Garotas re (de) primidas
Garotas re (de) primidas
Mais um novo período que se aproxima, deixando no ar as nossas inquietações durante as celebrações de natal. Trazemos, ano a ano, turbilhões de emoções que, simplesmente, têm que encontrar alguma saída na derradeira data natalina e é aí que mora o perigo dos “novos ídolos” que pipocam em seus estereótipos fugazes.
Chama-me especial atenção a um fenômeno de desconstrução de sonhos das personalidades dos filmes pornôs. Já reparam como as “estrelas” destes filmes, outrora irreverentes e madrinhas do “admirável mundo novo”, como diria o poeta, estão sucumbindo em crises intensas de depressão crônica?
A Vivi Ronaldinha já se mostrava irrequieta e teve que se internar para tratamento de problema psiquiátrico e, nas declarações que dava, era apenas uma figura de barro patética e desconsolada.
A grande atriz Leila Lopes (era tida como tal no papel da professorinha Lu) já dava claros sinais de esgotamento do seu moral e as suas economias (recursos financeiros) não eram o bastante para garantir o mínimo de tranqüilidade fora dos holofotes dos sets de filmagem. Cumpriu a sua jornada praticando o auto-extermínio e enganando a si própria em sua última carta ao dizer que estava em busca de um caminho melhor e que não praticara o suicídio.
É a síndrome dos fiapos da laranja da beira da estrada: tão reluzente e suculenta em seus encantos em outra época e entregue ao seu ocaso e não pertencimento no seu tempo atual.
Esta “segunda via” do estrelato não é apenas mácula do ser mas, a escandalização consigo mesmo, o estranhamento ao lugar em que cada um ocupa e o reconhecimento de que a batalha foi árdua demais para os seus padrões de celebridade.
Comprova-se, a duras penas, que a dualidade entre o assistir à distância e o participar em cena são responsabilidades distintas e somos confrontados com o que é real e o que é intangível, e é neste ponto que se perdem os propósitos e temos que ser aquilo que as lentes do outro quer enxergar.
Grande abraço e feliz 2010 a todos
Anderson Tadeu