NOVO CENÁRIO ECONÔMICO – ABRIL 2009

Welinton dos Santos é economista e psicopedagogo

A prorrogação da diminuição do IPI de automóveis e caminhões está auxiliando toda a cadeia produtiva do seguimento, várias empresas voltaram a contratar como o anúncio do Grupo Fiat em virtude da recuperação de vendas de veículos.

As indústrias de motocicletas começam a sentir os efeitos da diminuição da carga tributária, o COFINS (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) baixou de 3% para 0% com recuperação gradativa de vendas. A medida estimulou as vendas, pois reduz o preço ao consumidor final. O benefício fiscal vale para motos até 150 cc.

Com o anúncio e estabelecimento de critérios para o Programa “Minha Casa, Minha Vida”, que viabiliza a construção de 1 milhão de casas para os próximos anos, para famílias que tenham renda familiar de até 10 salários-mínimos, provocou uma corrida no seguimento da construção civil para atender esta demanda. A Caixa Econômica Federal ficou como responsável para viabilização do processo. Os recursos destinados comportam em R$ 26 bilhões para subsidiar moradias, através de recursos da União e do FGTS, outros R$ 4 bilhões para o Fundo Garantidor em financiamentos do FGTS, refinanciamento de prestações e seguros. O programa ainda contempla mais R$ 5 bilhões para infraestrutura e outros R$ 1 bilhão para a cadeia produtiva no desenvolvimento de novas tecnologias para promover investimentos em alternativas construtivas de menor custo e que otimizem aspectos ambientais. Quem se interessar pelo programa a cartilha completa com explicações pode ser baixada: http://downloads.caixa.gov.br/_arquivos/habita/cartilhas/minha_casa_minha_vida.pdf.

A redução do IPI sobre os materiais de construção que em princípio a cesta era composta por 30 itens (de cimento a chuveiros) foi acrescida pelo Decreto nº 6.823 isentando outros materiais como: ladrilhos, telhas de aço, placas para pavimentação, revestimentos, cadeados, fechaduras e ferrolhos, chaves, torneiras, válvulas, artigos de canalização, caldeiras e reservatórios, misturas betuminosas à base de asfalto, betume de petróleo, alcatrão mineral ou breu de alcatrão mineral, componentes utilizados para a pavimentação.

A recuperação econômica de alguns setores da economia influencia para uma projeção positiva do PIB brasileiro já em 2009.

Houve um aumento do número de famílias com dívidas e também um acréscimo de 11,4% no nível de inadimplência em comparação ao 1º trimestre de 2008, provocadas pelo desemprego de dezembro e janeiro. Na cidade de São José dos Campos - SP, que sofreu com o desemprego coletivo da Embraer, o índice de inadimplentes subiu em 34,7% em comparação ao mesmo período do ano passado.

Dólar em queda, muito oscilante. Ações em recuperação. Setor varejista e de teleserviços com forte expansão de atividades.

Investidores internacionais estão atentos as projeções da bolsa de valores do Brasil, e a novas oportunidades de negócios. Fusões são esperadas na economia.

Obras da Petrobrás estão a todo vapor, recuperando os dias parados e a diminuição de atividades nos meses anteriores provocados pelo freio da crise. As companhias de energia estão bastante capitalizadas e com dívidas controladas, com projeções de bons dividendos e recursos de investimentos garantidos pelo BNDES.

Indústrias alimentícias prevêem crescimento de vendas no mercado interno para os próximos meses, há projeções de contratação de da mão-de-obra.

Diminuição do IPI para linha branca (fogão, geladeira, máquina de lavar, tanquinho) em 10% auxilia as indústrias e o comércio. A renúncia fiscal é de R$ 173 milhões, vigorará por 3 meses.

As práticas aplicadas na economia real mostram sinais de resultados positivos, ajustes são necessários, mas o pior da crise já passou. O ponto de maior preocupação da população brasileira e do mundo na atualidade é o desemprego. Os juros precisam diminuir para garantir a recuperação econômica e o aumento do nível de emprego.