MOSAICOS - 3 - Poeta dê uma olhadinha ....
Há vários caminhos para
o nosso trilhar . Nós
podemos decidir qual
deles seguir : se o
da nossa grandeza
ou o da nossa
PEQUENEZ". (Callena)
Tirei o K e coloquei o C . Percebi que tem muito K . Então mudei. Meus colegas , vamos escolher o caminho da grandeza ???
A FICÇÂO MODERNA : -A geração de 1922 foi sobretudo de POETAS. Dentre esses poetas , cultivavam também a ficção . Vamos então de alguns escritores que, sem se terem inscrito no movimento modernista , e só aparecendo uma década mais tarde, beneficiaram, de certo modo, a ação dos inovadores .
MOSAICO 1 - GRACILIANO RAMOS - natural de Alagoas ,criado no sertão de Palmeira dos Índios , onde foi negociante e chegou a ser prefeito. Viveu depois em Maceió , como diretor da
Instrução Pública . A repressão policial que precedeu o golpe de Estado em 1937 , atingiu injustamente u escritor, que foi preso e embarcado para a colônia correcional da ILHA GRANDE . Libertado , fixou residência no Rio de Janeiro, onde vivia muito pobremente como inspetor de ensino secundário (hoje Ensino Médio ) e jornalista, e de onde só se afastou uma vez, para uma viagem Á Russia Ele era un homem pessimista ( olha o Schopenhauer aí...rsrs) de aparência áspera , mas soube, no entanto, fazer numerosos amigos e era considerado nos últimos anos de sua vida um dos grandes nestres da ficção e da prosa brasileira . Ele estreou com um romance muito fraco "Os Caetés" , em 1934 . Mas criou fôlego e adquiriu logo uma força magistral nos volumes seguintes : São Bernardo ; Angústia ; Vidas Secas ; Insônia ; Infância e Memórias do Cárcere . obra em 4 volumes , de publicação póstuma . Talvez a sua obra- prima . Nasceu em 1892 , finzinho do séc. XIK e morreu em 1953 , meados do sé. XX , com 61 anos.
MOSAICO 2 - PAULO SETÚBAL , nasceu em Tatuí ( cidade da Maria do Carmo) em 01 de setembro de 1893 ( logo depois do Graciliano) . Órfão de pai , desde criança , foi com dificuldde que prosseguiu seus estudos na Capital , ist é São Paulo. Destinava-se á
carreira religiosa, mas mudou de idéia e ingressou na Faculdade de Direito de São Paulo pela qual se bacharelou em 1914. Desde muito cedo sentiu-se atraído pela carreira da Letras , estreando com o livro de versos chamado "ALMA CABOCLA". Foi promotor público e advogado , desempenhando essas funções com grande dificuldade , dado o seu precário estado de saúde . Em 1928 era eleito deputado estadual , mas logo em seguida , abandonou a política para dedicar-se à literatura e à história. Foi membro da Academia Brasileira de Letras , da Academia Paulista de Letras e do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo . Deixou vários romances históricos tais como : A Marquesa de Santos ; O Príncipe de Nassau ; Maluquices do Imperador ; A Bandeira de Fernão Dias ; Confíteor , que foi uma espécie de biografia e muitos outros. Bem , muitos não, mas alguns outros. Faleceu em 04 de maio de 1936. Tinha 41 anos.
MOSAICO 3 - CATULO da PAIXÃO CEARENCE , nasceu em São Luis do Maranhão ( assim como o Sarney , coitado ) , em 08 de outubro de 1863 . Com 10 anos de idade foi morar no sertão do agreste do Ceará , onde ficou até os 17 anos, quando se mudou para
o Rio de Janeiro . Aí viveu despreocupadamente todo enlevado nos cajueiros e pitangueiras de Copacabana entregue à boemia da época , conforme ele mesmo afirmou várias vezes . Só depois da morte do pai , em 1885, é que se apercebeu de que a vida era coisa séria e o trabalho unma necessidade. rsrsrs . Entrgou-se então aos estudos; rsrs ; antes já havia aprendido e sabia tocar violão , instrumento esse que foi o seu companheiro inseparável durante toda
vida. ORGULHAVA-SE de haver reabilitado o violão e reformado a modinha. rsrs. Sua poesia, repassada de profundo amor à terra e à gente brasileira , e vazada em forma popular . De seu LUAR DO SERTÃO DISSERAN QUE ERA O HINO NACIONAL DO SERANEJO BRASILEIRO . Algumas de suas obras : Terra Caída ; Marroeiro ; Poemas Bravios ; Sertão em Flor ; Meu Sertão ; Meu Brasil ; Um Boêmio no Céu , etc...Vejamos aqui, uma desa maravilhas do CATULO:
A FLOR de MARACUJÁ - Poema.
(Catulo da Paixão Cearense)
Encontrando-me com um sertanejo
Perto de um pé de maracujá
Eu lhe perguntei:
Diga-me caro sertanejo
Porque razão nasce roxa
A flor do maracujá?
Ah, pois então eu lhi conto
A estória que ouvi contá
A razão pro que nasci roxa
A flor do maracujá
Maracujá já foi branco
Eu posso inté lhe ajurá
Mais branco qui caridadi
Mais brando do que o luá
Quando a flor brotava nele
Lá pros cunfim do sertão
Maracujá parecia
Um ninho de argodão
Mais um dia, há muito tempo
Num meis que inté num mi alembro
Si foi maio, si foi junho
Si foi janero ou dezembro
Nosso sinhô Jesus Cristo
Foi condenado a morrer
Numa cruis crucificado
Longe daqui como o quê
Pregaro cristo a martelo
E ao vê tamanha crueza
A natureza inteirinha
Pois-se a chorá di tristeza
Chorava us campu
As foia, as ribera
Sabiá também chorava
Nos gaio a laranjera
E havia junto da cruis
Um pé de maracujá
Carregadinho de flor
Aos pé de nosso sinhô
I o sangue de Jesus Cristo
Sangui pisado de dô
Nus pé du maracujá
Tingia todas as flor
Eis aqui seu moço
A estoria que eu vi contá
A razão proque nasce roxa
A flor do maracujá
ESPETACULAR , esse CATULO. LINDOoooo !!!!!! .
POSTAGEM : Callena , 15/08/2009