O Big Brother e as massas
O BIG BROTHER E AS MASSAS
Rejeitado nos países desenvolvidos, o lixo televisivo chamado de “Big brother”, ou BBB que teve seu modelo exportado para cá, faz um inaudito sucesso entre os tupiniquins da aldeia. Trata-se de um “caldo de cultura” de todas as mediocridades de nosso já tão deturpado modelo social. Para a Rede Globo se trata de uma ponderável mina de ouro. Cada ligação feita pelos babacas que querem eliminar alguns “heróis” colocados no “paredão” geram valores, oriundos das ligações telefônicas, que pagam o custo da operadora, o prêmio (um milhão), as despesas da “casa mais vigiada do Brasil” e ainda enchem os cofres da emissora.
Desenvolvendo uma apologia à imoralidade das ações e dos diálogos dos participantes, o BBB dá asas ao voyeurismo social dos despreparados. Tudo na programação levada a efeito pela Rede Globo dá um péssimo mau-exemplo a todos, especialmente aos jovens. Apesar disto, tem gente que, não contente em assistir incondicionalmente ao programa, todas as noites, ainda paga um “pay-per-view” para ver as intimidades dos participantes. Considerando que estes são desocupados, aventureiros e as mulheres oportunistas, ávidas pelas câmeras da Play Boy. E Pedro Bial ainda tem a coragem de chamá-los de “heróis”.
As massas
Eu sou um aficcionado pelas massas. Desde garoto eu me arrisco a cozinhar essas saborosas iguarias. Ao contrário da porcaria que é o Big Brother, elas representam uma riqueza cultural e gastronômica dos povos. Eu estive na Itália, onde me foi possível atualizar alguns conceitos. A partir dos paulistas ocorreu uma distorção de nomenclatura. Eles resumem todas as massas sob o título de “macarronada”, equívoco inclusive abraçado por alguns “anônimos” que se arvoram a chefs de tevê. Na verdade, cada “massa” – e o nome italiano é pasta – tem seu nome próprio que não deve ser confundido. Assim, “macarrão” é um tipo de massa, o macheroni que é uma “pasta bucata” (massa grossa, furada, e não deve ser transferido para outras espécies. A massa mais popular é o spagheti (espaguete), fina e redonda. Tem o tagliarini (talharim), uma massa chata, que em Bari, terra das massas, é chamado de bavette. O capelini (cabelinho de anjo) é um massa bem fininha, em geral utilizada para sopas. Depois vem o fusili (parafuso) e o farfale (borboleta ou gravatinha). Há ainda, o penne, uma massa cilíndrica usada para pratos mais sofisticados. Hoje falei nas massas; futuramente vou comentar sobre molhos, como o al sugo, carbonara, parisiense, bolognese, pesto di mangiatti (manjericão), aglio e oglio, entre outros. Se o leitor desejar, posso fazer uma dessas na sua cozinha.