CRUEL HUMANIDADE
Vejo uma imagem. Uma criança de dois anos toma banho numa bacia furada. Olha para a mãe que nao aparece na imagem, também invisível aos olhos da humanidade. Está distante de nós, lá na África, perdida em campo de concentração na Somália. Não existe para muitos. Não aparece nos noticiários. É também invisível como a mãe, ou não apresentável.
Horroriza-nos, choca-nos seu olhar pedindo socorro e um aconchego. Apavora-nos ver seus ossos no peito vazio e desprotegido de socorro. Onde estamos nós, humanidade? Somos a humanidade desumana, capaz de consumir todos os produtos de vitrine inúteis à nossa insaciedade insana de ter. Usamos aquilo que está na moda, temos que ter sempre o que é melhor. Ao outro fica a indiferença e a rigidez de nossas opiniões hipócritas e insensíveis, a nossa retórica desargumentativa, a nossa falácia inútil.
Deus olhai pela humanidade que não olha para si mesma e não se enxerga no outro. Inútil é mesmo pedir perdão, pois este é muito fácil. Envergonha-nos ver crianças em pranto e a humanidade em risos, alguns tão fartos de futilidades e outros que são desprovidos do mais essencial no humano.
Que cruel humanidade! Somos os tais seres coletivos e sociáveis. A cada dia que passa percebo que isso é mesmo uma verdade absoluta. Nos livros, apenas.
Veja a imagem no link abaixo
http://br.noticias.yahoo.com/%c3%a1frica-maior-campo-refugiados-mundo-sofre-superlota%c3%a7%c3%a3o-falta-143240650.html