OS PARDAIS
Eu nunca tinha visto , direito , um pardal . Mesmo estando semopre na fazenda e observando a naturza, jamais vi , de perto , um pardal . Aí , resolvi pesquisar os pardais : Quem não conhece pardal ?
É um pássaro cinzento e tão comum em nossas cidades.
O pardal doméstico, Passer Domesticus, foi introduzido intencionalmente no Brasil, no início do séc. passado , mais precisamente no Rio de Janeiro, pelo então prefeito Pereira Passos que quiz à época imitar Paris , França , onde a pequena ave era comum. Há outras espécies de pardais espalhadas por esse mundão; originariamente quase todas são européias. Aqui , para nós , trata-se de espécie exótica . Ocorre exclusivamente em ambientes urbanos, se sustém basicamente de grãos e possui comportamento agressivo em relação a outras espécies. O pardal desbanca o nosso tico-tico. Podemos considerá-lo uma espécie invasora. É menos exigente para nidificar e sua superpopulação não é benéfica ao ecossistema urbano . Por alguns motivos não podemos crucificar os pardais.
No Tratado Geral das Grandezas do infimo estava escrito : poesia é quando a tarde está competente para dálias . É quando ao lado de um pardal o dia dorme antes. Quando o homem faz a sua primeira lagartixa. É quando um trevo assume a noite . E um sapo engole as auroras" ( manoel de Barros ).
São as condiçõees criadas por nós que favorecem o desequilíbrio das cadeias alimentares no ambiente urbano. Ratos , escorpiões , pernilongos , baratas, pombos, formigas...
"Nos primeiros dias do ano, por conta de um problema de audição , percebi que não ouvia a folia dos pardais logo de manhã. Isso me deixou agoniado e profundamente triste . Assim que melhorei levei meus ouvidos a passear, e várias vezes escutei os pipilos destes p´´assaros que outrora não tinham importtância para mim", conta um ecologista , estudioso de pássaros.
Acredito que para cada um de nós , moradores dos diferentes bairros da cidade seja possível ouví-los; e isso, creiam-me, tem uma maior que leis complementares.
Tem cidades onde predominam os bem- te- vis , periquitos , pombos, rolinhas e pardais. Em bairros perifértcos é possível ouvir quero-queros, corujas e anus. Ouve-se canários, colerinhas, mas todos estão presos. Poucos são os sabiás, tizius, saíras, beija-flores e sanhaços. Raros os gaviões e joãos de barros. e existem outros tantos que nem sabemos sua vã existência ou por onde ainda cantam.
Seia melhor que uma variedade maior de gorgeios e chilros fossem entoados livremente pelas cidades. Para isso seria preciso rever todo o conceito de urbanização. A recuperação de algumas áreas de preservação permanente e o reflorestamento de alguns espaços livres contribuem para o retorno de algumas espécies . E diz ainda o cientista : "Já vi várias vezes casais de tucanos no fim da tarde cruzaando o céu bem acima do meu chapéu. Meu desejo é reinventar cidades"( G G ).
KA
LE
NA
FEV.2011