MODELOS DE GESTÃO EMPRESARIAL - A ÉTICA DA IRRESPONSABILIDADE SOCIAL

O filme “Fast Food Nation – Uma Rede De Corrupção” retrata a trajetória ascendente da Mickeys Burger, que no enredo é uma empresa especializada em Fast Food, cujos rendimentos previstos para o próximo trimestre totalizam 8,4%, alavancados por um planejamento estratégico de Marketing agressivo, voltado para a produção acelerada e com o preço final muito atrativo para o mercado consumidor.

Na trama, um dos gestores da Mickeys Burger, Dom Anderson, recebe a missão de inspecionar a linha de produção dos hambúrgueres “Big One”, para averiguar denúncias de irregularidades e buscar possíveis soluções para os problemas.

Sem se aprofundar muito no perfil psicológico dos personagens, o filme em tela é composto por pequenas estórias individuais de emigrantes ilegais mexicanos instalados nos Estados Unidos, mão-de-obra barata e sem qualificação para a Mickeys Burger, que os explora mediante uma política antiética e inescrupulosa, caracterizada por uma produção acelerada e sem compromisso com a qualidade, expondo, inclusive, os funcionários ao risco de acidentes de trabalho, situação que, ao longo da estória não é presenciada por Dom Anderson, ciente apenas indiretamente por informação de terceiros.

O filme “Fast Food Nation – Uma Rede De Corrupção” não possui um clímax muito expressivo e o seu desfecho aponta para um novo esforço de Marketing, onde a empresa Mickeys Burger pretende, após alcançar o público infantil, vislumbrar o lançamento de um novo Hambúrguer, aproveitando as vendas sempre crescentes para conquistar novas fatias do mercado. Apesar das limitações do filme, a análise mercadológica da empresa nele apresentada é relevante, como exemplo negativo diante dos postulados da Responsabilidade Social Corporativa, tão discutida e cobrada das empresas atualmente.

Nesta perspectiva, o motivo condutor do enredo é a ética do dinheiro, consolidada pela maximização dos lucros em detrimento dos valores sociais e ambientais. Assim, o bem-estar das pessoas, sejam elas os colaboradores da empresa ou os consumidores, é negligenciado, tanto quanto a degradação do meio ambiente em proporções não planejadas e inconseqüentes é acentuada. Esta temática condiz com os exemplos reais de algumas empresas corruptas espalhadas pelo país, se aproveitando da negligência das políticas governamentais e do consumo indiscriminado da população, enquanto urge a prática do consumo consciente e o cumprimento das imposições legais, conforme os postulados da Responsabilidade Social, hoje uma exigência mercadológica e ética.

G Matos
Enviado por G Matos em 25/06/2009
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