O MISTÉRIO DA MORTE
Dentre todos os mistérios que nos cercam, a vida e a morte, naturalmente, são os mais experimentados por nós a cada instante e são também os que nos dão o real sentido de todos os outros mistérios. Mesmo assim, tudo continua Mistério insondável, incompreensível, inviolável, pois, o nosso saber em nada muda os mistérios do Senhor, porque a Sua Sabedoria é Única e para sempre e ninguém fora do Espírito Santo, pode sondá-la. No entanto, quando a Ele nos aliamos, nos unimos à Fonte Inesgotável do seu Amor, e é isso que nos faz permanecer para além da finitude que vivemos.
O ser humano, em sua naturalidade, só pode conhecer a Deus por meio de suas obras; é o que nos ensina São Paulo: “Desde a criação do mundo, as perfeições invisíveis de Deus, o seu sempiterno poder e divindade, se tornam visíveis à inteligência, por suas obras; de modo que não se podem escusar”. (Rom 1,20). E ainda: “Porquanto o que se pode conhecer de Deus os homens o leem em si mesmos, pois Deus lho revelou com evidência”. (Rom 1,19).
Ora, tudo o que Deus criou é bom, por isso, criou para a eternidade; não viver essa verdade é distorcer os dons de Deus, é torná-los impotentes, é como que andar na contramão desses mesmos dons e chegar a lugar nenhum por nós mesmos, ou seja, é retroceder; mas não tem como, porque o dinamismo do Senhor não nos deixa parados até que todos tenham o encontro definitivo com Ele no dia eterno e esse encontro, indubitavelmente, passa pelo mistério da morte.
Então, como desvendar esse mistério? Ou como entendê-lo? Todo mistério só pode ser especialmente compreendido e vivido por meio da fé; não a fé natural, pois esta existe em vista da fé sobrenatural, dom do Espírito Santo de Deus, recebida no batismo, como nos ensinou Jesus: “Em verdade, em verdade te digo: quem não renascer da água e do Espírito não poderá entrar no Reino de Deus. O que nasceu da carne é carne, e o que nasceu do Espírito é espírito”. (Jo 3,5-6). Ou seja, trata-se do nascimento na ordem da graça, isto é, para a vida eterna. Assim e somente assim, pela ação do Espírito Santo, conhecemos esse mistério, acreditamos em Jesus e experimentamos a sua ressurreição.
Então, o que é a morte para nós cristãos? Escutemos o Senhor Jesus: “Não se perturbe o vosso coração. Credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas. Não fora assim, e eu vos teria dito; pois vou preparar-vos um lugar. Depois de ir e vos preparar um lugar, voltarei e tomar-vos-ei comigo, para que, onde eu estou, também vós estejais. E vós conheceis o caminho para ir aonde vou. Disse-lhe Tomé: Senhor, não sabemos para onde vais. Como podemos conhecer o caminho? Jesus lhe respondeu: Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim”. (Jo 14,1-6). Ou seja, o Batismo nos une a Cristo e uma vez unidos ao Senhor e fiéis ao seu chamado, temos a certeza de que por sua ressurreição nos ressuscitará também e nos conduzirá ao Reino dos Céus, morada definitiva dos redimidos. Portanto, para nós cristãos, a morte foi vencida por Jesus Cristo, o Filho de Deus Vivo, e tornou-se Páscoa, isto é, passagem, encontro definitivo com o Senhor e Salvador de nossa vida.
Por fim, uma palavra de exortação de São Paulo para nós que estamos aqui vivendo este mistério: “Meu ardente desejo e minha esperança são que em nada serei confundido, mas que, hoje como sempre, Cristo será glorificado no meu corpo (tenho toda a certeza disto), quer pela minha vida quer pela minha morte. Porque para mim o viver é Cristo e o morrer é lucro”. (Fil 1,20-21).
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Mas, atenção: “Não procureis a morte por uma vida desregrada, não sejais o próprio artífice de vossa perda. Deus não é o autor da morte, a perdição dos vivos não lhe dá alegria alguma. Ele criou tudo para a existência, e as criaturas do mundo devem cooperar para a salvação. Nelas nenhum princípio é funesto, e a morte não é a rainha da terra, porque a justiça é imortal. Mas, (a morte), os ímpios a chamam com o gesto e a voz. Crendo-a amiga, consomem-se de desejos, e fazem aliança com ela; de fato, eles merecem ser sua presa”. (Sb 1,12-16).
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Paz e Bem!
Frei Fernando,OFMConv.
Dentre todos os mistérios que nos cercam, a vida e a morte, naturalmente, são os mais experimentados por nós a cada instante e são também os que nos dão o real sentido de todos os outros mistérios. Mesmo assim, tudo continua Mistério insondável, incompreensível, inviolável, pois, o nosso saber em nada muda os mistérios do Senhor, porque a Sua Sabedoria é Única e para sempre e ninguém fora do Espírito Santo, pode sondá-la. No entanto, quando a Ele nos aliamos, nos unimos à Fonte Inesgotável do seu Amor, e é isso que nos faz permanecer para além da finitude que vivemos.
O ser humano, em sua naturalidade, só pode conhecer a Deus por meio de suas obras; é o que nos ensina São Paulo: “Desde a criação do mundo, as perfeições invisíveis de Deus, o seu sempiterno poder e divindade, se tornam visíveis à inteligência, por suas obras; de modo que não se podem escusar”. (Rom 1,20). E ainda: “Porquanto o que se pode conhecer de Deus os homens o leem em si mesmos, pois Deus lho revelou com evidência”. (Rom 1,19).
Ora, tudo o que Deus criou é bom, por isso, criou para a eternidade; não viver essa verdade é distorcer os dons de Deus, é torná-los impotentes, é como que andar na contramão desses mesmos dons e chegar a lugar nenhum por nós mesmos, ou seja, é retroceder; mas não tem como, porque o dinamismo do Senhor não nos deixa parados até que todos tenham o encontro definitivo com Ele no dia eterno e esse encontro, indubitavelmente, passa pelo mistério da morte.
Então, como desvendar esse mistério? Ou como entendê-lo? Todo mistério só pode ser especialmente compreendido e vivido por meio da fé; não a fé natural, pois esta existe em vista da fé sobrenatural, dom do Espírito Santo de Deus, recebida no batismo, como nos ensinou Jesus: “Em verdade, em verdade te digo: quem não renascer da água e do Espírito não poderá entrar no Reino de Deus. O que nasceu da carne é carne, e o que nasceu do Espírito é espírito”. (Jo 3,5-6). Ou seja, trata-se do nascimento na ordem da graça, isto é, para a vida eterna. Assim e somente assim, pela ação do Espírito Santo, conhecemos esse mistério, acreditamos em Jesus e experimentamos a sua ressurreição.
Então, o que é a morte para nós cristãos? Escutemos o Senhor Jesus: “Não se perturbe o vosso coração. Credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas. Não fora assim, e eu vos teria dito; pois vou preparar-vos um lugar. Depois de ir e vos preparar um lugar, voltarei e tomar-vos-ei comigo, para que, onde eu estou, também vós estejais. E vós conheceis o caminho para ir aonde vou. Disse-lhe Tomé: Senhor, não sabemos para onde vais. Como podemos conhecer o caminho? Jesus lhe respondeu: Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim”. (Jo 14,1-6). Ou seja, o Batismo nos une a Cristo e uma vez unidos ao Senhor e fiéis ao seu chamado, temos a certeza de que por sua ressurreição nos ressuscitará também e nos conduzirá ao Reino dos Céus, morada definitiva dos redimidos. Portanto, para nós cristãos, a morte foi vencida por Jesus Cristo, o Filho de Deus Vivo, e tornou-se Páscoa, isto é, passagem, encontro definitivo com o Senhor e Salvador de nossa vida.
Por fim, uma palavra de exortação de São Paulo para nós que estamos aqui vivendo este mistério: “Meu ardente desejo e minha esperança são que em nada serei confundido, mas que, hoje como sempre, Cristo será glorificado no meu corpo (tenho toda a certeza disto), quer pela minha vida quer pela minha morte. Porque para mim o viver é Cristo e o morrer é lucro”. (Fil 1,20-21).
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Mas, atenção: “Não procureis a morte por uma vida desregrada, não sejais o próprio artífice de vossa perda. Deus não é o autor da morte, a perdição dos vivos não lhe dá alegria alguma. Ele criou tudo para a existência, e as criaturas do mundo devem cooperar para a salvação. Nelas nenhum princípio é funesto, e a morte não é a rainha da terra, porque a justiça é imortal. Mas, (a morte), os ímpios a chamam com o gesto e a voz. Crendo-a amiga, consomem-se de desejos, e fazem aliança com ela; de fato, eles merecem ser sua presa”. (Sb 1,12-16).
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Paz e Bem!
Frei Fernando,OFMConv.