A FLOR do LÁCIO

Outro dia me deixaram um comentário e no final tinha e expressão Flor do Lácio. Imediatamente lembrei-me de Olavo Bilac, parnasiano. Adoro os sonetos parnasianos . Uma vez , falaram pra mim , na Universidade , one deu cuesava, ainda, o 2° ano ; Nossa, você tão jovem , moderna e gostar do Bilac ? O paranasianismo não está com nada. Ouvi , calada. Olhei pra cara da fulana com ironia , dei-lhe às costas e fui embora , cantarolando uma das 4 Estações de Vivaldi . Estudante, eu , de Filosofia Pura, iria perder meu tempo ???

Eis o poema de Olavo Bilac :

Última flor do Lácio, inculta e bela

És a um tempo, esplendor e sepultura;

Outro nativo , qur na ganga impura

A bruta mina entre os cascalhos vela.

Amo-te assim desconhecida e obscura,

Tuba de alto clangor , lira singela

Que tens o tom e o silvo da procela

E o arrolo da saudade e da ternura!

Amo o teu vício agreste e o teu aroma

De virgens selvas e de oceano largo!

Amo-te , ó rude e doloroso idioma.

Em que da voz materna ouvi : "Meu filho"!

E em que Camões chorou no exílio,

O gênio sem ventura e o amor sem brilho!

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Este é o lindo soneto de Olavo Bilac no qual o poeta além de se referir a origem latina do nosso idioma, descobre nele uma estrutura antitética de rudeza e beleza , de força, vigor, ternura e doçura saudosas.

Callena, setembro de 2009.

kalena
Enviado por kalena em 19/09/2009
Reeditado em 19/09/2009
Código do texto: T1818788
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