AS LINGUAGENS DO AMOR
Por Carlos Sena
Por Carlos Sena
São demais as linguagens do amor. A mais direta – aquela em que as relações subsistem; as do jogo – em que os atores do amor se utilizam como forma objetiva e consciente de sedução, ou de outros interesses concomitantes; as do sentimento propriamente ditos, em que as atitudes falam mais do que as palavras; as de difícil decodificação como aquelas em que tudo se interpõe na relação sinalizando para a contramão do amor. Todas essas linguagens e outras que possam ser catalogadas são de fundamental importância para a manutenção das relações de afeto. Podemos dizer que há comunicações clássicas como as da palavra direta, objetiva, que nutrem as relações nos aspectos mais gerais. Por outro lado, há outras linguagens subliminares, em que os atores precisam se identificar dentro delas – elas nascem, no geral, das combinações entre os afetos compartilhados. Como seriam esses afetos compartilhados? Seriam todos aqueles em que, na positiva troca de carinhos, de afeto, de desejo, se opta por símbolos particulares dos atores envolvidos no namoro, no casamento, na paquera. São, por assim dizer, pequenas comunicações ora explícitas ou não, mas que alcançam o outro em seus objetivos. Há casais que quando querem alguma intimidade maior, apenas se entreolham e... Há certas ligações de celular em que o parceiro, dependendo da hora, sabe que é sua namorada, amante, esposa, etc. O mais complexo nesse contexto das linguagens do amor é quando fatores externos se interpõem entre eles (atores) sem, claramente, significarem o que o inconsciente esteja querendo demonstrar. Podemos chamar isto de linguagens que caracterizam a contramão do amor. Este talvez seja o viés de maior dificuldade nas relações, posto que nem sempre os atores envolvidos percebem o fato. Como essa linguagem se estabelece? - Nas formas mais clássicas do relacionamento, pois não havendo indícios objetivos de que a relação esteja fissurada, a CONTRAMÃO DO AMOR poderá se estabelecer, tipo: "um quer o outro não. Um vai o outro não pode ir. Um quer, mas a agenda familiar não permite. O tempo sempre é pouco para umas coisas, para outras não". As formas de diversão geralmente são díspares, etc. Evidente que isto requer muita observação no sentido de que os atores se “toquem” disto sob diversas formas, dentre elas: o que eu quero desta relação tão em contramão? O que eu poso fazer para modificá-la? Fato é que os envolvidos têm que estar conscientes dessa “contramão”. Se apenas um estiver consciente, mais dificuldades ajudarão no estabelecimento da “contramão”. Se os dois estiverem sintonizados, inclusive nisto, muito ajudará para que se chegue a um bom termo em que a contramão do amor seja diminuída, pelo menos. Recomenda-se, principalmente, nessa forma complexa de comunicação, muita cautela. A teoria de que os opostos se atraem pode não ser verdadeira. Diante disto, procurar compreender os sinais é fundamental. Afinal, nem sempre a natureza nos dá o livro aberto. Muitas vezes precisamos estar atento aos significados dos acontecimentos que nos cercam, principalmente quando o amor está bem, mas sobrevive na contramão de si mesmo. Esse cuidado passa, necessariamente, pela certeza dos atores envolvidos na relação de que tudo passará, pois se trata apenas de momento específico do outro, não um sinal de alerta que a natureza esteja nos proporcionando.
Como se vê, as linguagens do amor são complexas. Tanto as clássicas, como as operantes (aquelas em que os atores vão administrando no decorrer das relações), todas são produto do humano em suas interfaces do afeto. Contudo, em todas as formas de linguagem, a palavra não deve faltar nunca, mesmo para se referir aos aspectos da relação em que as palavras são as que menor valham.
Como se vê, as linguagens do amor são complexas. Tanto as clássicas, como as operantes (aquelas em que os atores vão administrando no decorrer das relações), todas são produto do humano em suas interfaces do afeto. Contudo, em todas as formas de linguagem, a palavra não deve faltar nunca, mesmo para se referir aos aspectos da relação em que as palavras são as que menor valham.