HIPOCRISIA DE FIM DE ANO
Fim do ano, época de festas, de jantares dispendiosos, presentes recebidos e dados e principalmente de promessas, aliás, muitas promessas.
Passamos os trezentos e sessenta e cinco dias vivendo apenas, se assim se pode dizer. Alguns apenas existem, inertes no mundo, sem modificar o ambiente em que vivem e se relacionam, e pior ainda, sem mudar ou querer mudar a si mesmo. Alguns são bons em certos momentos favoráveis, mas são terríveis quando os convém. Os namorados passam horas renovando seus votos, os alunos matam-se de estudar para correr atrás das notas, que não conquistaram no ano que está acabando. Existe também aquelas mulheres vaidosas, que prometem comer menos, cuidar mais da cinturinha e da saúde. Senhores e senhoras fazem promessas para todas as formas de religião, com suas esperanças voltadas em provisões divinas, mas seu interior continua o mesmo... Até mesmo as crianças aprendem desde seus primeiros natais, a serem bonzinhos forçadamente, pois o Papai-Noel apenas as visitará com sua bagagem de presentes, se o seu procedimento for conforme os regulamentos familiares impostos.
Gostaria de sugerir aqui algumas promessas de fim de ano, que são praticamente impossíveis de se ouvir, mas que com certeza melhoraria o nosso país e sua população. Já que as tradicionais promessas falsas e fingidas estão apenas mantendo a ilusão na cabeça do povo por alguns meses e nada mais, sem dar um resultado palpável e estável. Vamos tentar desta vez, ao invés de pensar em grandiosidades materiais, ampliar nosso intelecto e nossa visão filosófica no ano que se aproxima.
Ler mais, sempre se deve ler mais e mais, é a construção do seu ser intelectual. Procurar falar menos; se irritar menos; dar menos bola para comentários tolos; dizer apenas aquilo que realmente sabe; cuidar apenas de sua vida; pensar antes de falar; não mentir; não caluniar; não julgar sem provas; não condenar injustamente; ser bom verdadeiramente, não apenas por interesse; não subir pisando nos outros; saber esperar; ponderar sempre, estourar nunca; olhar sem desprezo; afogar a descriminação; pedir desculpas; amar sem interesse; abraçar com carinho; sorrir largamente; reconhecer os acertos; corrigir os erros; viver verdadeiramente.
A estrada da nossa vida sempre será construída por nós mesmos, cabe a nós se a queremos de pedra, que machuca os nossos pés, ou se a faremos de asfalto, para sermos rápidos, ou um grande gramado, lindo, tranqüilo e confortável. As nossas decisões são as construtoras da nossa propria estrada da vida, não se engane se hoje sua estrada está maravilhosa, e amanhã amanheça um desfiladeiro cheio de espinhos. A única culpada é a construtora, nossas decisões, e devemos muda-la, concerta-la para que volte a ser o que era antes.
Com certeza existem varias outras promessas de fim de ano que nos ajudariam a melhorar a ética, e o viver como um todo. Aqui foram algumas sugestões, são difíceis de cumprir à risca, mas creio que são muito mais simples do que forçar uma vida reta, apenas para agradar o Papai-Noel e ganhar um bom presentinho.
Feliz Ano-Novo, prosperidade e paz para sua vida!