Eu e o "Divã"
Acabei de assistir o filme "Divã". Já tinha visto a peça teatral ,mas muito me surpreendí agora. Saí do cinema com a sensação de que encontrei algumas "mercedes" dentro de mim e uma boa pitada de "mônica"tbm. Algumas pessoas dizem que "identificações" com o que quer que seja é mera imaturidade e revelam indivíduos altamente sugestionáveis. Discordo.
Passei parte de minha vida sondando os meios que tinha pra me entender sem o analista; sem a remota chance de me dar conta dos cantos por onde sentei pra chorar as contas vencidas de um casamento parado, adaptado ano após ano ao que chamamos de convivência. Provavelmente não havia nada que surpreendesse porque a simplicidade de conformismo está em defesa do "felizes para sempre". E olha que nem me casei na igreja. Os rituais ficaram somente na imaginação de minha mãe e não lamento isso não,pois assim pude enxergar mais depressa o dia seguinte da cinderela.
Dos vários estágios de Mercedes e sua vida "normal", há entremeios de profunda honestidade comigo mesma. Outros não. Numa citação ao comportamento do marido, Mercedes separa a deslealdade da infidelidade. No contexto do casamento, acho improvável separar uma coisa da outra,mas enfim, na busca por si mesma e no que ficou faltando talvez tenha sido a melhor das definições naquele instante.
Dei graças à Deus por ter "pulado" alguns estágios nesta busca por mim mesma. Já usei todos os vestidos que sempre quis usar, já fui à luta por meu lugar na concorrência e busco agora uma bolsa pequena. Isso pra quando aquele "gato" sarado, "mara" e de sorriso enorme me chamar pra tal de "balada" eu não "pagar o mico" de levar um de meus bolsões. Muito menos usar aquela meia elástica de compressão pra disfarçar imperfeições de minhas pernas. Que aliás, diga-se honestamente, são lindas e vão muito bem obrigada!!!
Beijos,
Anjodecristal.