A fartura de Deus (SERMO CII)

A FARTURA DE DEUS

Prof. Dr. Antônio Mesquita Galvão

A vasilha de farinha não se esvaziou

e a jarra de azeite não se esgotou,

como Javé tinha anunciado por meio de Elias

(1Rs 17, 16).

Algum tempo depois, o córrego (o córrego Carit fica a leste do

rio Jordão) secou, porque não tinha chovido na região. Então

Javé dirigiu a palavra a Elias: “Levante-se, vá para Sarepta,

que pertence à região de Sidônia, e fique morando aí. Porque

eu ordenei a uma viúva que dê comida para você”. Elias se

levantou e foi para Sarepta. Chegando à porta da cidade,

encontrou uma viúva que estava recolhendo lenha. Elias a

chamou e disse: “Por favor! Traga-me um pouco de água no

seu balde para eu beber”. Quando a mulher já estava indo

buscar água, Elias gritou para ela: “Traga-me também um

pedaço de pão”. Ela respondeu: “Pela vida de Javé, o seu

Deus, não tenho nenhum pão feito; tenho apenas um pouco de

farinha numa vasilha e um pouco de azeite na jarra. Estou

ajuntando uns gravetos para preparar esse resto para mim e

meu filho. Depois, vamos comer e ficar esperando a morte”. Mas

Elias lhe disse: “Não tenha medo! Vá e faça o que estou

dizendo. Mas primeiro prepare um pãozinho com o que você tem

e traga para mim. Só depois você prepara um pão para você e

seu filho. Pois assim diz Javé, Deus de Israel: A vasilha de

farinha não ficará vazia e a jarra de azeite não se esgotará, até

o dia em que Javé mandar chuva sobre a terra”. A mulher foi

fazer o que Elias tinha mandado. E comeram, tanto ele como

também ela e o filho, durante muito tempo. A vasilha de farinha

não se esvaziou e a jarra de azeite não se esgotou, como Javé

tinha anunciado por meio de Elias (1Rs 17, 7-16).

Recordo que no “acampamento” de maio, eu falei e nós refletimos a respeito da atuação do profeta Elias, estão lembrados? Naquele bloco comentávamos sobre a experiência de Deus que Elias teve, em uma busca ensandecida de contemplar a face do Senhor.

Elias, como foi dito à época, é considerado pertencente ao grupo dos “profetas primitivos”, pois exerceu seu ministério antes dos chamados “profetas clássicos” (Isaías, Amós, Jeremias, etc.) Os “primitivos”, ao contrário dos “clássicos”, não eram escritores, apenas proferiam verbalmente seus oráculos e denúncias, eram itinerantes e – não-raro – exerciam a mendicância.

Segundo as Escrituras, Elias (ellyyá, Javé é Deus) é tesbita, natural de Tesbi, em Galaad (região onde hoje está situada a Jordânia) e profetizou na Samaria e na Fenícia (séc. IX a.C.) contra o autoritarismo e a idolatria do rei Acab e sua mulher Jezabel. Toda a exortação dos profetas é sociopolítica, com inspiração religiosa. Os oráculos e as advertências visam mudar comportamentos sociais, políticos e econômicos, iluminados pela Torá e pelo cumprimento dos preceitos religiosos, estatuídos a partir do Sinai.

A profecia, em sua forma ainda incipiente, apareceu a partir de Samuel que foi o último juiz e o primeiro profeta. No início, o povo confundia vidente (roêh) com profeta (nabi). Aos poucos, vai se dando conta do surgimento dessa emergente classe de homens santos, que em nome de Deus denunciam os descaminhos da vida social, política, religiosa e econômica de Israel. A palavra profeta vem do grego profétes e aparece na versão dos LXX, como um sinônimo de nabî, uma palavra de origem desconhecida, que revela alguém que fala alto, exaltado, fora de si. O verbo grego profêimi (proferir) dá origem ao verbete profeta.

As Escrituras revelam a existência de dois profetas no Reino do Norte, Elias e Eliseu, seu sucessor. Deste modo, dentro do processo religioso, o nabi era chamado para proferir oráculos e ser porta-voz da divindade, dando testemunho da mišpat (bondade) e da hesêd (misericórdia) de Deus. Sua missão era/é a de interpretar para a humanidade os desejos de Deus.

A profecia em Israel fica compreendida dentro de um período de mais ou menos quatrocentos anos, desde Elias (não-escritor), no século IX a.C. até Malaquias (o último dos escritores), no século V. No chamado Israel Antigo, período que vai desde a conquista de Canaã (séc. XIII a.C.) até o fim da monarquia (séc. IX a.C.), a sociedade se caracterizava pela violência, ganância e desrespeito com os direitos das pessoas.

Dessa distorção sociopolítica surge o râs (indigente), o dãl (desnutrido), o ebyon (faminto, mendigo) e o anî, ou anaw, que sintetiza toda a opressão, na figura do pobre (o plural é anawim), do fraco. Nesse quadro, o oprimido é a vítima de um sistema, social, político, econômico e religioso, totalmente injusto, que lhe tira, além das parcas posses, a liberdade (muitos eram escravizados) e a dignidade humana.

Elias, como se sabe, profetizou no Reino do Norte na primeira metade do século IX (entre 900 e 850 a.C.), investiu contra todo o tipo de injustiça, impiedade e idolatria. Sua popularidade foi tão grande, mercê sua atuação austera e objetiva, que assumiu um aspecto legendário. Sua vida é marcada por uma série de milagres (cf. 1Rs 17-19; 21, 17-28; 2Rs 1-2). É o quarto personagem mais citado no Antigo Testamento, depois de Moisés, Abraão e Davi.

A atividade profética de Elias é tão marcante, quanto a gestos taumatúrgicos e de coragem, que o povo encontra sinais dele na atuação de Amós, João Batista e até de Jesus. No judaísmo moderno ele é considerado um precursor do Messias (cf. Ml 3, 23). Apesar de não ser escritor, o chamado “ciclo de Elias” pode ser observado nos textos compreendidos entre 1Rs 17 e 2Rs 1. Seu arrebatamento – em corpo e alma – aos céus (cf. 2Rs 2, 1-18), em uma carruagem de fogo, prefigura a ressurreição e gera toda uma expectativa a respeito de seu retorno (cf. Ml 3, 22ss).

No episódio que nos cabe refletir hoje, vemos o profeta obedecendo às ordens de Deus, e se dirigindo ao vilarejo de Sarepta, na Sidônia, região siro-fenícia, litoral do mar Mediterrâneo. O tesbita foi chamado de “o homem de Deus”, tamanha sua espiritualidade e santidade. Pois Javé inaugura a atividade de Elias a partir de Sarepta. O Senhor disse ao profeta: “Vá a Sarepta! Uma viúva vai acolher você. Lá você terá água, pão e pouso”. Tudo começa aí. Como recompensa por essa acolhida, Elias traz de volta à vida o menino morto, filho da viúva.

Ao chegar a Sarepta, o profeta se deparou com uma viúva recolhendo lenha. Estava ali retratada a exclusão, não só daquele tempo, mas de toda a história da humanidade: viúva, mulher, pobre, provavelmente sem instrução e sem nome. Aí estava começando chamado “ciclo de Elias”.

Em várias atividades docentes que participei em igrejas, casas de formação e entidades correlatas, tenho escutado as pessoas perguntar sobre o que é o ciclo de Elias. Naquele tempo as ocorrências que passavam de boca-em-boca. Não nos esqueçamos que Elias é profeta “primitivo”, ele não é escritor. Seus feitos são contados pelo povo e registrados por alguns cronistas, onde Elias é o centro (daí ciclo), para que não se perdesse a narrativa dos fatos, da ação do profeta e do poder de Javé.

A atividade de Elias que é o ponto-de-interesse dentro desse ciclo é totalmente voltada para Javé e para o povo, isto na contrapartida da idolatria e da opressão vai caracterizar toda a caminhada do profeta no meio de muita tensão.

Sem maiores preâmbulos Elias aparece de repente. Diferente de Samuel e Moisés, por exemplo, cujas biografias remontam à infância prodigiosa, a história do profeta Elias é diretamente ligada ao seu ministério. Ele já aparece profeta, seguindo as ordens de Javé.

A Bíblia é como um álbum de fotografias, não é completa, e pode não informar tudo. Em alguns casos, alguém precisa explicar. Se você pegar um conjunto de fotos, umas coloridas e claras, outras preto-e-branco e amarelecidas, algumas retratando pessoas conhecidas e outras, a maioria delas, mostrando rostos desconhecidos e até desfocados. Como saber quem é? Só perguntando ou tendo quem explique. Assim é o estudo bíblico.

Certas coisas nós conhecemos; a maioria delas carece de uma informação. Assim é com relação ao que está escrito na Bíblia. Para quem é iniciante surge a necessidade de um acompanhamento.

O capítulo 17 de 1Rs começa falando no flagelo da seca (v. 1). Seca, miséria e fome atuam pedagogicamente como um castigo de Javé por causa das injustiças praticadas pelo rei Acab e pelos pecados de sua mulher Jezabel, que introduziu no pais o culto ao deus Baal e à deusa Aštarte. (v. 18). Na profecia de Elias descobrimos que a seca nada mais é que o castigo pela idolatria do casal real e o desrespeito praticado pelos funcionários da corte contra os direitos humanos da população pobre (cf. 17,1).

É nesta época que Elias recebe a ordem de Javé para se dirigir a Sarepta (17,9). Ele chega pedindo água e pão, dois bens escassos naquele momento na região. Diante do drama da fome a viúva informa que, em face do fim dos gêneros, só poderiam “comer o que resta e ficar esperando a morte”.

No “ciclo de Elias” há muitas referências sobre o Deus que provê “alimento” para matar a fome, e água para mitigar a sede. Podemos entender tais citações sob o ponto de vista real (material) e também figurado (espiritual). Deus não deixa seu povo sem o alimento que mata a fome, bem como não nega aos crentes o pão que alimenta o espírito e a “água viva” que jorra generosamente para a eternidade. É preciso enxergar aí o dom de Deus.

A instrução de Elias à viúva fala em dar pão primeiro a ele e depois à mulher e seu filho, e assim ela o faz (é preciso fazer primeiro a vontade de Deus). Mas Elias lhe disse: “Não tenha medo! Vá e faça o que estou dizendo. Mas primeiro prepare um pãozinho com o que você tem e traga para mim. Só depois você prepara um pão para você e seu filho” (v. 13).

Ocorre aqui, por parte do profeta, a exigência de um ato de caridade e hospitalidade extraordinários, unido a um ato de fé na sua palavra. A grande lição desta perícope indica a necessidade, mesmo quando a situação é adversa, a necessidade de os crentes terem fé a acreditar na palavra de Deus. O homem moderno ao contrário do místico, que aceita sem comprovar, só adere a algum projeto, primeiro se enxergar alguma vantagem, e depois, se tiver certeza do que está fazendo.

Diante da incerteza o profeta tranqüiliza a viúva: “a vasilha de farinha não ficará vazia nem a jarra de azeite se esgotará, até o dia em que Javé mandar a chuva (v. 14)”. Houve na região três anos de seca, de fome e de miséria, mas a casa da viúva não sofreu mais esse flagelo. No Novo Testamento, na instauração dos tempos do Messias, no poço de Sicar, Jesus chega pedindo água à samaritana...

Em Sarepta a viúva foi mais solícita que a samaritana, que para não ser confundida tentou argumentar e discutir teologia com Jesus (cf. Jo 4, 11s). Ela ainda não sabia nada sobre os dons de Deus (v. 10).

No tocante aos dons é preciso, portanto, discernir, o material → pão, o espiritual → graça, e o social → a partilha e a solidariedade. Para a misericórdia de Deus não passam fome àqueles que sabem repartir o pouco que têm. O verdadeiro profeta não é portador de notícias de morte, mas de fartura e vida. Ao chegar a Sarepta o profeta constata uma penúria sem precedentes. Na casa da viúva a carência era praticamente absoluta, pois estava faltando

• lenha (a seca matou a vegetação: só ficaram gravetos e

ramos de arbustos);

• farinha (para fazer o pão) v. 12;

• azeite;

• esperança;

• perspectivas de vida.

Depois da acolhida hospitaleira da pobre viúva, ocorre o anúncio do milagre da fartura de Deus, e até a chegada das chuvas nada mais faltou naquela casa. Ver e julgar sem agir é como ir ao médico e não tomar os remédios. A mulher viu a penúria existente na região, e reconhecendo em Elias um “homem de Deus”, agiu com bondade e misericórdia em favor dele. Esta é uma das grandes lições do texto que ora estudamos.

Em seus gestos o profeta anuncia uma fartura de vida que a mulher não entende num primeiro momento. O filho da viúva morreu (v.17) e Elias restitui a vida ao menino (v. 22). Por conta disto a mulher reconhece no profeta um “homem de Deus” (v. 24) que anuncia a palavra e as bênçãos de Javé em um país devastado pela miséria e pela inépcia dos governantes.

É interessante constatarmos a atuação do sobrenatural no episódio da revitalização do menino, filho da viúva. Em um tempo de morte, fome e seca, o ciclo de Elias fala em fartura de pão, carne, água, solidariedade e vida.

De que teria morrido o menino? De fome? De doenças? De fraqueza ou algum tipo de subnutrição? Não se sabe! A Bíblia não deixa claro o motivo. Ele era uma das milhares vítimas daquele tempo, igual às nossas favelas de hoje, aos cortiços, aos acampamentos de sem-terra, bóias-fria e alagados das tantas regiões insalubres do país.

A morte, talvez por conta de uma série de fatores tenha chegado à casa da yaton (viúva) e ceifado a vida de seu filho. Mas nessa morte se revelou o poder de Deus, que como é ensinado por toda a Bíblia, é Deus dos vivos e não Deus dos mortos. A restituição da vida ao menino morto se insere na fartura do alimento e da graça.

A fartura aludida pela atividade de Elias atua como algo que prefigura a abundância do Reino (cf. Jo 10,10), evidenciada por três sinais emblemáticos:

• o vinho de Caná (o sangue redentor derramado na cruz);

• o pão multiplicado (o corpo-trigo moído no calvário e

renovado na Eucaristia);

• os peixes, como graça, alimento físico e espiritual,

misericórdia...

Vejam como funciona a irresponsabilidade dos homens públicos, do passado e do presente. Durante o trágico período de seca, demonstrando sua forma injusta de ver as calamidades, e a insensibilidade com o drama do povo, Acab se preocupa em encontrar pasto e água para os burros e cavalos do estábulo real (18,5), e não se importa com a fome e sede do povo.

Para completar nosso estudo, vamos avançar um pouco na história e analisar a atitude de Elias diante do rei Acab (1Rs18,1-19). O povo tentava ser fiel a Javé, mas era pressionado pela corte, especialmente por Jezabel, com ameaças ou promessas de favorecimentos, para que adorasse ao deus Baal e sua consorte Astarte (aparece também como Anät, Ashera, Astarté). Numa atitude de confronto com a corte e com os israelitas infiéis, o profeta questiona:

Até quando vocês vão dançar, ora sobre uma perna ora sobre a

outra? Se Javé é Deus, sigam-no; se é Baal sigam a ele (18,21).

A alusão ao uso de uma perna ou de outra retrata aquela indecisão que foi aludida aqui. O povo tentava ser fiel a Javé, mas sofria pressões para adorar à divindade pagã Baal. No v. 19 Elias se volta contra 450 devotos (profetas?) de Baal, falsos ideólogos a serviço de uma autoridade ilegítima.

Para desmascará-los Elias propôs um desafio no Monte Carmelo (18,20-40): fazer dois altares com oferendas, um para Javé e outro para Baal. Quem fosse o Deus verdadeiro, enviaria fogo do céu e consumiria o holocausto. Sem ter outra escolha, já que o povo aprovou o desafio (v. 24), os falsos profetas clamaram por seu deus desde o amanhecer até o meio-dia, sem nenhuma resposta. Elias ainda debochou deles:

Pelo meio-dia, Elias começou a zombar deles: “Gritem mais alto; Baal é deus, mas pode ser que esteja ocupado. Quem sabe teve que se ausentar. Ou então, está viajando. Talvez esteja dormindo e seja preciso acordá-lo”. Então eles gritavam mais alto e, conforme o costume deles, fizeram talhos no próprio corpo com espadas e lanças, até escorrer sangue. Depois do meio-dia, entraram em transe até a hora da apresentação das ofertas. Mas não se ouvia nenhuma voz, nenhuma palavra, nenhuma resposta (18, 27-29).

Como os falsos profetas não conseguiram nada, Elias invocou Javé e este mandou fogo do céu, que consumiu as ofertas. Chegando a hora da oferta, o profeta Elias se aproximou e orou:

“Javé, Deus de Abraão, de Isaac e de Israel, todos saibam hoje

que tu és Deus em Israel, que eu sou teu servo e que foi por

tua ordem que eu fiz todas essas coisas. Responde-me, para

que este povo reconheça que tu, Javé, és o Deus verdadeiro, e

que és tu que convertes o coração deles” )vv. 36s).

O povo se entusiasmou com o poder de Javé, voltando-se contra os falsos profetas. Então Elias conduziu-os às margens do riacho Quison e mandou degolar a todos. Depois desse episódio veio uma chuva copiosa. Afinal, voltava a chover sobre aquela terra seca. Cessado o pecado, Deus e a terra se reconciliam...(18,45). Como os profetas mortos eram protegidos da rainha Jezabel, esta se enfureceu e prometeu vingança:

Jezabel mandou um mensageiro a Elias, com este recado: “Que

os deuses me castiguem se amanhã, a esta hora, eu não tiver

feito com você o mesmo que você fez com os profetas”. Elias

ficou com medo, levantou-se e partiu para se salvar. Chegou a

Bersabéia, em Judá (vv. 2s).

Quando Elias foge da perseguição de Jezabel, deprimido, ele desejou a morte (19,4s). Mas Deus tinha outros planos para o profeta, por isso ele provê água e pão pela manhã e à tarde; o suficiente para a subsistência de um profeta. Ele andou 40 dias e 40 noites até o Horeb, a montanha de Deus, sem sentir fome nem cansaço.

É interessante estabelecer uma leitura nesse número 40, como um indicativo de “provação”. Pode até não ser exatamente quarenta dias de caminhada, mas um período muito árduo e sofrido pelo qual passou o “homem de Deus”. Nas atitudes de Elias – e isto é paradigma para nós – se observa a posição clara de um profeta de Javé, que se coloca a serviço do povo:

• define-se e toma posição (não fica em cima do muro);

• denuncia a injustiça e defende os pobres;

• é um homem do povo;

• é uma pessoa de oração e espiritualidade definida.

Há cinco fatos extraordinário de Elias que são mencionados no Novo Testamento:

• a grande seca (1Rs 17,1; Lc 4,25s; Tg 5,17s);

• a estada na casa da viúva em Sarepta (1Rs 17,9; Lc 4,25s);

• sua fuga sob a perseguição de Jezabel (1Rs 19,1-8;

Rm 11,2-4);

• o auto-de-fé aplicado contra os oficiais do rei Ocozias

(2Rs 1,10.18; Lc 9,54);

• Elias vence o confronto com os profetas de Baal,

desmascarando-os (1Rs 18,25-40; At 20,10).

Esta outra “experiência” de Elias diante de Deus, em Sarepta e contra a idolatria de Acab fica demonstrado que não somos seres humanos passando por uma experiência espiritual, mas seres espirituais passando por experiências humanas.

Ainda caberia estudar – quem sabe futuramente – o confronto final de Elias contra Acab e Jezabel, depois de tomarem a propriedade do vizinho Nabot, assassinando-o (cf. 1Rs 21).

Este texto faz parte de uma pregação levada a efeito em um retiro de religiosos, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, no segundo semestre de 2010. O autor é Biblista, Doutor em Teologia e pregador de retiros de espiritualidade. Escritor, publicou mais de cem obras no Brasil e no exterior, entre elas “Os profetas de Israel”, Ed. Recado, 2008.