UM BELO EXEMPLO DE VIDA
"A criança desprotegida que encontramos na rua, não é motivo para revolta ou exasperação e sim um apelo para que trabalhemos com mais amor pela edificação de um mundo melhor."
(Chico Xavier)
Hoje faz um frio daqueles por aqui e resolvi comprar pão. Fui à padaria e no caminho, encontrei com diversas crianças abandonadas dormindo embaixo da marquise. Eram as mesmas que foram recolhidas ontem, mas se recusam a ficar no abrigo e voltam à rua.
Um espetáculo deprimente, deitados cobertos por papelão, cheiravam abertamente o saco plástico que normalmente contém cola. Uma menina que não aparentava mais de 13 anos só de calcinha, era acarinhada em lugares íntimos por outro menino, com aparência de mais velho.
Voltei para casa e fiquei pensando na vida. O que seria daquelas crianças amanhã? Imediatamente veio a minha mente, uma frase de um conhecido que presta serviços em uma ONG em que ministra capoeira numa comunidade. "Faço isto para não ter que enfrentá-los amanhã" - diz ele. "Se não agirmos hoje, serão cooptados pelo tráfico ",(este conhecido é Inspetor da Policia Civil).
Enquanto pensava na notícia da morte da menina em que o pai separado da mãe internou a criança já em coma, com marcas nas pernas e costas tudo indicando que fora seviciada.
Também me veio à mente, o caso do garoto Wesley que morreu vítima de uma bala perdida quando se encontrava no CIEPS Rubens Gomes, em Costa Barros uma das comunidades mais violentas do Rio de Janeiro.
Estava absorvido em meus pensamentos, quando me lembrei de uma reportagem que tinha lido por acaso e lá estava: em letras garrafais:
“Um Belo Exemplo de Vida”
Na mais recente promoção de oficiais-generais ocorrida no dia 31 de março de 2010, a ascensão ao Generalato do Coronel de Intendência Expedito Alves de Lima.
Abandonado pelo pai com mais seis irmãos, foi criado só pela mãe. Obrigado a trabalhar desde cedo para ajudar no sustento da família.
Admitido como engraxate no Centro Social Regimento Santos Dumont em 1966 com apenas 10 anos de idade, o humilde paraibano teve oportunidade de ter contato com a vida militar e recebia orientação de oficiais e sargentos no apoio e acompanhamento de seus estudos.
Diariamente frequentava a Companhia de Suprimento e Manutenção de Paraquedas onde engraxava os coturnos dos militares que se preparavam para o lançamento aeroterrestre.
Ali fez amigos que o orientavam a prestar concurso para a Escola Preparatória de Cadetes. Parte do dia estudava e parte trabalhava no quartel. Toda sua dedicação e perseverança, aliadas ao apoio e incentivo recebidos, foram premiados com sua aprovação no concurso da Escola Preparatória em 1972.
A partir daí, o jovem engraxate iniciou uma carreira militar coroada de êxito, que chega ao ápice no momento de sua promoção a Oficial General, o mais alto círculo de Oficiais das Forças Armadas.
Em sua lembrança, a gratidão ao Exército e àqueles que o acolheram e confiaram. Dentre muitos destaca o sargento Menezes que sempre acompanhava seu desempenho escolar.
Recorda-se com muita emoção do Capitão Carvalho que lhe forneceu autorização para entrar e sair do quartel, já falecido como Coronel da reserva.
Guarda com grande emoção o momento da passagem de comando deste oficial, quando o engraxate foi escolhido por todos os integrantes da Organização Militar para entregar a lembrança de despedida ao oficial que partia. Este dia foi marcante para ele, pois no dia seguinte seguiria para a Escola Preparatória, iniciando assim sua vitoriosa carreira militar.
Realmente o momento hoje é outro, jamais um menor poderia trabalhar no Centro Social de um quartel, ainda mais com 10 anos. O Estatuto do Adolescente e do Menor não permite, mas protege o menor que não quer ficar no abrigo.
A eles é dado o direito de escolha, mas não se dá ao menor a responsabilidade de estudar e produzir, para ser um cidadão.
Encerro este texto com uma citação de São Francisco de Assis:
"Comece por fazer o que é necessário, depois faça o que é possível e em breve estará fazendo o que é impossível"
São Francisco deAssis .
"A criança desprotegida que encontramos na rua, não é motivo para revolta ou exasperação e sim um apelo para que trabalhemos com mais amor pela edificação de um mundo melhor."
(Chico Xavier)
Hoje faz um frio daqueles por aqui e resolvi comprar pão. Fui à padaria e no caminho, encontrei com diversas crianças abandonadas dormindo embaixo da marquise. Eram as mesmas que foram recolhidas ontem, mas se recusam a ficar no abrigo e voltam à rua.
Um espetáculo deprimente, deitados cobertos por papelão, cheiravam abertamente o saco plástico que normalmente contém cola. Uma menina que não aparentava mais de 13 anos só de calcinha, era acarinhada em lugares íntimos por outro menino, com aparência de mais velho.
Voltei para casa e fiquei pensando na vida. O que seria daquelas crianças amanhã? Imediatamente veio a minha mente, uma frase de um conhecido que presta serviços em uma ONG em que ministra capoeira numa comunidade. "Faço isto para não ter que enfrentá-los amanhã" - diz ele. "Se não agirmos hoje, serão cooptados pelo tráfico ",(este conhecido é Inspetor da Policia Civil).
Enquanto pensava na notícia da morte da menina em que o pai separado da mãe internou a criança já em coma, com marcas nas pernas e costas tudo indicando que fora seviciada.
Também me veio à mente, o caso do garoto Wesley que morreu vítima de uma bala perdida quando se encontrava no CIEPS Rubens Gomes, em Costa Barros uma das comunidades mais violentas do Rio de Janeiro.
Estava absorvido em meus pensamentos, quando me lembrei de uma reportagem que tinha lido por acaso e lá estava: em letras garrafais:
“Um Belo Exemplo de Vida”
Na mais recente promoção de oficiais-generais ocorrida no dia 31 de março de 2010, a ascensão ao Generalato do Coronel de Intendência Expedito Alves de Lima.
Abandonado pelo pai com mais seis irmãos, foi criado só pela mãe. Obrigado a trabalhar desde cedo para ajudar no sustento da família.
Admitido como engraxate no Centro Social Regimento Santos Dumont em 1966 com apenas 10 anos de idade, o humilde paraibano teve oportunidade de ter contato com a vida militar e recebia orientação de oficiais e sargentos no apoio e acompanhamento de seus estudos.
Diariamente frequentava a Companhia de Suprimento e Manutenção de Paraquedas onde engraxava os coturnos dos militares que se preparavam para o lançamento aeroterrestre.
Ali fez amigos que o orientavam a prestar concurso para a Escola Preparatória de Cadetes. Parte do dia estudava e parte trabalhava no quartel. Toda sua dedicação e perseverança, aliadas ao apoio e incentivo recebidos, foram premiados com sua aprovação no concurso da Escola Preparatória em 1972.
A partir daí, o jovem engraxate iniciou uma carreira militar coroada de êxito, que chega ao ápice no momento de sua promoção a Oficial General, o mais alto círculo de Oficiais das Forças Armadas.
Em sua lembrança, a gratidão ao Exército e àqueles que o acolheram e confiaram. Dentre muitos destaca o sargento Menezes que sempre acompanhava seu desempenho escolar.
Recorda-se com muita emoção do Capitão Carvalho que lhe forneceu autorização para entrar e sair do quartel, já falecido como Coronel da reserva.
Guarda com grande emoção o momento da passagem de comando deste oficial, quando o engraxate foi escolhido por todos os integrantes da Organização Militar para entregar a lembrança de despedida ao oficial que partia. Este dia foi marcante para ele, pois no dia seguinte seguiria para a Escola Preparatória, iniciando assim sua vitoriosa carreira militar.
Realmente o momento hoje é outro, jamais um menor poderia trabalhar no Centro Social de um quartel, ainda mais com 10 anos. O Estatuto do Adolescente e do Menor não permite, mas protege o menor que não quer ficar no abrigo.
A eles é dado o direito de escolha, mas não se dá ao menor a responsabilidade de estudar e produzir, para ser um cidadão.
Encerro este texto com uma citação de São Francisco de Assis:
"Comece por fazer o que é necessário, depois faça o que é possível e em breve estará fazendo o que é impossível"
São Francisco deAssis .