O ASSALTO (7A. PARTE)
Sentia muita sede e sorvia o leite muito devagar para não acabar... Depois das minhas visões, levantei-me decididamente, tirei a minha blusa branca,escrita RENASCENDO, cobri a sacola que também era branca ,com capim seco, para não serem vistas no escuro... Iniciei a caminhada, cuidadosamente, sem fazer ruído, por entre pedras muito grandes, encontrando buracos de bichos, os quais não me causavam medo, passando por cima deles...Peguei um pau para me apoiar e mesmo tendo cuidado naquele silêncio da mata, tudo causava ruído. Não caminhei perto da estrada e nem muito longe dela para não me perder ainda mais...Caminhei, caminhei e encontrei cada vez mais pedras, que à noite pareciam com casebres. Somente quando eu chegava perto, confirmava que eram pedras...Procurei um pedaço de chão mais limpo, entre grandes pedras, e, tratei de me harmonizar com o novo local. Devia ter cobra cascavel, por causa das pedras...
Não senti medo e decidi deitar-me com a cabeça num tronco de árvore e os pés em cima das pedras.
Ouvi um barulho de bicho vindo em minha direção e pressentindo que poderia ser uma cobra, peguei um pauzinho e batia com ele, devagar,marcando o meu território,para ele ir-se embora. Pensava: se uma cobra passar por cima de mim, à noite, ficaria bem quietinha
para ela não me picar... O ruído parou...
Amanhã cedinho decido por onde fugir- pensava. Dormi o resto da noite de domingo no segundo refúgio. E ninguém me achava e não
pronunciavam meu nome nenhuma vez...
TERCEIRA VISÃO
Vi à minha frente, uma cidade estilo greco-romana, com enormes colunas, as quais avançavam para o céu...Tinha portas, janelas e muitos enfeites.
Essa visão foi realmente um esplendor!
Por quê, agora, a luz da lua refletia essa maravilha, parecendo uma cidade, de uma outra dimensão e não via mais nenhuma figura humana, como na segunda visão?
Mantinha os olhos bem abertos para confirmar todos aqueles detalhes.
Parecia muito real mesmo! Tinha vontade de caminhar em direção a ela, mas resolvi admirá-la somente...
Dormi tranquilamente diante daquela cena.
Acordei de manhã e exclamei:
- Nossa, estou na mata outra vez!
Senti muito frio, tive que beliscar os braços para me esquentar. Tremia
bastante e fiquei atenta aos ruídos.Ouvi então, o barulho de moto e logo em seguida o de uma Brasília.
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(continua amanhã)