E o palhaço, o que é...
Nós, brasileiros confessos, temos vivdo momentos de angústia e sofrimento ao vermos nossa pátria amada mergulahada no caos da violência, do abandono, da miséria.
Lembro-me, com saudade da infância, dos divertidos Carequinha e Arrelia, palhaços engraçados, que dignificavam a lama brasileira com sua alegria e descontração. Ouso afirmar que eram a síntese de nós todos: alegres e gentis.
No dia 23 de maio de 2005, arrfeceu um pouco da minha esperança em dias melhores: aos 99 anos, morreu um pueril encantador de gerações, o palhaço sério, Waldemar no nome; Arrelia no ser: os dois se encontraram para a última viagem. Hilariante certamente.
Vida e obra distinguiram-se no homem e se aproximaram no palhaço; ilustraram sua vocação à seriedade e designaram os caminhos retos do "ser gentil"; abrilhantaram nossas vidas simples e ofuscaram os detentores do mau-humor perenal.
Como não lembrar "Como vai, como vai, vai, vai... Eu vou bem, muito bem, bem, bem..." cumprimento trivial, nos tempos imemoriais da educação mais elementar? Como esquecer a bengala inseparável a piruetear em saltos e giros saltimbancos?
Waldemar Seyssel, o mortal, enlutou-nos ao mitificar Arrelia, o pândego deus do riso.
Descansa em paz, Palhaço!