...proposta de conscientização da minoria desprezada.
Nova proposta de conscientização da minoria desprezada.
Se a lei eleitoral estabelece um mínimo de 30 e o máximo de 70% de participação no lançamento das candidaturas, para qualquer sexo, por que as mulheres ficam sempre – e se contentam - com a parte menor do bolo?
A corrupção à nossa volta está demais. O jeitinho brasileiro cada vez mais à vontade e a bandalheira generalizada. Na esfera federal, estadual ou municipal. O noticiário, tão repetitivo, até já banalizou o que antes era considerado vergonhoso.
Denunciar culpados, ultimamente, tornou-se quase tão perigoso quanto falar sobre a ditadura na época da repressão militar, porque quase todos do poder estão comprometidos e a própria lei facilita tudo aos assaltantes de colarinho branco.
Vereadores, prefeitos, deputados, senadores, juízes ... em todas as esferas e segmentos da nossa sociedade tem alguém envolvido, ou formando verdadeiras quadrilhas, participando de superfaturamento na merenda escolar e de esquema de desvio de verbas da educação para a Festa do Peão Boiadeiro através da Educação e Cultura; cobrança de caixinha de ambulantes; exigindo porcentagem de empreiteiras e, ainda por cima, elaborando e aprovando leis de conveniência. A lei da improbidade administrativa está sendo revisada para institucionalizar o roubo nos cofre públicos. Não é fácil assistir a tudo isso passivamente...
Se fica difícil participar efetivamente de alguma mudança significativa nesse quadro todo, vale lembrar que o que temos de mais próximo é a Câmara Municipal onde, não raro, vemos candidatos patrocinados por empresas de ônibus ou outros interessados em beneficiar-se de um aliado na Câmara.
Uma nova opção seria buscar gente humilde, com sinceridade transparente e diferente de tudo que já se viu por aqui. Aliás, a Câmara parece o Clube do Bolinha: não entra mulheres! Já pensou se a comunidade resolvesse se vingar e votar só nelas?
Talvez seja uma boa idéia e é, no mínimo, uma situação que elas deveriam avaliar e questionar nas convenções. Pois se a lei eleitoral estabelece um mínimo de 30% e o máximo de 70% de participação no lançamento das candidaturas, para qualquer sexo, por que elas ficam sempre com a parte menor do bolo e com chances reduzidas? Porque não se articulam de maneira adequada para mudar esse estado de coisas.
É uma proposta para a classe feminina analisar e uma oportunidade de mostrar sensibilidade para questões importantes da comunidade, justificando sua participação no pleito eleitoral.
E, acima de tudo, motivo para os manipuladores do poder botarem suas barbas de molho, adotando postura de dignidade e igualdade. E que vença o melhor ou o que estiver melhor articulado.
É uma consciência nova se instalando, que pode abrir o horizonte para a participação efetiva da minoria desprezada, que só não o faz por desconhecer sua própria potencialidade.
E isso vale para outras classes: estudantes e professores, sem-teto, sitiantes - que poderão, no momento apropriado, fazer valer, também, sua força e capacidade de exercitar plenamente sua cidadania.