O HERÓI DO RIO

Aristóteles  já afirmava:
A base da sociedade é a Justiça; o julgamento constitui a ordem da sociedade: ora o julgamento é a aplicação da Justiça

                                                                                                                                                                             
Depois do filme Tropa de Elite 2 do cineasta José Padilha, um grande sucesso, devendo ultrapassar em bilheteria o filme Avatar, passando então a ser o filme mais visto do ano em curso. O brasileiro em geral passou a conhecer melhor o que é a vida em uma comunidade do Estado do Rio de Janeiro.
 
A milícia durante anos cresceu como se fosse um tumor maligno nas comunidades e autoridades municipais e estaduais viveram durante anos elogiando-as, como “defesa da comunidade”, "um mal menor”. Eles não foram os únicos. O ex-capitão da PM do RJ Rodrigo Pimentel que inspirou a criação do capitão Nascimento, acredita que “todas as autoridades que ocuparam cargos no Executivo de alguma forma interagiram com milicianos”.

Em entrevista ao site UOL , ele confessou :”Num primeiro momento não só eu, mas outros policiais também entenderam as milícias como um mal necessário”. Poucos perceberam que elas não eram apenas um caso de polícia , mas sim de política.


A única voz que se levantou contra esta situação e nunca se calou foi a do deputado Marcelo Freixo, que com enorme dificuldade conseguiu instalar uma CPI na Assembléia Legislativa. Esta CPI conseguiu extirpar parte do tumor e mostrou à toda a sociedade a ligação desta organização paralela com os poderes constituídos. A iniciativa surgiu depois que repórteres do jornal “O Dia” foram seqüestrados e duramente torturados por milicianos.


O relatório final aprovado por unanimidade acusou mais de 200 pessoas (deputados e vereadores de partidos diversos, policiais e bombeiros, agentes penitenciários e até o ex-chefe da Polícia Civil).


Só para se ter uma idéia do problema, o Deputado Marcelo Freixo em palestra afirmou : tenho hoje segurança por conta do Estado, se perder a eleição tenho que ir embora do Brasil, mas o povo do Rio de Janeiro reconheceu sua atuação, pois sendo candidato por um Partido Pequeno, obteve mais de 200 mil votos, só sendo superado por Wagner Montes com cerca de 500 mil.


O Deputado Marcelo Freixo fez sua campanha sem militância paga, sendo ameaçado de morte a todo o momento, mesmo assim conseguiu ter esta esplêndida votação no RJ. Além disto, figurou no filme “Tropa de Elite 2”, sendo protagonizado como Diogo Fraga (identifico aqui o Deputado para que as pessoas de outros Estados conheçam o homem que tanto fez pelo povo do RJ), embora isto não tenha tido influência em sua votação, pois o lançamento do filme foi realizado depois das eleições.


Para o Deputado, essa segunda fase agora do Tenente-Coronel Nascimento, teve a vantagem de ampliar o debate sobre Segurança Pública, que estava situada apenas nas UPPs. Afirma o antropólogo Luiz Eduardo Soares: “as milícias continuam crescendo e operando dentro do Estado como Projeto de Poder”. Tráfico já não atrapalha tanto como a Milícia, que é formada por “profissionais formados, treinados e com capacidade administrativa e financeira e que se organizam para ocupar espaços políticos”.

As milícias ao contrário do que se dizia, são um mal maior, pois exploram de tudo (gás, luz, telefone, TV, internet etc.). Tudo isto só veio a ser investigado devido ao afinco do Deputado Marcelo Freixo, com o risco de sua própria vida. As comunidades precisam de Justiça Social e da presença do Estado.


Encerro com a frase abaixo de Paulo Freire:

Eu sou um intelectual que não tem medo de ser amoroso, eu amo as gentes e amo o mundo. E é porque amo as pessoas e amo o mundo, que eu brigo para que a Justiça Social se implante antes da caridade.

           
                                                                             

 
Ruy Silva Barbosa
Enviado por Ruy Silva Barbosa em 02/11/2010
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