Há quem diga mentiras caridosas.
Há quem minta por vício.
Há quem diga meias verdades.
E também há quem diga sempre a verdade.
(Autor Desconhecido)
Maxuel* é um garoto diferente. Com o passar do tempo essas diferenças tornaram-se empecilhos para a convivência pacífica entre Maxuel e o mundo. Ser uma pessoa diferente é uma questão vital para ele, pois odiaria ser igual ou inferior às outras pessoas.
Maxuel criou para ele um universo perfeito de realizações e de sentimentos que indiscutivelmente não existem; aliás, não existem para nós, pois para ele é tudo muito “real”. A convivência com seres humanos exige de cada indivíduo uma bagagem psicológica essencialmente eficaz, que propicie a sua vivência no meio sócio-político dos mesmos. Esse mundo “virtual” de situações requer muita... mais muita magia... para a concretização do mesmo.
Maxuel têm namoradas que somente ele conhece. Tem situações de trabalho que só ele vivencia. Tem uma família perfeita que não existe. O sentimento de posse aguça o seu lado perfeito de ser e de viver. Maxuel mostra-se exacerbadamente evoluído economicamente, pois para ele demonstrar que ter é muito mais importante do que qualquer outra coisa. O problema é que nem Maxuel e nem a sua família têm.
Enfim, Maxuel é mitômano. Você sabe o que é mitomania? Não? Então cuidado, pois todos nós temos um mitômano ao nosso lado e o que é mais impressionante, somos responsáveis pelo aguçamento desta doença no outro.
Segundo Lauro Monteiro, médico pediatra e editor do observatório da infância, o mitômano é um indivíduo psiquiatricamente doente, que apresenta uma tendência mórbida para a mentira. Suas histórias fantasiosas não resistem a uma investigação. É nessa hora que o mundo criado pelo mitômano desmorona e o risco de depressão e tentativas de suicídio é frequente.
O mitômano mente; mas ao contrário do mentiroso, ele mente por uma necessidade de viver aquilo que ele diz e não para prejudicar alguém. Esse mundo que ele cria, é um espaço de refúgio para onde ele se tele-transporta vislumbrando uma felicidade que notoriamente ele alcançará momentaneamente, mas que passará dentre instantes.
Maxuel é mitômano assumido. Mente e acredita na própria mentira. Compartilha esta mentira com as pessoas como verdade, e busca fazer com que as mesmas também acreditem nestas mentiras.
A família é grande colaboradora para o avanço desta doença, pois eles também crêem que sejam verdades todos os amores, situações, vivências e experiências contadas por este indivíduo. Incentivar no outro este mundo de imaginação, confiar, concordar, aceitar, não contradizer, só dará a pessoa a energização para que ela crie cada vez mais esse mundo imaginário.
Em contrapartida, a família também é a principal fonte de cura para este ser humano. A aproximação e o sentimento familiar, dá-lhes uma abertura maior para tocar no assunto, buscando confrontar a magia com a realidade, vislumbrando uma materialização do que é realmente verdadeiro. Perigoso mesmo é a inexistência de limites para Maxuel.
Inegavelmente, existem mentiras do cotidiano das quais ninguém está livre de contar ou de ouvir. Um estudo científico norte-americano, desenvolvido pelo psicólogo Gerald Jellison (in Dicionário Informal), da Universidade do Sul da Califórnia, assegura que acessamos cerca de 200 mentiras por dia, seja ouvindo, lendo ou assistindo. De acordo com o especialista, em geral, todos contamos entre uma e duas dúzias de mentiras diariamente, desde aquele comentário sobre o novo visual da colega de trabalho até a desculpa para não comparecer a um jantar de amigos.
O que se sabe, seguramente, é que há fatores do ambiente familiar responsáveis por este tipo de conduta. Alguns psicanalistas acreditam que a resposta para o que leva pessoas a mentirem de maneira patológica pode estar em traumas da infância.
Enfim, tratar o mitômano é uma coisa dificílima por diversas razões. A primeira, porque raramente eles procuram ajuda, a não ser quando sentem o sentimento total de perda. A segunda é que mentem justamente porque não querem se deparar com a própria insuficiência, ou seja, optam pela comodidade de viver sonhos, ainda que isso signifique a própria destruição ou a daqueles que estão em sua volta. Por estas dificuldades é que devemos tomar muito cuidado com quem está ao nosso lado. E você? Já se avaliou e procurou saber se você é um mitômano?
* Nome fictício para explanar sobre o assunto.
Há quem minta por vício.
Há quem diga meias verdades.
E também há quem diga sempre a verdade.
(Autor Desconhecido)
Maxuel* é um garoto diferente. Com o passar do tempo essas diferenças tornaram-se empecilhos para a convivência pacífica entre Maxuel e o mundo. Ser uma pessoa diferente é uma questão vital para ele, pois odiaria ser igual ou inferior às outras pessoas.
Maxuel criou para ele um universo perfeito de realizações e de sentimentos que indiscutivelmente não existem; aliás, não existem para nós, pois para ele é tudo muito “real”. A convivência com seres humanos exige de cada indivíduo uma bagagem psicológica essencialmente eficaz, que propicie a sua vivência no meio sócio-político dos mesmos. Esse mundo “virtual” de situações requer muita... mais muita magia... para a concretização do mesmo.
Maxuel têm namoradas que somente ele conhece. Tem situações de trabalho que só ele vivencia. Tem uma família perfeita que não existe. O sentimento de posse aguça o seu lado perfeito de ser e de viver. Maxuel mostra-se exacerbadamente evoluído economicamente, pois para ele demonstrar que ter é muito mais importante do que qualquer outra coisa. O problema é que nem Maxuel e nem a sua família têm.
Enfim, Maxuel é mitômano. Você sabe o que é mitomania? Não? Então cuidado, pois todos nós temos um mitômano ao nosso lado e o que é mais impressionante, somos responsáveis pelo aguçamento desta doença no outro.
Segundo Lauro Monteiro, médico pediatra e editor do observatório da infância, o mitômano é um indivíduo psiquiatricamente doente, que apresenta uma tendência mórbida para a mentira. Suas histórias fantasiosas não resistem a uma investigação. É nessa hora que o mundo criado pelo mitômano desmorona e o risco de depressão e tentativas de suicídio é frequente.
O mitômano mente; mas ao contrário do mentiroso, ele mente por uma necessidade de viver aquilo que ele diz e não para prejudicar alguém. Esse mundo que ele cria, é um espaço de refúgio para onde ele se tele-transporta vislumbrando uma felicidade que notoriamente ele alcançará momentaneamente, mas que passará dentre instantes.
Maxuel é mitômano assumido. Mente e acredita na própria mentira. Compartilha esta mentira com as pessoas como verdade, e busca fazer com que as mesmas também acreditem nestas mentiras.
A família é grande colaboradora para o avanço desta doença, pois eles também crêem que sejam verdades todos os amores, situações, vivências e experiências contadas por este indivíduo. Incentivar no outro este mundo de imaginação, confiar, concordar, aceitar, não contradizer, só dará a pessoa a energização para que ela crie cada vez mais esse mundo imaginário.
Em contrapartida, a família também é a principal fonte de cura para este ser humano. A aproximação e o sentimento familiar, dá-lhes uma abertura maior para tocar no assunto, buscando confrontar a magia com a realidade, vislumbrando uma materialização do que é realmente verdadeiro. Perigoso mesmo é a inexistência de limites para Maxuel.
Inegavelmente, existem mentiras do cotidiano das quais ninguém está livre de contar ou de ouvir. Um estudo científico norte-americano, desenvolvido pelo psicólogo Gerald Jellison (in Dicionário Informal), da Universidade do Sul da Califórnia, assegura que acessamos cerca de 200 mentiras por dia, seja ouvindo, lendo ou assistindo. De acordo com o especialista, em geral, todos contamos entre uma e duas dúzias de mentiras diariamente, desde aquele comentário sobre o novo visual da colega de trabalho até a desculpa para não comparecer a um jantar de amigos.
O que se sabe, seguramente, é que há fatores do ambiente familiar responsáveis por este tipo de conduta. Alguns psicanalistas acreditam que a resposta para o que leva pessoas a mentirem de maneira patológica pode estar em traumas da infância.
Enfim, tratar o mitômano é uma coisa dificílima por diversas razões. A primeira, porque raramente eles procuram ajuda, a não ser quando sentem o sentimento total de perda. A segunda é que mentem justamente porque não querem se deparar com a própria insuficiência, ou seja, optam pela comodidade de viver sonhos, ainda que isso signifique a própria destruição ou a daqueles que estão em sua volta. Por estas dificuldades é que devemos tomar muito cuidado com quem está ao nosso lado. E você? Já se avaliou e procurou saber se você é um mitômano?
* Nome fictício para explanar sobre o assunto.