTENDO
EU NÃO ENTENDO
Por Aderson Machado.
Como um grande leitor de jornais, desde há muito, tenho me deparado com determinados –ou “iluminados” – articulistas que, diariamente, escrevem suas colunas nos seus respectivos jornais. Dentre estes, há articulistas atuando em várias áreas de conhecimento, como, por exemplo, música, literatura, política – um prato cheio -, economia, futebol, informática, gastronomia, fofocas, futilidades e um monte de outros assuntos.
O engraçado é que esses caras têm assunto para escrever todos os santos dias! Parece, até, que suas fontes são inesgotáveis. É incrível! A cada dia, um fato novo.
Quando se trata de escrever um livro, este, com certeza, tem começo, meio e fim. Quanto aos articulistas em apreço, estes são diferentes dos demais. Seriam iluminados?
Pelo exposto, chego à conclusão de que quando eles, por acaso, não têm assunto, eles inventam! Será?
É bem verdade que há temas assaz inesgotáveis, como política, futebol, religião e outros que tais. Aí a coisa muda de figura. Por outro lado, há temas que é preciso você tirar “leite de pedra” pra ver se sai alguma coisa. Assim, eles escrevem apenas para cumprir tabela, “encher lingüiça” ou coisa parecida. E é aí que mora o perigo, porquanto tenho me deparado com textos de baixa qualidade por parte de grande parte desses articulistas diários. Por uma questão de ética, não vou declinar a empresa nem os nomes desses profissionais da imprensa escrita.
Eu sou a favor, em primeiríssimo lugar, da qualidade daquilo que é escrito. Dessa forma, não interessa, pra mim – nem pra ninguém mesmo -, o fator quantidade. É claro que existem bons profissionais que escrevem diariamente sem comprometer a boa qualidade do texto. Mas isso representa uma minoria, diga-se de passagem. Com efeito, tenho observado em vários jornais, principalmente os do Sul do país, excelentes artigos, opiniões, crônicas, etc., de boa qualidade. Também há muitos articulistas que escrevem apenas uma ou duas vezes por semana, sendo muitos destes colaboradores, às vezes nem sempre remunerados.
Voltando aos nossos articulistas diários, é bom frisar que muitos deles têm a vida facilitada em função mesmo do tema abordado. Mas há os que “teimam” em escrever todos os dias sem as mínimas condições para tal. Aí não há leitor que suporte!
Por outro lado, há uma gama de articulistas que escreve apenas uma vez por semana, quer pra jornais ou revistas. Normalmente são profissionais ou mesmo colaboradores da melhor qualidade. Eu diria que estes são os imprescindíveis para a imprensa escrita.
Só para exemplificar, cito o nome do renomado e amigo escritor, crítico literário e professor universitário, Hildeberto Barbosa Filho. Este, sim, é um profissional da melhor qualidade. É nordestino, mas seu trabalho é reconhecido nacionalmente, quiçá mundialmente.
Como contraponto, existem por aí afora muitos pseudos jornalistas, escrevendo, diariamente, verdadeiras porcarias, que nem as latas de lixo gostariam, de bom grado, de abrigar esses excrementos.