MEUS OLHOS SECOS COMO PEDRAS E MINHAS DUAS MÃOS QUEBRADAS
“MEUS OLHOS SECOS COMO PEDRAS
E MINHAS DUAS MÃOS QUEBRADAS”
Ao ver o mar, fiquei parada. Estava triste, quase chorando.
As ondas que batiam nas pedras eram como as lágrimas que brotavam dos meus olhos e escorriam pela face.
A vida era assim, triste, não havia nada, não existia amor. Olhei para o sol, ele brilhava enquanto minhas lágrimas rolavam.
Comecei a andar novamente na areia branca, limpa, linda!
A praia estava deserta, olhei em vão, vi, no mar, uma pessoa que se afogava.
Eu gritava, pedia socorro, porém ninguém me ouvia.
Resolvi ir salvar aquela pessoa, mas minhas mãos não tinham forças, doíam como se estivessem quebradas. E a pessoa se afundava cada vez mais, até que desapareceu por entre as águas...
Foi então que me vi em um lugar deserto, não havia mais o mar, era só areia e algumas pedras mortas pelo sol, pelo calor.
Eu já não chorava, eu não sorria também. Senti os meus olhos secos como as pedras que o sol queimava.
Comecei a gritar ao ver a mesma pessoa que estava no mar, ela apertava minhas mãos como num agradecimento.
E minhas mãos já não doíam mais...
Kátia Susana Perujo.
Nota: O título é de Cecília Meirelles.