ESCOLAS COMPARTIHADAS

Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) estabelece que é competência dos municípios ofertarem a Educação Infantil, os estados, o Ensino Médio, e o Fundamental deve ser compartilhado entre as duas esferas de governo. Nessa divisão, os municípios têm assumido o Fundamental 1 e os estados o Fundamental 2. Entretanto, municípios como a cidade de Jandira onde a estrutura é precária e a municipalização do ensino fundamental torna-se uma coisa a ser muito bem pensada, a não ser que a verba de financiamento da municipalização fale mais alto que o sonho de um ensino de qualidade de fato. Na verdade, a maioria dos prefeitos vive em função de verbas, cá pra nós, verbas que se aplicadas 100% desde a criação do FUNDEF elevariam o padrão de qualidade do ensino e os alunos que chegam para a 5ª sabendo pelo menos sabendo a verdadeira realidade da História do Brasil. Em História chegam completamente defasados, sem base alguma, mal sabem escrever e calcular. Isso em qualquer município, pois já recebemos em Jandira, alunos de Barueri, completamente defasado no conhecimento de História e alguns que mal sabem fazer o próprio nome. A qualidade gerada pela municipalização é para inglês ver. O que temos com esse processo de municipalização é uma massificação, que redunda em números camuflados. Claro que o governo se orgulha em dizer nas propagandas políticas que cresceu o número de matrículas e de alunos aprovados nas redes municipais para dizer que a municipalização é o caminho correto e sem volta, os prefeitos também ganham com essa propaganda, entretanto, a qualidade deve ser questionada no Estado de São Paulo. A municipalização que tem sido apontada como via ideal para melhorar o ensino pode esconder diversos interesses, inclusive interesses eleitoreiros. As escolas viram currais eleitorais e não interessa em que município ou partido que esteja governando, todos irão tirar proveito disso, além de transformar o ensino, coisa séria, em cabide de emprego de “amiguinhos” de candidatos, que sem concursos são indicados para cargos de confiança. Desvincular os interesses políticos inescrupulosos desse processo de municipalização é ingenuidade. Sendo assim, o interesse em compartilhar escolas em Jandira deve ser sim questionado, visto que faltam creches e pré-escolas para atender a demanda, além do mais, as poucas escolas de 1ª a 4ª séries não foram priorizadas em um período de mais de 16 anos. Não se investiu em construção de escolas, e agora querem compartilhar as que são do Estado. A dúvida maior é que ninguém sabe dizer em que período o compartilhamento entre prefeitura e Estado irá ocorrer, se é no intermediário, no período da tarde ou da manhã. Se for, no período da manhã, pode mexer com a vida de alunos e professores. Mas como nem a secretaria de educação do município sabe informar o período, essa é uma questão em suspense. Entretanto, professores e alunos devem procurar se inteirar dessas medidas. Ninguém defende que as crianças de 1ª a 4ª série fique sem escolas, mas a pergunta é: por que não se constrói escolas municipais? Estão prevendo a construção de apenas dois prédios escolares. Será que será suficiente? Por que não se constrói primeiro para depois municipalizar o ensino fundamental, ciclo I? Por que deve ser feito a “toque de caixa” as coisas? Tantas perguntas, tantas histórias. Nenhuma resposta!