Possibilidades II
Enquanto refletia com alguns diretores e coordenadores pedagógicos sobre desafios e oportunidades na implantação da Formação Continuada dos Professores nas Escolas Públicas do Rio Grande do Norte, fazia apologia a atuação do educador na constituição dos grupos de formação continuada , o trabalho coletivo dos docentes e a construção de oportunidades, mediante os desafios enfrentados.
Nos grupos de estudos para formação continuada nas escolas, é necessário que os objetivos propostos tenham o mesmo fim, que sejam comuns visando a aprendizagem e a maturidade dos alunos.Entretanto, também é necessário que os atores envolvidos, tenham a idéia de pertencimento ao grupo.Além disso, a clareza sobre os vários papéis que os participantes podem assumir. Em Paulo Freire(1993), há cinco papéis interdependentes entre si ,que podemos observa-los nos grupos em geral: o silencioso, o que sobrevive recorrendo ao silêncio, evitando comunicação; o líder de mudança, aquele que aposta no novo, na solução dos conflitos a partir da mudança; o líder de resistência,que está sempre criticando, e é sempre do contra, resistindo a qualquer mudança ;o bode espiatório; é o que acaba assumindo a culpa pela falta de êxito do grupo; o porta voz, explicita os dissabores do grupo, tentando trabalhar os conflitos com complacência, munido de muita sensibilidade.
Neste sentido, percebe-se a necessidade de uma articulação e mobilização pedagógica que viabilizem a integração pertinente no contexto dos fazeres de formação continuada, onde cada um seja consciente de suas responsabilizações.
Diante do exposto, compreende-se que o trabalho coletivo dos docentes, nos remete a idéia de que o educador deve saber qual o seu papel neste processo, considerando que cada educador, deve construir sua identidade e perceber a escola como um espaço de construção, de diálogo e respeito as diferenças, com saberes e fazeres significativos ao desenvolvimento social e humano, onde a aprendizagem ao aluno é possível desde que se trabalhe as suas capacidades dentro das competencias e habilidades desenvolvidas; na formação de leitores competentes, por exemplo, que enxergam além do óbvio, que tem condições de fazer inferência nas ações políticas sociais, que questionam a realidade buscando compreender os fenômenos, superando o senso comum, sem perder de vista a importância da prática social, das experiências partilhadas e do conhecimento majorante.
Por fim, não se concebe transformação no chão das escolas, sem um trabalho organizado de equipe, sem formação. É essencial que os atores envolvidos neste processo, tenham como foco central o aluno; o que planejar para executar,como, porque, e o que necessariamente se espera alcançar nesta caminhada.
Por fim, sabe-se que não é tarefa fácil trabalhar com grupos, devido as muitas dificuldades, desafios que surgem constantemente a serem superados... Até mesmo de relações interpessoais, mas o trabalho coletivo é como uma porta para entrada de novas possibilidades de melhorar a aprendizagem e provavelmente, garantir um planejamento participativo que contemple a realidade dos alunos,um redimensionamento sobre a forma de avaliar, (por exemplo) sob olhares norteadores que subsidiem a prática pedagógica numa visão de equilíbrio entre o humano e o científico, onde a formação continuada seja possível no interior das escolas, de forma sistematizada e atuante, de fato.