NOSSO MESSIAS EM JERUSALÉM

Mais de 2 mil anos depois a Terra Santa recebe um novo messias. Não, esta não é a volta triunfante de Jesus Cristo. Trata-se de um messias tropical, o messias de Guaranhuns, o onipresente presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva.

Durante o seu sermão, Lula soltou a seguinte parábola: “De vez em quando, acontecem coisas impossíveis. O que parecia impossível aconteceu: os Estados Unidos tendo divergências com Israel. Quem sabe essa divergência era a coisa mágica que faltava para que se chegasse ao acordo”.

Lula é assim, acredita que tudo se resolve por mágica. Pobres no Brasil? Basta criar o Fome Zero. Desenvolver o País? Cria o PAC. Para cada problema a retórica lulina cria uma solução rápida, simples e eficaz. A garganta presidencial funciona como uma espécie de varinha de condão, ou numa metáfora Bíblica, como o cajado de Moisés: um divisor de águas.

Em Israel, Lula disse ser contaminado com o vírus da paz. Pena que ele seja imunizado contra este mesmo vírus quando o assunto é o tratamento dispensado pelo regime de Cuba aos direitos humanos. Este tipo de violência, pela ótica lulina é assunto interno ou apenas medida disciplinar.

O nosso messias tem também o dom de camuflar suas opiniões. Em fevereiro, durante visita a Cuba, não se sensibilizou com reclames de presos políticos, vítimas do sistema castrino. Em março, no Oriente Médio, disse sonhar com a paz e a união entre palestinos e israelenses. Lula afirmou também ser contra o muro erguido na faixa de Gaza. Sobre a prática de paredão cubano, Lula não tem ainda uma opinião formada.

Espero que Lula volte da sua peregrinação à Terra Santa com um repertório mais criativo de novos milagres. Nossos crônicos problemas anseiam por mágicas mais eficazes.

Anderson Alcântara
Enviado por Anderson Alcântara em 18/03/2010
Reeditado em 18/03/2010
Código do texto: T2145041