Casa das Rosas
Também chamada de Espaço Haroldo de Campos, fica bem no início da Paulista. Todos que pela avenida passam têm a atenção chamada pelo casarão estilo início do século XX, com o exuberante jardim. Transformou-se em um espaço cultural, que eu ainda não conhecia.
Acompanhando o boom de saraus na cidade, recebi a programação da Casa e ali estive na noite de ontem. Casa cheia. No terraço, pessoas conversavam tão calma e civilizadamente que cheguei a crer que a cultura sobrevive.
No interior da mansão, dois poetas declamavam versos seus. Após, uma apresentação teatral de algum grupo da cidade e, em seguida, os poetas do povo, presentes e antecipadamente inscritos, puderam ler poemas de sua autoria. Foram vinte e cinco na noite de ontem.
Meio impaciente com o versejar alheio e popular, especialmente aqueles declamados à antiga, após a audição de cinco deles, interessei- me por tudo mais que o espaço oferece.
Eu e a Elaine, minha irmã, passamos a fazer, então, um tour pela casa.
A arquitetura, a preservação, o jardim bem cuidado e, sentei-me numa das poltronas colocadas no amplo terraço da casa. Dei asas ao meu pensar: a família que ali originalmente habitou, a época e onde estariam agora.
Nos fundos, em que originalmente ficava a garagem da casa, foi montado um café. Bem decorado e aconchegante, oferece um quiche de queijo saboroso, entre livros ao alcance dos freqüentadores, tranquilidade e silêncio na Paulista do sábado à noite.
No andar superior, exposições sobre a poesia francesa, poesia virtual e uma outra, fixa, sobre o poeta Guilherme de Almeida. Ficamos boquiabertas com os banheiros, ou melhor, as salle de bain, com mármores, espelhos e louças deslumbrantes. Janelas e portas da altura que a casa impõe, tudo muito bonito.
A Elaine me contou que é um projeto de Ramos de Azevedo e saí de lá com a sensação de que a desapropriação do imóvel se deu por uma causa justa. Vive la culture!