Colhemos o que plantamos
O que define o nosso Karma são as nossas escolhas, pois para cada escolha há uma consequência. E isso independe dela ser boa ou ruim, mas sim, a que convém ou não àquele momento. Ou ainda, o nível de nossa compreensão ou entendimento, ou ainda, um total e completo desconhecimento, que nos leva a esta ou aquela escolha em determinado momento de nossas vidas.
E dependendo das nossas potencialidades e limitações, lidaremos com as consequências das escolhas, de maneira prazeirosa ou dolorida, ou simplesmente indiferente.
O ditado “tudo na vida tem um preço a se pagar”, é real e aplicável. Entretanto, devemos ser prudentes o bastante para ser capaz de identificar o quanto podemos pagar. O quanto podemos aguentar vivenciando os efeitos, os resultados de nossas escolhas.
No entanto, nem sempre a nossa consciência nos aponta a medida certa de nossa capacidade. Aliado a isto, é claro, vem também a nossa real ignorância de nós mesmos. Afinal, quem somos? Até onde podemos ir? Até quanto e quando podemos aguentar?
Dizem os religiosos que “Deus dá o frio conforme o cobertor”. Sinceramente, não creio nisto. Creio sim, que colhemos o que plantamos. E se não decifrarmos a Esfinge, do “Conhece a ti mesmo!”, nossas colheitas serão imprevisíveis, inseguras e desconhecidas por nós mesmos.
Mas qual seria então o caminho? Como nos conhecer?
Sem querer ser a dona da verdade, e sem nenhuma intenção de ensinar o caminho para alguém, pois sou humana como todos vocês, e também estou em busca de mim mesma; eu diria que o primeiro passo é ser honesto com você mesmo. Se olhar sem panos quentes. Se olhar de verdade, imparcial e friamente. Resistindo a tentação de sempre diminuir e ocultar as nossas limitações. E a consciência que sabemos quem somos através do outro, dos nossos semelhantes.
Estranho? Não! Real. Só se colocando no lugar do outro, você descobre como agiria, como reagiria; como sentiria, como e o que escolheria, e consequentemente, o porque o outro reagiu, agiu, sentiu e escolheu aquela ou daquela maneira.
Somos ótimos juízes. Adoramos julgar, rotular, classificar e com isto discriminar, separar e excluir. Porém, detestamos ser julgados, rotulados, classificados, discriminados e excluídos. Infelizmente esquecemos a todo momento que a harmonia é o resultado do equilíbrio dos opostos, como diria Eliphas Levi.
Esquecemos que estamos no campo da polaridade, e que devemos equilibrar os pratos da balança, pois o Mal é simplesmente a preponderância de um dos opostos.
Esquecemos que existe apenas uma moeda com dois lados, e que, se acredito em Deus, consequentemente acredito também no Diabo. Se quero muito o prazer, devo me preparar para a dor caso tudo não aconteça como o previsto.
Houve um tempo em que eu afirmava que estávamos aqui para sermos felizes. Hoje, digo, que estamos aqui não para sermos felizes ou infelizes, mas, para aprendermos a conviver com as duas faces da moeda e só assim descobrirmos o quanto podemos e aguentamos os efeitos de cada face. Consequentemente, descobrindo quem somos, nossas potencialidades e nossos limites.