ARTIGO – Ricocheteando

 

ARTIGO – RICOCHETEANDO – EM 09.06.2011

 

            Por vezes me pergunto e claro que encontro imediatamente as respostas para as minhas dúvidas e mesmo para os absurdos que passam pelo crivo de boa parte daqueles que comandam o destino desta nação.

            Afinal de contas, pergunta-se aos entendidos de plantão, que vivem a defender a todo custo o governo seja de qual partido for: O Procurador Geral da República é um funcionário da presidência ou está ali para ajudar a fazer cumprir as leis, mesmo que algumas não agradem àqueles que têm o cetro na mão a dominar como numa espécie de ditadura, embora eleitos pelo povo sacrificado de seu país?

            Nestes últimos dias, e todos sabem disso, tivemos duas decisões malabaristas de sua excelência: A primeira delas foi de mandar arquivar as denúncias formuladas pelos partidos de oposição e que questionavam o enriquecimento do ex-ministro Palocci (contumaz em criar problemas ao seu governo). Alegou que nada havia que justificasse a medida de dar prosseguimento ao processo intentado, eis que o grande médico e melhor ainda economista havia enriquecido vinte vezes em seu patrimônio, num espaço rápido de quatro anos.

            Mas será que um deputado federal pode servir a dois senhores, isto é à nação e aos particulares, criando firmas efêmeras de assessoria para toda e qualquer atividade empresarial, desde o catar lixo até os mais altos engenhos utilizados pelas instituições bancárias?! Essa pergunta não quer calar nem mesmo a boca de membros do próprio partido dos trambiqueiros (não agravando a todos, evidentemente, pois existe gente de primeira grandeza no PT). Além do mais, uma pessoa que saíra de um ministério do governo Lula em situação de maus lençóis, isso por causa do caseiro Francenildo, pobre cidadão piauiense. Mas é bom que não esqueçamos sua atuação na Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto, em São Paulo, que fora também tumultuada por ações que não vamos agora relembrar.

            Conversando em mesa de bar com amigos, quando pensamos que podemos resolver os problemas da nação, quase unanimemente chegou-se a um resultado de que essa renúncia (?) do Palocci não foi nada mais nada menos do que uma negociação, isso que é sua especialidade, talvez até bolada por gente de maior expressão: O Procurador nada procura, para tudo e manda arquivar essa ruma de papel, enquanto que o ministro entrega uma carta deixando o cargo para o qual nunca deveria ter sido escolhido.

            Mas seria essa a decisão correta; isso acaba, enterra os crimes que teria cometido, resultando em mais uma linda pizza, ou as investigações deveriam prosseguir até que se chegasse à verdade nua e crua que o caso requer. Chegou-se até, na conversa, a imaginar que se o Senado é quem aprova o nome do Procurador para a missão, justo seria que também tivesse poderes para indicar três nomes e escolher um deles para substituí-lo no caso de não satisfazer as expectativas do povo brasileiro. Somente seria nomeado aquele que obtivesse 3/5 do total de senadores, a fim de evitar-se que tudo ficasse na mão da maioria que o governo sempre consegue nas eleições de tantos e tantos votos comprados da população pobre do nosso país tão achincalhado por aí a fora.

            A Comissão de Constituição e Justiça do Senado, composta de homens de primeira linha, sem qualquer mácula, também considerou inadmissível a convocação dele, Palocci para ser sabatinado no Senado Federal. O que esperar-se de um congresso com Sarney de um lado e o Michel Temer de outro... alguém pode me responder!

            Outra decisão esdrúxula do Procurador foi a de orientar no sentido de que a extradição do “inocente” Cesare Battisti, aquele criminoso comum italiano, que se encontra gozando das delícias do Brasil, fosse negada, inobstante o STF tê-la concedido em julgamento anterior. O presidente da república foi induzido a negar o cumprimento da decisão daquela que sempre fora a suprema corte nacional. E no último dia do seu governo, em 31.12.2010, o Lula assinara vetando a extradição.

            Mesmo como leigo, permito-me ter o direito de me indignar com a decisão de ontem do STF, que considerou o ato de não entregar esse criminoso às autoridades italianas, a fim de pagar pelos crimes que cometera. Mas aplaudo de pé os votos dos ministros Gilmar Mendes, da Ellen Gracie e do presidente da Corte, Dr. César Peluzzo, que deram uma verdadeira lição no particular. É que alguns intocáveis ministros confundem a soberania da pessoa física com a do cidadão investido no mais alto cargo do país, que são coisas absolutamente diferentes. Ora, livrarmo-nos desse assassino o quanto antes teria sido a atitude mais consentânea com os direitos internacionais de reciprocidade, não representando perda de nossa soberania. A opção por deixá-lo entre nós só se justifica pelo fato de que somos comandados por pessoas que assim também agiram antes e durante a ditadura militar, ou seja, são colegas de pegar em armas, etc., etc., etc. O presidente Peluzzo viu-se obrigado, com lágrimas contidas, a expedir imediatamente o “Alvará de Soltura”, e a essa hora a festa deve estar rolando, inclusive com solidários do PT lá pelo Rio de Janeiro, talvez até num barracão de uma escola de samba, fechando com chave de ouro mais a feitura de uma pizza eminentemente “Luliana”, já que a “Palocciana” ocorrera um pouco antes.

            Talvez seja muito melhor desmoralizar a suprema corte de justiça brasileira em prol de uma solução que apequena o que havia de mais sério em matéria de aplicação das leis, e agora tanto faz como tanto fez. O que é ainda pior é o fato de que alguns se arrotam o direito de depreciar a atuação de um companheiro que está ao seu lado pensando que estão julgando a mesma causa.

            Não vou me alongar mais, a fim de não cansar as mentes limpas de leitores meus, até porque este país não tem cura e eu tenho vergonha de ser brasileiro.

            Um detalhe: Algumas pessoas de bom nível de cultura, embora anônimas, têm me mandado comentários de que a matéria está boa, todavia eu preciso melhorar meu “português”, e o que posso fazer é apagá-los, pois sempre ocorre quando critico essa ou aquela posição do governo. Meu pai me dizia que todo aquele que se passa por anônimo, não se identifica e não oferece a cara a tapas não passa de mero projeto de homem, e eu concordo com ele. Ademais, meus escritos são feitos na hora, sem correções, as quais eu vou fazendo na medida das possibilidades.

Cumpra-se a decisão do STF e pronto.

 

Meu abraço. Em revisão.

Ansilgus

09/06/2011 08:33 - Nasser Queiroga, interagiu/comentou:

Amigo poeta Bom dia... Triste vou aqui continuar, pelas verdades que este texto expõe, na verdade da vontade de chorar, pela forma que o nosso Brasil se encontra. Mas, como o povo vive de esperança, e os que lá estão... Com os votos colocamos, o melhor é esperar mais alguns anos, e tentarmos aprender a votar! Só assim o Brasil ira mudar, com a mudança de cada cidadão, em saber que não se troca voto por pão, leite, farinha e ate por rapadura!E que políticos safados e ladrões, deveriam atrás das grades se encontrar, digo isto sem medo de errar, e por amor a esta linda nação!Desculpas Antonio por encontrar neste espaço de comentários um lugar para o meu desabafo!Grande abraço, Nasser.

Para o texto: ARTIGO Ricocheteando (T3023248)


09/06/11 21:43 - MELRIS CALDEIRA, opinou assim:

 

As coisas vão de mal á pior...

Todos procuram uma solução,

Mas, ninguém faz nada não

Tudo deles é votar, votar

Votar em quem vai fazer menos?

Ou quem vai preencher

Cuecas com din. din. alheios?

Aproveitam e se fartam

Pois a maioria dos brasileiros

Não sabem dos seus direitos

E ainda votam nesse ou naquele

Um bonitão, qualquer

ETA! CAMBADA DE ZÉ MANÉS

QUE NÓIS SOMOS NÉ.

ansilgus
Enviado por ansilgus em 09/06/2011
Reeditado em 10/06/2011
Código do texto: T3023248
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