REVERÊNCIA
 
Como deuses, anjos, santos, vultos, reis, súditos, até ao humilde plebeu, vimos na figura humana o “DIA DOS MORTOS”. Finados, para a maioria, como popular palavra àqueles que pela precisão da morte repousam ou são colocados respeitosamente nos seus túmulos. O FINADOS representa, pela data de dois de novembro de cada ano, nada mais, do que se traduz “O DIA DO FIM”, pelo qual todo um dia se submeterá aos seus destinos. Ele o marco do desaparecimento eterno.
 
Não distante, de dizer pela anatomia dos seres vivos, um “ início, um meio e um fim”. Não longe para analisar também, uma data do próprio desígnio, por uma dor grande, deixá-la aos que ficam submetidos às suas resignações.
 
Campos Santos, local da exatidão do fim, símbolo da eternidade, interrupção, do quem já o era, para ser um elemento de “um depois” às cinzas como saldo do que se resta.
 
É mister avaliar com tristeza uma simbologia de uma passagem, embora ela sem nenhum recurso podendo deixá-la de lado ou transferir seus rumos, porque no mundo da Terra voltamos às raízes e depositamos os sonhos.
 
Há quem se diz “se foi”, mas deixou as suas marcas e recordações, também um oposto, “partiu sem deixar nada semeado”. Muito relativo às análises utópicos aos que permanecem presos à luta na Terra.
 
Filosofias, dogmas, religiões... determinam padrões dessa data, pelos cultos e crenças cabíveis pela fé.
 
O desfile empolgado forma a grande movimentação, quase social, na corrida aos cemitérios no dia dedicado aos falecidos. Nesse espaço, restando ainda rituais sobressaem: orações, memoriais, saudações, até discursos de anais de uma história de grandes vultos. Do mais elevado cientista, estudioso, acadêmico, liberal, ao mais humilde é uma data magna o “Dia da sua Morte”.
 
Os anos vividos cronologicamente, até atingir o seu fim nas grafias específicas patenteiam nas placas, lápides de um berço de pedra ou o seu próprio chão, vai consumir um corpo, ex vivente.
 
O consumismo dotado pela criatividade, no processo da industrialização, conduz os vivos, quase morto... às compras dos recursos decorativos para que complete o toque concorrido da mais ou menos bela sepultura decorada.
 
No desfile das visitas, entre famílias e amigos é o ponto de encontro (principalmente no meio social interiorano), fugindo do morto para se comentar o cotidiano dos vivos.
 
Coroas de flores, ilustrações, vasos, castiçais, velas dão o toque lindo ao símbolo maior da cristandade: as CRUZES. Não há túmulo sem a sua CRUZ, tanto quanto figurativamente a carregada quando vivo, como também sem o seu morto.
 
Tristemente as lágrimas da saudade se misturam no jardim florido dos Campos Santos, elas chegadas aos deuses do céu e da Terra na data do FINADOS.
 
Com tradições corridas pelo tempo entre os povos, reverenciar os falecidos no seu logradouro eterno e também reconhecer o papel da vida para a passagem da morte.
 
Todos distintos de raça, crença, posse, criança, jovens, adultos, idosos, ricos, pobres... caminham, vivem para a sua própria eternidade, pois a morte como um fenômeno da vida nos faz lembrar:
 
ESTAMOS NUMA ESTAÇÃO À ESPERA DE UM TREM. LOGO, ELE CHEGARÁ. APORTAMOS NA TERRA... AMANHÃ VIAJAREMOS!
 

ARTIGO
Autor do texto e da ilustração-Foto-(UMA CHAMA ENTRE ROSAS):
Rodolfo Antonio de Gaspari -Prof. Roangas-

 
roangas
Enviado por roangas em 02/11/2009
Reeditado em 02/11/2009
Código do texto: T1900975
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