Democracia em pauta
As pessoas anseiam por um momento oportuno em que suas idéias possam ser ouvidas e discutidas. Milhares já saíram nas ruas com os rostos pintados de verde e amarelo à procura de autoridade e liberdade. Outras centenas, já enfrentaram reis, magistrados e presidentes no intento de manifestar insatisfação e reivindicação diante do descaso, nepotismo ou displicência. O ser humano necessita de liberdade de expressão. No entanto, muitos esquecem de que antes do falar e opinar, é preciso também ouvir e respeitar argumentos diversos.
O Fórum Nacional pela Democracia da Comunicação existe para preservar a cultura da liberdade de expressão. Trata-se da oportunidade histórica de equiparar o interesse público com o interesse do público. O objetivo do fórum é defender a liberdade e coerência da produção audiovisual nacional e zelar pela democratização da comunicação, da cidadania e do desenvolvimento sustentado.
Portanto, o FNDC é a possibilidade de alargar as fronteiras do campo democrático, criando possibilidades inéditas de eliminar a monopolização e a oligopolização do mercado de radiodifusão no Brasil. Ou seja, um idealismo altruísta em que o poder da mídia deixa de ser exclusivo para ser coletivo.
A pauta diária desse “jornal popular” é: pluralidade. Chega de reis e súditos, patrões e operários ou de coronéis e escravos. O FNDC é a garantia da possibilidade de interação no processo comunicativo. Adeus ao velho quadro em que o emissor é o agente ativo enquanto o receptor, passivo. A ação é mútua e continua.
Atualmente, o fórum trabalha pela concessão de rádios comunitárias, regulamentação da TV a cabo, inserção de canais educativos, entre outras ações sociais. Ele ainda propõe discussões sobre temas polêmicos como a digitalização da comunicação eletrônica e a regulamentação para que o conteúdo das programações de rádio e TV seja produzido em escala regional e não nacional, como acontece.
As conquistas dessa guerra pela liberdade de expressão são importantes, mas insignificantes diante de país em que a força política ainda domina a postura social. Por isso, a eficácia das ações do fórum está submetida a uma educação em que os indivíduos sejam valorizados pela habilidade de pensar e agir, e não submissão do aceitar e obedecer.