Rendimento Escolar

Rendimento Escolar; In Artigo: De pais e professores, Gustavo Ioschpe. Revista Veja, p.120, 121.

Relação estranha entre pais e professores em nossas escolas, consideradas um fracasso e nossa população não é plenamente alfabetizada, segundo dados da Saeb a qualidade de ensino só vem caindo. A sociedade que gasta em torno de 4% de seu PIB com a educação pública mostra-se profundamente insatisfeita com o desempenho da escola e seus funcionários, pois os mesmos deveriam está temerosos com a desaprovação dos pais e preocupados em melhorar seu desempenho. De acordo com uma pesquisa realizada pela UNESCO com professores, dentre as várias opções, destacamos: “Quais os fatores que influenciam no aprendizado de seus alunos?” O vencedor disparado foi “acompanhamento e apoio familiar” com 78% dos votos “competência do professor” ficou com apenas 32%. . Os professores e diretores se referem à questão da família dos alunos: muito do que acontece de bom e de ruim na escola é explicado a origem familiar, sendo que, raramente é colocada a função primordial da escola na tarefa de ensinar a ler qualquer aluno, de qualquer origem familiar ou social. Já os professores se questionam nos seminários: ”Como seria possível ensinar com uma família que não apóia?” A escola decide transferir a responsabilidade para o próprio aluno e sua família. Por outro lado, os pais brasileiros estão contentes com a escola do filho, para entender quem são esses pais? Vejamos: são pessoas de baixíssima formação acadêmica e pouco grau de informação, sendo difícil julgar a qualidade de ensino, costumando usar como indicador aquilo que lhes é visível, fazendo comparações da escola que cursaram com aquela de seu filho, ficando contente por seu filho ter oportunidades escolares que ele não teve. Não possuindo conhecimento que lhes permitam entender que a qualidade de ensino do filho é fraca, portanto, o pouco envolvimento na vida estudantil de seu filho não é fruto de desinteresse ou desamor.

Os professores precisam se conscientizar ao fato de que os pais de seus alunos podem dar uma contribuição limitada ao ensino dos filhos, entendendo que não é desinteresse e sim despreparo. A escola precisa se preparar para educar as crianças brasileiras, inserido na realidade brasileira, por mais que o professor condene os pais de seus alunos, ele não fará com que aquele pai se torne um companheiro de estudos do seu filho. É preciso informar aos pais de que a escola de seu filho é fraca, que aquilo que eles acham bom é, na verdade, muito ruim e que a cobrança que hoje vem do professor para os pais deve ter sentido inverso. O estado brasileiro deve parar de ser visto como provedor generoso que concede benefícios e passar a ser encarado como prestador de serviços que está aí para atender à vontade do cidadão, financiado pelo imposto que pagamos.

Artigo adaptado por:

Jane Cleide Cardozo dos Santos

15/06/2009