VIDA E MORTE DOS TURISTAS NO RIO

O Rio de Janeiro é o destino preferido da maioria dos turistas que visitam o país. De acordo com dados oficiais 2,7 milhões de pessoas passaram pela cidade maravilhosa entre dezembro de 2003 e março de 2004. O Rio, enquanto paisagem é um paraíso. Praias fabulosas, corpos desnudos, florestas urbanas, e um povo, que parece viver eternamente de férias. Este é o retrato que fica exposto nos balcões de turismo da segunda maior metrópole brasileira. Do lado obscuro ficam as favelas, o tráfico, a miséria, a banda podre da polícia e os assaltos, principalmente a turistas.

Segundo informações da Delegacia de Atendimento ao Turista (Deat), só entre dezembro de 2003 e março de 2004 aconteceram 970 furtos e roubos na cidade. O Rio acolhe de braços abertos seus turistas, e ainda exige que eles fiquem de braços também abertos. De preferência erguidos, como mandam as regras do bom assalto.

Uma pequena olhadela pelos jornais mais recentes e teremos um menu farto da hospitalidade carioca com seus visitantes. Em fevereiro, 9 turistas internacionais foram assaltados dentro do albergue em que estavam. No mesmo mês, o holandês Richard Guerard foi baleado na perna, em plena Marquês de Sapucaí, durante um assalto. O italiano Fabio Lucas, de 42 anos, foi baleado na favela da Mangueira.

Mais recentemente tivemos o caso de uma turista francesa esfaqueada na cidade maravilhosa e de um holandês que foi extorquido por dois policiais. Antigamente, a Polícia tinha a função de proteger o cidadão dos bandidos. No Rio de hoje, não se sabe a quem pedir a benção. De 1999 a 2001, a Secretaria de Segurança Pública do Estado expulsou 3 policiais por semana, em média. No total, 950 militares foram banidos por crimes como homicídio, roubo e extorsão. A Polícia carioca também é muito violenta. Entre 1998 e 2002, 984 pessoas foram mortas em ações contra a polícia na cidade do Rio. No mesmo período, em todo o território norte-americano, por exemplo, houve 341 mortes dessa natureza.

O futuro do Rio é muito promissor. A nova geração está tratando de garantir a boa fama da cidade. No fim do ano passado, uma família alemã estava passando férias na cidade. Estava planejando cantar noite feliz junto com os brasileiros, talvez nas areias de Copacabana. Foi assaltada por menores. Sem armas, os pequenos infratores atacaram os turistas a golpes de dentadas. É talvez o primeiro assalto a mordidas da crônica policial brasileira. Mais um inegável invento carioca.

Artigo escrito em 2005. No tempo em que o Rio de Janeiro era violenta.

Anderson Alcântara
Enviado por Anderson Alcântara em 12/02/2010
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