Educação ambiental
Luiz Luna*
O sol estava ideal ao bronzeamento, ainda no começo da manhã. Ela caminhou pela orla, observou o ambiente até encontrar um local adequado. Despiu-se lentamente, forrou uma toalha e sentou-se; abriu a bolsa e retirou o bronzeador, que estava acondicionado em uma vasilha coberta com saco plástico. Depois de passar o produto pelo corpo, jogou a embalagem e outros lixos na areia da praia.
A cena descrita é muito mais comum do que se possa imaginar. É uma das provas de que não estamos acostumados à preservação do meio ambiente ou ao asseio do local que freqüentamos. Papéis de bombons, restos de alimentos, panfletos, garrafas e outras “porcarias” são lançadas a céu aberto, sem nenhuma preocupação com as conseqüências dessas ações. Instituições como a Akatu (organização não governamental que luta em prol do consumo consciente) e Ordem dos Advogados do Brasil (por meio da Comissão de Direito Ambiental), além de organizações governamentais, têm realizado seminários, divulgado panfletos, realizado campanhas, postado mensagens na Internet no sentido de ampliar a consciência em torno dos efeitos que a população sofrerá caso não aprendamos a ter um comportamento adequado em relação à preservação ambiental. O que parece ser uma atitude comum e lógica, seguida por todos, simplesmente só ocorre depois de campanhas ou imposições governamentais. E devemos observar que o tema é muito mais abrangente do que possamos delinear neste texto, que tem por objetivo a reflexão e a observação desse problema.
O individualismo exacerbado contribui para não enxergarmos nossos erros? Onde se esconde nosso compromisso social? Como estará o planeta no futuro? O que acontecerá com nossos descendentes? É possível realizarmos nossos sonhos de consumo e convivermos harmonicamente com a natureza? O Estado tem cumprido seu papel de proporcionar um meio ambiente sadio? O que podemos fazer para melhorarmos o mundo? Como nos sentiríamos se estivéssemos no lugar do outro? Embora algumas perguntas apresentem um tom utópico, já passamos da hora de incorporarmos procedimentos solidários em nossas vidas, atentando para princípios éticos, morais, religiosos e sociais. A convivência coletiva exige de nós uma postura participativa, transparente e preocupada com a preservação da espécie. Mesmo que a sobrevivência econômica esteja presente em nossas atitudes, não podemos desmembrá-la do compromisso do bem-estar comum. Não podemos esperar apenas pelas ações do Governo ou de organizações não-governamentais, é preciso que cada um tome sua atitude para que possamos nos orgulhar de viver harmonicamente.
Gestos aparentemente simples, a exemplo da coleta seletiva, contribuem sobremaneira para diminuir o problema do lixo. Não podemos também deixar de aproveitar a atuação do Ministério Público na fiscalização e no combate de ações que possam degradar o ambiente. O Brasil é privilegiado na questão ambiental, ainda mais porque somos detentores de parte da Floresta Amazônica, considerada o pulmão do mundo. Que ouçamos os gritos da natureza e que partamos, com diligência, em seu socorro, percebendo que estamos nos salvando. O tema é vasto e não deve ser esgotado em um texto, tampouco em nossas consciências...
* Jornalista e especialista em gestão de pessoas.