Elementos Básicos do Amor
Elementos Básicos do Amor
Nossa intenção é complementar os artigos “O que não é o Amor” , “O que é o Amor” e “Separação Humana” para tentar responder , pelo menos em parte, dúvidas sobre tema tão cantado e propalado, o Amor.
A seguir sintetizamos os elementos básicos , que caracterizam a ação de amar – Doação; Cuidado; Responsabilidade; Respeito; e Conhecimento-amplamente explorados por Erich Fromm em “A Arte de Amar”.
Doação
Antes de tudo, o Amor consiste em dar, e não em receber.
O equívoco está no entendimento de que dar é abandonar alguma coisa, ser privado de algo, sacrificar. Nesse entendimento, a norma de que é melhor dar do que receber significa: é melhor sofrer privação do que experimentar alegria.
Entretanto, dar tem diferente sentido. Dar é a mais alta expressão da potência.
A doação é experiência promovida pela força, pela riqueza e pelo poder do homem. Só o potente tem a capacidade de realizá-la.
O exemplo de doação mais elementar está na esfera do sexo. A culminação da função sexual masculina reside no ato de dar; o homem se dá à mulher, dá-lhe seu órgão sexual. No momento do orgasmo dá-lhe seu sêmen.
Ela também se dá; abre as portas de seu centro feminino; dá, no ato de receber. Se for incapaz desse ato de dar, se só puder receber é frígida.
Na mulher a doação volta a ocorrer na função de mãe. Dá ao filho que cresce dentro dela, dá seu leite à criança, dá-lhe o calor de seu corpo. Não dar seria doloroso.
Não é rico quem muito tem, mas quem muito dá.
A doação consiste em dar de si mesmo todas as expressões e manifestações do que vive em si: sua alegria; seu interesse; sua compreensão; seu humor; sua tristeza; seu conhecimento...
Mas, ao dar, leva-se alguma coisa à vida do outro, e isso que é levado volta ao doador; ao dar verdadeiramente, não pode deixar de receber o que lhe é dado de retorno.
Aqueles que preparam informações, para compartilhá-las, tem o retorno imediato no aprendizado ao pesquisar o assunto e outro, a posteriori, no aprendizado com as críticas e os comentários recebidos. O mestre é ensinado por seus alunos e o ator é estimulado por sua audiência.
Cuidado
Que o Amor implica Cuidado é mais do que evidente no Amor Materno. Amor é preocupação ativa pela vida e crescimento daquilo que amamos. Onde falta essa preocupação ativa não há Amor.
Responsabilidade
A Responsabilidade no seu verdadeiro sentido é ato inteiramente voluntário; é a resposta que damos às necessidades expressas ou não de outro ser humano. Essa responsabilidade, no caso da Mãe pelo recém nascido, refere-se ao cuidado das necessidades físicas principalmente. No Amor entre adultos refere-se às necessidades psíquicas da outra pessoa.
A Responsabilidade poderia facilmente corromper-se em dominação e posse, se não houvesse um terceiro elemento do Amor, o Respeito.
Respeito
Respeito é a capacidade de ver uma pessoa tal como é, ter conhecimento de sua individualidade singular. Respeito significa a preocupação de que a outra pessoa cresça e se desenvolva como é. É o querer de que a pessoa amada se desenvolva por si mesma, por seus próprios modos, e não para o fim de servir ao parceiro. Amar outra pessoa é sentir-se um com o outro, mas tal como é, não como objeto para uso. O Amor é filho da Liberdade nunca da dominação.
Respeitar uma pessoa não é possível sem conhecê-la.
Conhecimento
“Conhece-te a ti mesmo”. Esta é a fonte principal de toda psicologia. O desejo é de conhecer tudo sobre o homem, seus mais íntimos segredos. Tal desejo não pode ser efetivado no conhecimento só pelo pensamento. Ainda que conheçamos mil vezes mais sobre nós mesmos, nunca alcançaremos o fundo. Permaneceremos, ainda, um enigma para nós próprios, como nossos semelhantes continuarão sendo um enigma para nós.
O meio único de conhecimento completo está no ato do Amor: esse ato transcende o pensamento, transcende as palavras. É o mergulho ousado na experiência da união.
Entendemos que Antoine Saint Exuperry em “O Pequeno Príncipe” sintetizou o conhecimento, como elemento do amor e de ser obtido pelo amor, com sua máxima: “O essencial é invisível para os olhos. Só se vê bem com o coração”.
Para amar é condição necessária o Conhecimento, pois Cuidado e Responsabilidade seriam cegos se não fossem guiados por ele. Entretanto, para o pleno conhecimento é preciso amar.
Quanto mais doamos, cuidamos, nos responsabilizamos, respeitamos e conhecemos o parceiro, mais capazes de amá-lo nos tornamos.
Observamos durante a organização de pequena parte do material pesquisado que o Amor manifesta-se de várias formas conforme o grau na escala de evolução biológica. Desde a bipartição da ameba até o Amor Amadurecido, do qual faz3em parte: Doação; Cuidado; Responsabilidade; Respeito; e Conhecimento.
Ou seja, se voltássemos aos primórdios da evolução humana o Amor seria considerado muito próximo ao Instinto de Preservação de outros mamíferos. De acordo com o grau de evolução do homem uma forma de expressar o Amor.
E, se projetássemos o homem para daqui algumas centenas de séculos, o que será o Amor?
Especulando, ou fazendo um esforço elementar de futurologia, mas conservando a tese muito bem elaborada por Erich Fromm de que o Amor é o meio para superar a separação. E mais, ainda, nos valendo do mito de que, originalmente o homem e a mulher eram um só, de que foram partidos ao meio e, daí em diante, cada ser masculino vem procurando a perdida parte feminina de si mesmo, a fim de voltar-se a unir-se com ela. Poderíamos vislumbrar que o Amor entre seres humanos, com altíssimo grau de evolução, será manifestado pelo andrógino, como afirmam as revelações esotéricas.
Os princípios: masculino; e feminino voltariam a estar num único ser. A separação revelada pelo mito deixaria de existir. Homens e mulheres, após longa separação das formas primitivas, após longa experiência de encontros, desencontros e de amar dentro de grandes limitações, tornaram-se capazes de amar ao próximo como a si mesmo, fundem-se integralmente, dissolvem suas individualidades, numa única individualidade, em outro e único ser. União indissolúvel e eterna.
Coral de anjos e orquestra de querubins celebram e anunciam, que o Projeto Divino está bem próximo de ser concretizado.
“Desamor” são rimas muito mais simples e menos trabalhosas do que seriam àquelas sobre o Amor, para cantarmos um dos quatro gigantes da alma humana – o Amor.
Fontes:
Gigantes da Alma – Emilio Mira y López;
A Arte de Amar – Erich Fromm;
ocanto.esenviseu.net;
redepsi.com.br;
emdiv.com.br;
wikipedia.
Desamor
Longe, passou o amor
de minha mente e coração,
pois, dar foi dor
e cuidar não foi ocupação.
Hoje sei, que foi desamor,
não ligar as tuas carências.
responsável, como favor
e respeito foi à falência.
Sem interesse por teu segredo,
sem sentir o aroma de tua essência
e sem entender, de tua vida, o enredo.
De medo e solidão, minha existência.
Sem fé e objetividade,
surdo à voz interior,
desisti da felicidade,
por ser incapaz ao amor,
desisti da felicidade,
por ser incapaz ao amor.