A certidão do Brasil
A certidão do Brasil
Quando os portugueses acharam o Brasil naquele dia 1 de Maio de 1500, Pero Vaz de Caminha, escrivão Galaico-Português a serviço da coroa portuguesa, usou de sua destreza para escrever em ricos detalhes o que seus olhos puderam enxergar.
Em sua primeira carta Caminha descrevia detalhadamente as mulheres da nova terra. Seus cabelos longos e negros, lisos como o vento, seus olhos ávidos e incandescentes, seus corpos desnudos e as pinturas peculiares. Ele não poupou palavras para descrever como estas lindas mulheres agiam tão naturalmente visto que os visitantes não se atreviam a mostrar suas partes intimas.
Chocado com o que vira, Caminha escreveu também que esse povo se impressiona com a presença dos portugueses e invejam artigos pessoais em posse dos mesmos. Quando o comandante Pedro Álvares Cabral desceu da embarcação trazendo um Papagaio em seu ombro, tomaram-lhe o Papagaio e apontaram para a floresta, como se houvesse espécies idênticas ali.
Nesta carta, que marcou o inicio de uma nova era para o Brasil, Vaz de Caminha escreve também que os índios não gostaram de nada que lhes ofereceram. Comida, bebida. Tudo lhes parecia muito esquisito e artificial.
A carta conservou-se inédita por mais de dois séculos no Arquivo Nacional da Torre do Tombo, em Lisboa. Foi descoberta em 1773 por José de Seabra da Silva, noticiada pelo historiador espanhol Juan Bautista Muñoz e publicada, pela primeira vez no Brasil, pelo padre Manuel Aires de Casal na sua Corografia Brasílica.
A história dos dois países se misturam a partir desse ponto. Deu-se inicio então a uma batalha sangrenta entre dois povos completamente diferentes. Junto da violência, vieram os jesuítas que ensinaram aos índios o novo idioma. A língua que hoje conhecêssemos como português.