NUMA MESA DE BAR
NUMA MESA DE BAR
Por Aderson Machado.
Engana-se quem pensa que numa mesa de um bar só rola futilidades, coisas que não acrescentam nada ao nosso conhecimento. Não é por aí. Dependendo, portanto, do nível intelectual das pessoas com as quais estejamos acompanhados, aprendemos, sim, alguns ensinamentos importantes. Ademais, desfrutarmos de momentos lúdicos, na medida em que piadas, quebra-cabeças, e outras coisas mais fazem parte do “cardápio” e do contexto desse tipo de ambiente.
Certa feita estava em um bar com dois colegas, quando um deles nos externou o seguinte quebra-cabeça: “Subi num pé de laranja sem levar laranjas. Nesse pé de laranja não havia laranjas. Porém, quando desci do pé de laranja eu trouxe laranjas. Como isso foi possível?”.
Exposto o desafio, começamos a raciocinar e a dar as mais diversas respostas. E os disparates começaram a surgir, a partir da minha própria pessoa, quando sugeri a seguinte solução: “Bem, se a pessoa subiu sem laranjas, e como na laranjeira não havia laranjas, ela ficou lá em cima esperando que a laranjeira colocasse frutos, para poder descer com as laranjas”.
Essa minha solução não colou, até porque a pessoa que subiu no pé de laranja desceu em pouco tempo com as laranjas.
Eu e o outro colega ficamos nos revezando nas respostas, e nada de acertarmos.
Assim, desistimos de responder ao questionamento e pedimos que nos fosse revelada a solução desse quebra-cabeça.
O colega, então, foi logo respondendo: “Se eu disse que subi no pé de laranja sem levar laranjas (no plural), é porque eu levava no meu bolso apenas uma (01) laranja. Por outro lado, no pé de laranja havia, igualmente, uma (01) laranja. Tirei-a do pé, e juntando com a laranja que levei no bolso, desci, então, com duas laranjas. Portanto, eu desci com LARANJAS, certo?”.
Estava, assim, desvendado o mistério, e eu acabava de aprender mais uma lição em plena mesa de um bar!
O mesmo colega, depois, me trouxe outro problema, só que, dessa vez, eu sabia a solução. Pra mim, portanto, era um problema requentado.
Mas não apenas quebra-cabeças e anedotas são expostas em uma mesa de bar. Lá ventilamos questões de português, matemática, enfim, conhecimentos gerais.
A propósito, tenho um amigo que é professor de matemática e que é um excelente orador, além de poeta, e quando nos encontramos em mesa de bar, nos finais de semana, aprendemos muito um com o outro debatendo questões de português e matemática.
Por fim, devo registrar, também, que numa mesa de bar, quando estou sozinho, entre um gole e outro, tenho escrito vários dos meus textos.
É claro, todavia, que esse lugar não é dos mais recomendáveis para se escrever, porquanto, via de regra, é um ambiente por demais barulhento.
Porém, dependendo da inspiração, o barulho fica em segundo plano, e até, não raro, dá pra se produzir alguma coisa interessante...