Do nada se fez a luz, mas o escuro total é nosso destino final



 
Do nada em nosso universo, posto que ele sequer existia, uma flutuação neste nada quântico gerou nosso universo. Não gerou simplesmente a matéria e a energia, gerou também o espaço e o próprio tempo, de mãos dadas, tempo-espaço passaram a caminhar inseparáveis.
 
Praticamente nada sabemos sobre o “antes” do big-bang. Antes entre aspas porque o antes temporal que conhecemos era impossível pela simples inexistência de nosso universo.
 
Deus, mágica ou natureza (em um sentido estendido de que a natureza seja tudo o que exista de forma imanente e não de forma mística ou transcendente), não posso afirmar a causa inicial do big-bang. Desconfio apenas que sendo natureza o que quer que seja antes do big-bang, foi ela a responsável pelo incidente inicial que deu origem ao nosso universo. Flutuações quânticas, multversos, Pbranas em choque, espaço de dimensões superiores, ou qualquer outro evento não imaginado agora, foi o que deu origem ao nosso universo espaço-temporal.
 
Partículas sub-atômicas, um zoológico enorme delas, da pura energia vão se formando e enquanto nosso universo se esfria vão dando consistência a matéria elementar. A gravidade e a expansão do universo praticamente fazem o resto. Forças eletroforte, eletrofraca, eletromagnéticas e gravidade, juntas governam nossa existência.
 
Do nada fez-se assim a luz. Fótons povoam todo o universo. O que nos choca é que todo este universo caminha para a total escuridão, seja pelo decaimento natural e lento da matéria, quanto pelo final natural de cada estrela. Buracos negros, estrelas de prótons, anãs marrons, brancas ou mesmo supernovas consumirão tudo o que conhecemos, e o nosso final será o frio e o escuro eterno.
 
O inferno não arde em chamas, e sim se congela no zero absoluto, onde nada vibrará.


Arlindo Tavares
Enviado por Arlindo Tavares em 06/12/2010
Código do texto: T2656819
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.