Combater as Heresias I
Wagner Herbet Alves Costa (08/10/1968 – 07/08/2006)
Sexta 01 Julho de 2005
Li um texto em que um dos membros desse portal escreveu. No qual se nota a funesta tese do indiferentismo religioso (tanto faria uma religião como outra). E para tanto chega a citar a famosa sentença de S Cipriano – “Fora Da Igreja Não Existe Salvação” – dando uma interpretação que muito pouco condiz com o pensamento de tão egrégio e combativo santo. Citou também a execução do monge florentino Savonarola; colocando-o como se fora uma santa testemunha do Senhor. E para insinuar que a Igreja errou, não faltou – como é de praxe aos desgostosos da Igreja Católica – lembrar da Inquisição. Falou ainda que os cristãos de hoje deveriam dar testemunho martirial como os que existiam no passado. [Até parece que sempre, em todas as épocas da Igreja, não teve cristãos que se amedrontaram ante as perseguições e mesmo praticavam crimes terríveis ou imoralidades...]
a) E ainda disse: “sejamos zelosos pela sã doutrina”(sic). Frase bonita, não é? Permitam-me ser mordaz: QUAL sã doutrina? A que os adventistas defendem e que inclui, com unhas e dentes, o cumprimento do preceito sabático, ou seria a dos luteranos, ou pentecostais, ou batistas, etc? ... Cada herege com sua doutrina, ou melhor, com seu palpite do que seja o certo; haja vista eles mesmos negarem existir o caráter da infalibilidade.
Ora, o zelo pela Sã Doutrina passa necessariamente pela refutação das doutrinas heréticas, como fizeram tantos e tantos santos e doutos da Igreja de Deus, ao longo dos séculos: os agostinhos, os franciscos sales, os gregórios, os irineus, etc; são alguns dos valorosos defensores da verdade. Aliás, a própria Escritura Santa aponta-nos como um dos critérios para selecionar o epíscopo é justamente que: “Seja capaz de ensinar a sã doutrina como de refutar os que a contradizem” (Tt 1,9).
O próprio S. Pedro nos alertou a respeito dos “falsos mestres, os quais trarão heresias perniciosas” (2 Ped 2,1) e para não sermos tolos em aceitar o que é adulterado; mas, sim, o leite não adulterado da verdade “a fim de que por ele alcançais a salvação” (1 Ped 2,2). Por conseguinte, se fosse impossível ter esse leite, ele não teria recomendado que dele tomássemos, nem Deus cobraria. É possível, sim, alimentarmo-nos dele, que se encontra na única e divina Igreja: a Católica. [Aliás, na Igreja temos mais do o leitinho, mas o alimento sólido!]
b) Mas, alguém sabe o que uma doutrina é herética? Ou melhor, sabe quais são, ou não, as doutrinas opostas à verdade (ou à sã doutrina)?... Se responder que é pela Bíblia que se tem tal entendimento, isso não soluciona completamente a questão; porquanto quantas e quantas heresias declaram-se baseadas na Bíblia. Ainda mais depois que o “porco” (2 Pe 2,22) do Martinho Lutero abriu a caixa de pandora – que é o livre exame das Escrituras – ficou mais difícil ainda, pela Bíblia simplesmente dizer, o que é certo; haja vista cada qual dá a interpretação que melhor lhe aprouver...[Além do mais, a própria Escritura manda guardar as Tradições: “Guardai, irmãos, as tradições que vos ensinamos oralmente ou por escrito” (2 Ts 2,15).] O único meio, portanto, está em se firmar nesta tríplice conjunção: a da Bíblia, Tradição e Magistério.
O testemunho de um ex-protestante, chamado Henrique B. Neto, registrado num livro do Sr. Jaime Francisco de Moura, é bem esclarecedor sobre a trágica realidade do princípio nauseabundo do Livre Exame (além de nos apontar para o “primitivismo” CATÓLICO da Igreja de Deus): “Comecei a estudar a Bíblia a fundo para mostrar aos outros que a verdade é uma só, querendo assim, formar apenas uma igreja baseada na única verdade. Foi aí que tive consciência de que existem bilhões de interpretações do mesmo trecho bíblico... Eu conversava com batistas, presbiterianos, luteranos e algumas igrejas pentecostais (estas eram as mais enérgicas) para tentar formar a MINHA interpretação bíblica sem relativismos sobre certos assuntos, mas sim algo concreto e tentar também estabelecer um diálogo entre todas as outras igrejas (um bela utopia). Cheguei à conclusão de que a interpretação bíblica que formei diferia de todas as demais, isso era inconsistente... aí a lógica começou a funcionar um pouco: Se a verdade é uma só e se a Igreja é “coluna e sustentáculo da verdade” conforme (I Tm 3,15), então isso necessariamente implica que a Igreja deve pregar uma só Verdade que nos leva à salvação, chamada por Cristo de “caminho estreito e árduo”. Veio-me a dúvida então: Quem pode dizer entre as Igrejas evangélicas o que é e o que não é certo ou errado?... Quem teria autoridade final para nos dizer se tal prática agradava ou não a Deus?... Comecei pelos estudos dos textos patrísticos... Foi quando percebi que a Igreja primitiva (os protestantes chamam assim a Igreja do primeiro século) é a Igreja Católica. Quando descobri isto, entrei em choque: tentei tirar isto da minha cabeça de qualquer jeito”[MOURA, Jaime Francisco de, Por que ex-protestantes de tornaram católicos, 1a edição, Editora COMDEUS, São José dos Campos-SP, 2003, pp. 52-53].
c) Tem gente que parece confundir ser católico com ser ecumenicamente caótico! Porquanto aceita as impiedades das igrejolas protestantes, num pacifismo meloso e ridículo.
Esse pacifismo insosso, romanticamente pregado por alguns, a mim, nada diz. Jesus mesmo testemunhou para que veio: “Não penseis que vim trazer paz à terra. Não vim trazer paz, mas espada” (Mt 10,34). Ele pôs-se em defesa, radical e intransigente, da verdade. Como o fez com relação aqueles de corações petrificados que não aceitaram a doutrina e o mistério sobre a Eucaristia. Por causa dessa coerência, com relação à verdade, é que Cristo preferia perder até mesmo o círculo restrito de seguidores, que eram os apóstolos: “Não quereis também vós partir?” (Jo 6,67). Perder, inclusive, a própria vida, como de fato aconteceu.
O irenismo descomedido, ou seja, a unidade a qualquer preço, é reprovado, é ímpio. Se luta e se deve lutar sempre pela verdade – que é única . Única e intolerante. Porque a verdade não suporta as trevas do erro. [Não há, nem pode haver, comunhão entre a luz e as trevas.] Inclusive, a luz denúncia a trevas... Portanto, perenemente haverá luta (enquanto não se der o Juízo Final) entre a descendência da mulher e a da víbora peçonhenta, que é o pai de toda mentira, e de todas as heresias e doutrinas anticatólicas. Quanto a nós, confiantes e desejosos, esperamos que se cumpra, de forma definitiva, o que foi dito: “Em breve o Deus da paz esmagará Satanás debaixo de vossos pés” (Rm 16,20). E que, ainda, fará com os que militam no exército do diabo, curvarem-se ante a Igreja única que se manteve fiel: “Vou entregar-te alguns da sinagoga de Satanás... farei com que venham prostrar-se a teus pés” (Ap 3,9).
A paz se consegue assim, com a destruição do último foco de resistência à verdade. O esmagamento de toda impiedade herética. [Alguém descansa em paz enquanto não se elimina o último nódulo cancerígeno detectado em seu corpo?] Portanto, enquanto não forem eliminadas todas suas impiedosas heresias, não haverá paz nem descanso da parte dos que pugnam pela conservação da coroa imutável da verdade. É a paz do paraíso que devemos almejar, e não a paz deste mundo que passa. Pois no edênico jardim não há heresias ou heréticos. E se, como dizem alguns, devemos construir o paraíso aqui na terra; então, ponhamos mãos à obra – sem cessar no nosso sacro ofício, na nossa sacha apologética, em retirar toda erva daninha, que são os ensinamentos hereticamente adulterados... Mas não é utópico acreditar que isto vem a ocorrer neste mundo? Independentemente, continuaremos combatendo, pois está é a nossa missão... Se eles não se converterão ao Catolicismo, isso é outra questão.
d) Como vimos, para combater a heresia (que é uma obrigação cristã) é preciso saber discernir o que é certo do que é errado. Ou seja, é necessária uma autoridade judiciária que avalie e pondere os fatos revelados na Escritura Sagrada e decrete, de forma inerrante, o que é aceito ou não por Deus. Tal capacidade judiciosa eu confesso serem asseguradas aos papas e aos concílios católicos unidos a eles (baseando-se na Bíblia e na Tradição). E você protestante? Não vai me dizer que é teu umbigo? (Quero dizer: não vai dizer que a autoridade máxima é você mesmo! Mas vocês não dizem que nenhum homem é infalível, nem vocês mesmos?)
Por causa de problemas dessa monta, dentre outros tantos, foi que protestantes de boa vontade acabaram se convertendo ao Catolicismo. Neste mote é que testemunha os ex-pastor presbiteriano, Marcus Grodi: “Como poderia eu estar certo de que nossos pontos de vista presbiterianos estavam certos em comparação com os de meus irmãos metodistas ou da Assembléia de Deus ou da Igreja de Cristo ou dos anglicanos – ou até dos católicos? Como poderia eu saber que a minha interpretação da Escritura era coerente com aquilo que Jesus Cristo realmente disse? Eu queria ser fiel. Eu sabia que um dia compareceria diante de Jesus Cristo, meu Senhor, e teria que dar contas das almas das pessoas que dirijo. Eu tinha consciência de que devia ter certeza de que os meus ensinamentos eram verídicos e o meu procedimento era correto”[MOURO, Jaime Francisco de, Porque que estes ex-protestantes se tornaram católicos, Idem, p. 104].
Se a presença da infalibilidade de ensino não existisse entre os homens, isto é, não houvesse um papa infalível (que assegurasse a perfeita interpretação do ensino bíblico); então, todo ensinamento doutrinário não passaria de “achismo”, ou “opinionismo”. E, conseqüentemente, ninguém poderia acusar a outrem de herege ou difusor de erros. Já que estaria impiamente “liberada” todo e qualquer tipo de interpretação. {Ninguém é infalível, logo, cada qual cuide de interpretar, ao seu viés, a Escritura, é o que se concluiria.} Concomitantemente, ocorreria o esfacelamento da unidade da fé que atentaria, também, contra mais esta sentença bíblica que diz: “Há uma só fé” (Ef 4,5). [Não á toa que Satanás não cessa de colocar no coração de muitos a rejeição ao papado! Pois o papa é a pedra visível de unidade.]
Repito as palavras do ex-protestante Marcus Grodi: “Não teria sentido admitir que Jesus fundou uma Igreja e deixou tudo ao léu”[MOURA, Jaime Francisco de, Por que ex-protestantes se tornaram católicos, Idem, p. 105].
A infalibilidade, portanto, bem poderá ser entendida, antes de tudo, como um serviço (Grandíssimo serviço!)... Sem ela, nenhum seguidor de Cristo poderia ter ciência de qual, verdadeiramente, é o ensinamento que o SENHOR estabeleceu. Ficaríamos todos à mercê das dúvidas, das incertezas... dos palpites, “achismos”, etc. Feitos baratas tontas, ao sabor do inconstante individualismo e subjetivismo. [Ou seja, cada um teria a “sua verdade” e não que todos teriam que seguir a única verdade.] Bem como, estaríamos susceptíveis a nos imergimos nas mais aterradoras heresias.
Esta infalibilidade, o Altíssimo conferiu a sua única Igreja – que ensina uma única verdade – a qual atravessa a História (perpassa pelos séculos, desde o tempo de Cristo).
Como pode Deus ter deixado uma Bíblia inerrante, mas não ter deixado nenhuma autoridade para, sem erro, interpretá-la? [Não é como se um médico se preocupasse que o medicamento fosse puríssimo, mas não assegurasse a qualidade impoluta da injeção pela qual o medicamente seria ministrado?]
e) Onde está a Igreja, aí, vai, muito provavelmente, surgir hereges e heresias. Porquanto Satanás fará de tudo para penetrar no coração de homenzinhos inconstantes, que lá se encontrarem, como os Luteros e os Judas, para envenenar as paróquias onde os cristãos se reúnem para causar e promover divisões. Porquanto Satanás sabe muito bem – como conhecedor da Bíblia que é – da importância da unidade, como o próprio Cristo ensinou: “Que todos sejam um... para que o mundo creia” (Jo 17,21). Mas que, segundo Nosso Senhor, tem que ser a unidade na verdade! Daí, os que ensinavam alguma pestilenta tese contrária às doutrinas contidas no Depósito da Fé, cedo ou tarde, serem expurgados (diríamos nós, excomungados)...
Veja as palavras duríssimas de São Paulo contra uns e outros que propalavam o erro: “Dentre esses se encontram Himeneu e Alexandre, os quais eu entreguei a Satanás, a fim de não mais aprendam a blasfemar” (1 Tm 1,20). “A palavra deles é como gangrena... Eles se desviaram da verdade... estão pervertendo a fé de vários” (2 Tm 2,17s.). [Ensinar o erro, contrário ao ensino da sacra Igreja, é blasfemar contra esta, e acima de tudo contra o Senhor dela (que, misticamente, é a sua Cabeça). É negar as suas promessas de que ‘as portas do Inferno jamais prevaleceriam’ (cf. Mt 16,18) e ‘que o Espírito Santo sempre estaria com ela’ (cf. Jo 16).]
Que cristão acusará São Paulo de não amar a humanidade? Todavia, o verdadeiro amor não despreza a verdade, nem se omite a condenar o erro. Mas sempre está a propugnar por verdadeiro.
f) São Cipriano acreditava numa Igreja hierarquizada e rigorosa combativa contra as heresias. Dizia ele: “O inimigo, desmascarado e derrotado pela vinda de Cristo... trama nova emboscada para iludir os incautos, sob o rótulo do próprio nome de cristãos. Inventa heresias e cismas para subverter a fé e corromper a verdade e quebrar a unidade... Roubas homens da própria Igreja... Continuam a se dizerem cristãos sem guardarem a boa nova de Cristo, os seus preceitos e suas leis” [AQUINO, Felipe Rinaldo Queiroz de, Escola da Fé I (Sagrada Tradição) Editora Cléofas, Lorena-SP, 1997, p.52].
“ ‘Não podemos ter Deus por Pai, se não tivermos a Igreja por Mãe’, escreveu Cipriano... sobre a Unidade da Igreja. Ele acusou... os novacianistas agiam fora dos limites. Falando em nome da corrente principal, Cipriano escrevera: “Não existe salvação fora da Igreja”. Contudo, a única questão que separava os novacianistas do grupo principal dos crentes era política com relação aos lapsos... Em alguns lugares, sobreviveram Igrejas novacianas até o século VI”[READER’S DIGEST, Depois de Jesus: o triunfo do Cristianismo, Idem, p. 176].
Percebam que embora, praticamente, num único ponto, as “igrejas” novacionistas divergiam dos cristãos que se mantinham na ortodoxia (na reta doutrina), eles eram severamente reprovados pelos líderes do Cristianismo, o Catolicismo, de então. Um único ponto, e mesmo assim não havia acordo. {Só fico a imaginar as severíssimas críticas que os homens daquele passado (do talante de um S. Cipriano) não haveriam de tecer a respeito da impostura protestante! (Nem os novacionistas, creio eu, pouparia este embuste de cristianismo que é o protestantismo.)}
Note-se ainda que: apesar perdurarem algum tempo a existência dessas “comunidades” novacianista, que, inicialmente eram católicas, no fim, suas igrejas (já maculadas pelo erro) sucumbiram. Não é de admirar que Deus tenha lhes permitido ainda algum tempo de sobrevida, certamente com o intuito de que um dia retornassem à unidade plena com o Catolicismo. Todavia, esse período temporal não é indefinido; porquanto o Senhor mesmo nos chama a atenção no Apocalipse: “Converte-te e retoma a conduta de outrora. Do contrário, virei a ti e, caso não te convertas, removerei o teu candelabro de sua posição” ” (Ap 2,5).
g) Até entendo que um protestante elogie a asseverada defesa dos valores morais cristãos empreendidas por Savonarola – ainda que eu discordasse dos métodos por ele utilizado. [Bem, não estou defendo ou condenando ao Savonarola, ao menos aqui, neste escrito; apenas falo que isso, de combater virilmente o erro, é o que a Igreja sempre ensinou.]
Não nos esqueçamos, entretanto, que, no combate às heresias, como foi colocado inclusive no texto do referido membro deste portal, Savonarola foi responsável até mesmo pela queima de livros contrários à doutrina divina. O que é um procedimento típico daquela que odiada por muitos: a Inquisição. Logo, o suposto mártir não era nada liberal. Na prática, equiparava-se a um “inquisidor”, que não admitia, de modo algum, oposição doutrinária à verdade que ele acreditava. Ele não tinha nada de democraticamente ecumênico.
Além do mais, estranhei não terem sido citadas as execuções que foram por ele aprovadas, nas quais muitos pereceram. Tanto é que, num editorial do Jornal do Brasil, datado de 02/10/2001, Savonarola foi comparado ao terrorista Bin Laden: “Bin Laden se apresenta como o Savonarola do Islã, mas o próprio Savonarola acabou na fogueira que mandava atear aos infiéis...(pág ”[http://www.radiobras.gov.br/anteriores/2001/sinopses _0210. htm].
A reforma de Savonarola era, tirando, quiçá, um ou outro ponto, sumamente moral e não doutrinária (como a que os cães satânicos dos reformadores protestantes viriam, posteriormente, a empreender). [Se bem que, entre estes, não faltou quem imitasse a prática savonarolista de executar aqueles que se opunham ao que consideravam como sendo a verdade.]
É importante lembrar que: “Savonarola, que profetizara a chegada de Carlos VII à Itália, transformara a República florentina em um estado teocrática; Jesus Cristo e a Virgem Maria proclamados rei e rainha de Florença, em nome deles o monge exercia o poder”[BÉRENCE, Fred, “Lucrécia Bórgia” (Coleção ‘VIDAS EXTRAORDINÁRIAS’), 3a edição, Casa Editora Vecchi Ltda., RJ, 1959, p. 147].
A bem da verdade, o amor a Virgem Maria também pode ser constatado entre os “reformadores”:
-“No fim de sua vida, aos 17/01/1546, Lutero exclamou num sermão muito agitado: “Não se deve adorar somente a Cristo? Mas não se deve honrar a Santa Mãe de Deus? Esta é a mulher que esmagou a cabeça da serpente. Ouve-nos, pois o Filho de honra; Ele nada te nega””[http://www.universocatolico.com.br/index.php?option=articles&task=viewarticles&artyid=368&Itemid=3].
-“Zwinglio, o reformador em Zurik, conservou as três festas marianas e recitação da Ave Maria durante o culto sagrado”[http://www.universocatólico.com.br/index.php?option= articles&&task=viewarticles&artid=368&Itemid=3].
h) É, por vezes, típico dos hereges serem defensores de um comportamento moralmente irrepreensível; mas, paralelamente, vêm defendendo uma ou mais doutrinas de fé anticatólicas. Ou seja, vêm trajados de pele de cordeiro (para atrair e seduzir o povo, como o diabo que ‘até de anjo de luz se disfarçar’), mas não passam de lobos. O que adianta alguém ser um puritanista se ensinar coisas contrarias à Sã Doutrina?
Tenhamos ciência de que o contrário também é possível. Alguém pode ser hipócrita e, mesmo assim, ter autoridade de ensino. Disse Jesus a respeito daqueles que eram responsáveis pelo ensino do Povo de Deus, antes da Nova Aliança ter sido plenamente consumada: “Observai tudo quanto vos disserem. Mas não imiteis as suas más ações, pois dizem, mas não fazem” (Mt 23,3) [Em suma, é um pouco daquele ditado popular que diz: ‘Fazei o que eles dizem, só não fazei o que eles fazem’.]
Lembrei-me de um famoso pregador protestante norte-americano, mundialmente conhecido... Outro dia saiu no noticiário que ele tinha sido pego no motel com outra mulher (vivia em adultério). [Foi um escândalo! Prato cheio para mídia.] Ora, eu, porém, duvido que ele – a despeito do caso extraconjugal que mantinha – tivesse alguma vez ensinado aos membros de sua “igreja” a cometer adultério ou que adultério fosse algo permitido. Certamente, o mesmo ensinara que isso era imoral. Logo, ele (que ensinava o certo e fazia o errado) foi um hipócrita, não foi?... E se ele morresse impenitente iria para onde? Céu ou Inferno?... Eu respondo: para o mesmo lugar que os papas católicos que morrem em pecado mortal! [Recebendo a sorte dos hipócritas!]
A infalibilidade do Romano Pontífice, justamente por não ser impecabilidade, não lhe assegura a garantia de eternidade ao lado do Senhor. Porquanto, como vimos, o chefe visível da Igreja pode vir a praticar o erro e perecer neste tenebroso estado... Ademais, tal caráter é até um peso a mais para os que são papas; haja vista está escrito: “Aquele que muito se deu, muito será cobrado” (Lc 1,48). Eu tenho certeza que Deus vai cobrar muito mais de um papa do que de um servo inútil como eu.
Um do papas mais criticado é Alexandre VI, devido a sua vida dissoluta. Todavia, fica a observação feita por D. Estevão Bittencourt (no artigo “Papa Alexandre VI”, da Revista ‘Pergunte e Responderemos’), citando o historiador Carlos Castiglioni: “O Alexandre foi um príncipe de seu tempo, com os vícios e pecados dos outros príncipes, com uma diferença de que não quis encobrir nem velar seus vícios... Ninguém a de querer isentá-lo de suas faltas em sua vida pessoal e em família, mas é justo reconhecer que nenhum erro contra a fé se encontra em seus escritos”[http://www.veritatis.com.br/_agnusdei/div215 htm].
Todos os rebeldes “pais” da ímpia reforma protestante, por mais santo que fossem em seus comportamentos; foram, indiscutivelmente, milhões de vezes piores do que o Papa Alexandre VI. Pois arrastaram e continuam a arrastar, com suas funestas e erráticas teses, a milhões de almas para o Inferno!
O fato, insofismável, é que: se existem heresias é para serem combatidas. Jesus nunca as aceitou, nem a Igreja de Deus (Seu Corpo).
P.S.: Tudo que escrevi está, e sempre estará, sujeito à autoridade da Igreja Católica. A qual poderá corrigir, refutar, completar e tudo o mais que for necessário para conservação do Depósito da Fé.
Bibliografia
-AQUINO, Felipe Rinaldo Queiroz de, Escola da Fé I (Sagrada Tradição), Editora Cleófas, Lorena-SP, 1997.
-BÉRENCE, Fred, Lucrécia Bórgia (Coleção ‘VIDAS EXTRAORDINÁRIAS’), 3a edição, Casa Editora Vecchi Ltda., RJ, 1959.
-BÍBLIA DE JERUSALÉM, Editora Paulus, SP, 1996.
-http://www.radiobras.gov.br/anteriores/sinopses_0210.htm.
-http://www.veritatis.com.br/_agnusdei/divi215htm.
-http://www.universocatolico.com.br/index.php?option=articles&task=viewarticles&artid= 368&Itemid=3].