Os Gladiadores e a Vida
Uma coisa puxa a outra. Ontem à noite eu estava , ainda enrolada numa toalha , após o segundo banho do dia , quando parei , sentei na beirada da cama e prestei atenção numa entrevista com
Russel Crowe . Com mais de 40 anos , ele é um homem realmente interessante. Gato, rico , ótimo ator , perfeccionista , faz cenas que seriam mais apropriadas aos dublês , temperamental , pavio curto ( puxou a mãe, segundo ele), sem paciência , inteligentíssimo , etc... Pode perguntar : isso é ser interessante ? SIM, porque tem gente com tudo o que é de pior em Russel e ainda é feio , chato , sem charme, pobre , etc... Não que eu me interesse pelo fato de ser um ator, famoso . Mas me interesso porque é bonito e inteligente. Juntar essas 2 coisas é bastante difícil .
Bem , logo após me lembrei do filme Glatiator , estrelado por Russel , dirigido por Ridley Scott ( se não me engano ) . Um filme com enorme bilheteria , Russel ganhou muitos milhares de dólares e ainda criou-se um mito em forma de fanatismo , em torno do tal Gladiador . Isso nos idos de 2000 . Botei uma roupa e fui para a sala de jantar. Após o jantar , no sarau cotidiano , lembrei-me dos gladiadores da vida . Pois é : uma coisa puxa a outra .
Fiquei bastante entusiasmada quando comecei a ouvir com frequência , principalmente nas transmissões esportivas que as disputas em qualquer modalidade esportiva deviam ser leais e sadias, porque tais disputas levam ao crescimento dos atletas. A ideia de que no início dos jogos de futebol haveria a audição do Hino Nacional, a troca de faixas e os cumprimentos cordiais me levaram a acreditar que o que foi falado iria ser cumprido. Nossa !!! Uma maravilha !!! Mas ...autorizado o jogo , tudo se transforma . O campo de futebol vira uma arena , um campo para corrida de bigas , a bola vira um dardo . Além disso ... chuteiras se transformam em lanças afiadas e certeiras que atingem seus adversários ( os inimigos) sem piedade . Sabe o que eu vejo ? Vejo os jogadores numa arena de gladiadores romanos E, nessas arenas , se degladiavam tanto , até que só um ficasse em pé. Os outros todos estirados no chão mortos ou machucados .
Aí , já pensei nas pessoas que acham que o mais importante da vida é ganhar dinheiro, ter prstígio entre os colegas , enfim, destacar-se no meio da multidão . Fazem do trabalho , fazem de suas atividades uma verdadeira luta de vida ou de morte e sofrem , sofrem , sofrem , só pelo capricho de "ser importante" . Quando estudante do ensino médio , não sei em que série , não me lembro , tinha uma aluna que , se ela não fosse elogiada em todos os finais dos meses pela supervisão da Escola , ela chorava, batia os pés no chão e se dizia marcada pela injustiça . Fazia o maior pampeiro , a maior pantomima. Lá pelo dia 27, 28 de cada mês, eu já avisava meus pais que não iria ás aulas . Tnha horror a ouvir a "gritaria". Isto pode acontecer em todas as camadas sociais , desde o/a mais humilde até o/a mais sofisticado(a ) . Esse tipo de coisa faz a pessoa parecer irracional ou pouco inteligente , no meu ponto de vista . A "doença" , a necessidade de aparecer , de ser importante não está ligada à cultura , ao famoso "status", à ignorância ou à intelectualidade . Está ligada à ganância .
Essa ganância , prejudica pouco quando é passageira , mas se, se tornar "eterna" , valha-me Deus . Agem como verdadeiros gladiadores , numa disputa interminável . Adoram viver lutando contra a vida , sem se incomodar se sua lança é fragil .E sem saber , também ,se terá forças físicas suficientes e/ou intelectuais para lançar os seus dardos .
Como pode ver , uma coisa pucha a outra e a ponta inicial do novelo foi o Russel Crowe. Esse artigo saiu , por culpa dele . Sim , o Russel foi o culpado . Foi ? Claro que foi . E... quem mandou eu ser apaixonada por ele ? Ele nem sabe que eu existo... rsss.
Callena, jan. 2010